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Migração

"Bebês estão sendo mordidos por ratos em Lesbos"

19 de dezembro de 2020

Ministro alemão denuncia "condições terríveis" em assentamento improvisado de refugiados em Lesbos, na Grécia, e acusa Europa de ignorar os migrantes. "Nenhuma vida deveria começar assim", afirma Gerd Müller.

Refugiados em meio a barracas úmidas em assentamento de refugiados de Kara Tepe, na Grécia
Assentamento de Kara Tepe foi improvisado após incêndio destruir campo de Moria, o maior da GréciaFoto: Anthi Pazianou/Getty Images/AFP

O ministro alemão de Cooperação e Desenvolvimento, Gerd Müller, acusou a Europa de ignorar migrantes, especialmente crianças, que enfrentam semanas de inverno rigoroso na ilha grega de Lesbos, no recentemente improvisado campo de refugiados de Kara Tepe.

"As condições são terríveis – e no meio da Europa", disse Müller, da União Social Cristã (CSU), partido irmão da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel.

Em entrevista ao jornal Passauer Neue Presse, o ministro condenou o novo assentamento, que foi erguido no terreno de um antigo campo de treinamento militar após um incêndio destruir o campo de refugiados de Moria, também frequentemente criticado por suas condições degradantes.

"UE e Grécia abandonaram os refugiados"

02:33

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A instalação de Kara Tepe "aparentemente não é melhor", disse Müller. "Pelo contrário: [a ONG] Médicos sem Fronteiras teve que iniciar uma campanha de vacinação contra tétano porque bebês em barracas úmidas estão sendo mordidos por ratos", completou.

Segundo o ministro, as semanas mais difíceis do inverno no hemisfério norte ainda estão por vir para os 7.300 migrantes que vivem nessas barracas.

"Nenhuma vida deveria começar assim"

Relembrando sua conversa com uma mulher africana vítima de estupro em Moria em 2018, bem como suas visitas ao norte do Iraque e ao Sudão do Sul, Müller afirmou que em nenhum lugar ele viu "condições piores do que em Lesbos".

"Nenhuma vida deveria começar assim", afirmou. Ele acrescentou que, embora a União Europeia precise proteger melhor suas fronteiras externas, o bloco também precisa aumentar o investimento nos países de origem dos migrantes e ajudá-los a enfrentar o conflito e a pobreza.

"Não resolveremos os problemas dos refugiados nos campos ou aqui na Alemanha, mas apenas no território dos países em desenvolvimento", concluiu o ministro.

A Grécia se tornou a principal porta de entrada para a Europa a partir da África e do Oriente Médio em 2015 e 2016, até que um acordo para conter o fluxo migratório foi alcançada entre a União Europeia e a Turquia.

EK/dw

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