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Berlim abre hostel para sem-teto em meio a pandemia

1 de abril de 2020

Iniciativa faz parte de esforços para evitar disseminação do coronavírus entre a população que vive nas ruas da capital alemã. Há várias outras ações em toda a Alemanha.

Albergue da juventude no bairro central de Tiergarten vai abrigar até 200 pessoasFoto: picture-alliance/dpa/G. Fischer

O governo de Berlim abrirá nesta quarta-feira (1º/03) o primeiro hostel para moradores de rua, em meio aos esforços das autoridades para evitar a disseminação do vírus entre os habitantes mais vulneráveis da cidade.

O hostel fica num albergue da juventude no bairro central de Tiergarten, terá capacidade para 200 pessoas e aceitará todas as nacionalidades. A capacidade de cada quarto é de duas pessoas. Haverá um andar com 20 leitos reservados apenas para mulheres.

Se mais leitos forem necessários, outras 150 vagas poderão ser disponibilizadas num edifício que já está sendo utilizado por uma associação de ajuda aos sem-teto. Se preciso, um andar inteiro do local poderá ser transformado numa estação de quarentena.

Nas últimas semanas, várias associações de apoio aos moradores de rua pediram que hotéis e pousadas do país abrissem suas portas para abrigar os que não possuem moradia.

Não há casos conhecidos de covid-19 entre moradores de rua em Berlim.

Em toda a Alemanha há iniciativas para ajudar os sem-teto. Na cidade de Hanau, no estado de Hesse, uma organização religiosa criou uma "cerca para doações" perto de uma igreja no centro da cidade, onde as pessoas podem deixar sacolas com comida, produtos de higiene e roupas para os sem-teto.

A associação Wohnungslosenhilfe (Ajuda aos sem-teto) afirmou que um surto de coronavírus em meio à população dos sem-teto seria uma catástrofe. "Quando o coronavírus atingir esse grupo, há risco de uma catástrofe que nem quero tentar descrever", disse a diretora da organização, Werena Rosenke.

Segundo ela, muitos moradores de rua têm alto risco de complicações graves após contrairem a doença, devido a problemas de saúde pré-existentes.

Rosenke acrescentou que as organizações de ajuda necessitam de ainda mais espaços e salas para manter uma distância segura entre as pessoas. Além disso, também são necessárias máscaras faciais, desinfetantes, sabonetes e roupas de proteção.

"Espero que possamos receber essas coisas antes que a situação se agrave", afirmou.

Os serviços de assistência aos sem-teto também sofrem os efeitos da pandemia. Muitos voluntários que mantêm os programas em funcionamento têm idade avançada e estão sob alto risco de sofrerem complicaçôes em caso de contaminação.

"As organizações de ajuda aos moradores de rua devem ser consideradas parte da estrutura crítica na Alemanha", disse Rosenke.

Segundo dados do governo federal, há 678 mil moradores de rua em toda a Alemanha.

RC/epd/kna

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