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Berlim: é tempo de cooperar com a Turquia

ef24 de novembro de 2003

Ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, foi à Turquia levar a solidariedade da Alemanha, por causa dos atentados em Istambul. Lá, ele exigiu uma cooperação mais estreita com Ancara na luta contra o terrorismo.

Joschka Fischer leva solidariedade alemã a AncaraFoto: AP

O terrorismo "é um inimigo comum" contra o qual se tem que agir conjuntamente, disse o chefe da diplomacia alemã, em Ancara, antes de encontrar-se com o seu colega turco, Abdullah Gül. Para o político do Partido Verde da Alemanha é de importância decisiva uma troca de informações entre as autoridades de segurança dos dois países. Depois dos quatro atentados em Istambul, com um total de 57 mortos e 750 feridos, "é tempo de solidariedade" com a Turquia, lembrou o ministro alemão. Na Alemanha vivem cerca de três milhões de turcos.

Fischer disse que ficou muito chocado ao saber que políticos conservadores alemães relacionaram os atentados contra duas sinagogas, o consulado e um banco da Grã-Bretanha em Istambul com a candidatura da Turquia à União Européia. Ao mesmo tempo, ele exortou Ancara a acelerar a aplicação das suas reformas, a fim de facilitar o processo de sua integração na comunidade européia. Ancara marcou pontos positivos na UE com a extinção da pena de morte, concessão de direitos à minoria curda e redução do papel dos militares no poder. A UE planeja emitir no final de 2004 um convite para negociar com Ancara.

Pró e contra Turquia na UE

- Os atentados na metrópole turca desencadearam na Alemanha uma discussão sobre os esforços do governo de Ancara por uma aceitação da Turquia na UE. O chanceler federal, Gehard Schröder, chamou de "inteiramente volúvel" a afirmação do vice-líder do maior partido de oposição cristã-democrata (CDU), Wolfgang Bosbach, de que, com uma aceitação da Turquia, a UE importaria o problema do terrorismo islâmico. O ministro Fischer qualificou essa afirmativa de "uma grande asneira" e Schröder viu nela "uma tentativa de instrumentalizar o sofrimento humano".

Outros políticos da CDU também advertiram para uma rápida adesão da Turquia à UE. Gernort Erler, vice-líder do Partido Social Democrata (SPD), presidido por Schröder, por sua vez, acha que não deve se dar uma resposta precipitada à Turquia. Em entrevista à DW-RADIO, ele disse que "depois dos atos terroristas em Istambul, as reflexões não devem ser sobre como a Europa deveria distanciar-se da Turquia, mas como poderia abrir chances de um modelo ocidental do islã se impor, em vez de deixar que ele seja esmagado por atentados terroristas. A palavra de ordem no momento, segundo Erler, deve ser "solidariedade com a Turquia".

Terrorismo já está na Europa

- A maior parte da imprensa alemã considera que o certo seria justamente acelerar o processo de integração da Turquia, até porque o terrorismo islâmico já está há muito tempo na Europa. Afinal de contas, alguns dos pilotos suicidas de 11 de setembro de 2001 estudaram em Hamburgo, como Mohammed Atta, que pilotava um dos dois aviões que colidiram com o World Trade Center.

Além do mais, o serviço secreto alemão Bundesnachrichtendienst (BND) se mostra convencido de que a Al Qaeda de Osama Bin Laden não só se recuperou depois da derrota militar que sofrera no Afeganistão, como também se reorganizou. Os conhecimentos de outros serviços secretos europeus levam a conclusões semelhantes.

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