Berlim acelerará visto a turcos e sírios afetados por tremor
12 de fevereiro de 2023
Pessoas desabrigadas ou feridas pelo terremoto que tenham parentes na Alemanha poderão receber um visto rapidamente e ficar no país por três meses.
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O governo alemão irá flexibilizar temporariamente as restrições para a concessão de vistos aos sobreviventes do terremoto na Turquia e na Síria que estejam desabrigados ou feridos e tenham laços familiares estreitos com pessoas que moram na Alemanha.
"Trata-se de ajudar em momentos de necessidade. Queremos que seja possível para as famílias turcas ou sírias na Alemanha trazerem seus parentes próximos da região do desastre", afirmou a ministra alemã do Interior, Nancy Faeser, no sábado (11/02).
"Eles podem encontrar abrigo conosco e receber tratamento médico", disse Faeser. "Com vistos regulares, emitidos rapidamente e válidos por três meses."
Entretanto, nem todos os requisitos de um processo regular de visto estão sendo dispensados. Os requerentes ainda devem apresentar um passaporte válido, o que pode ser um obstáculo para pessoas que fugiram rapidamente de edifícios em colapso.
Milhões de pessoas na Alemanha têm raízes turcas porque, há mais de 60 anos, a então Alemanha Ocidental recrutou "trabalhadores convidados" da Turquia e de outros países para ajudar o país a avançar economicamente após a Segunda Guerra Mundial.
Mais recentemente, centenas de milhares de refugiados sírios vieram para a Alemanha em busca de refúgio da brutal guerra civil que assola o país.
Imigrantes turcos e sírios na Alemanha têm recolhido doações, enviado ajuda e se preocupado com seus parentes. Os pedidos para que possam receber familiares das regiões devastadas estão ficando cada vez mais frequentes.
Menos burocracia
O governo alemão disse que flexibilizaria rapidamente as condições para concessão de visto, normalmente muito rígidas e burocráticas. O Ministério do Exterior já havia reforçado sua equipe na Turquia e aumentado a capacidade de processar pedidos de visto no país.
"O objetivo é fazer com que o processo de concessão de visto para esses casos sejam o menos burocrático possível", disse a ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock.
As vítimas do terremoto que desejam procurar refúgio na Alemanha e querem solicitar um visto de três meses precisam provar que têm familiares próximos na Alemanha com cidadania alemã ou direito de residência permanente, informou a agência de notícias alemã dpa.
O membro da família anfitriã na Alemanha deve apresentar uma declaração prometendo pagar as despesas de moradia e da posterior volta da pessoa acolhida ao seu país de origem.
bl (AP, dpa)
Os terremotos mais fortes dos últimos 100 anos
Milhares de pessoas morreram no terremoto que abalou o Marrocos em 8 de setembro de 2023. O pior tremor no país em 120 anos atingiu 6,8 na escala Richter. No último século foram registrados sismos ainda mais fortes.
Foto: Toru Hanai/REUTERS
Chile teve o terremoto mais forte
O terremoto mais forte já registrado, de magnitude 9,5 graus na escala Richter, atingiu Valdívia, na costa sul do Chile, por 10 minutos, em maio de 1960. Foram destruídas cidades inteiras e a geografia da região foi alterada. Quase 6 mil pessoas morreram. E o tsunami gerado pelo sismo causou a morte de 130 pessoas no Japão e de 61 no Havaí. Na foto, ruínas do porto de Corral.
Foto: Getty Images/AFP
Grande Terremoto do Alasca
O terremoto que abalou o Alasca em 27 de março de 1964 também é conhecido como "o grande terremoto do Alasca". Ele segue sendo o mais forte já registrado nos Estados Unidos, com magnitude de 9,2. O movimento sísmico e o posterior tsunami mataram 139 pessoas. Na foto, a destruição causada no pequeno povoado de pescadores na ilha de Kodiak.
Foto: Getty Images/Central Press
Megaterremoto submarino no Oceano Índico
O megaterremoto submarino de 26 de dezembro de 2004 no Oceano Índico teve magnitude de 9,1. Ele desencadeou uma série de tsunamis devastadores, que causaram a morte de 280 mil pessoas em 14 países e inundaram cidades costeiras com ondas de até 30 metros de altura. Foi um dos desastres naturais mais mortíferos de que se tem registro. Na foto, a destruição em Sumatra, na Indonésia.
Foto: Getty Images/P.M. Bonafede/U.S. Navy
Terremoto seguido de tsunami no Japão
Um membro da equipe canina de resgate busca vítimas após o terremoto que causou destruição no noroeste do Japão em 11 de março de 2011, que atingiu 9,1 na escala Richter e foi seguido de um terrível tsunami. Eles causaram a morte de cerca de 18,5 mil pessoas e afetaram a planta nuclear de Fukushima.
Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba
O terremoto de Kamchatka
Em 4 de novembro de 1952, foi registrado um tremor de magnitude 9 na costa da península de Kamchatka, no leste da Rússia. O tsunami que se seguiu causou destruição e mortes nas ilhas Kurilas. Mais de 2,3 mil pessoas morreram.
Mais uma vez no Chile
O tremor de magnitude 8,8 que afetou a costa do Chile em 27 de fevereiro de 2010 também está entre os mais fortes do século. Ele não causou tantas mortes como o tsunami posterior, que varreu várias localidades costeiras, elevando a cifra de mortos para 530. O sismo danificou o porto de Talcahuano e provocou perdas milionárias aos pescadores e à indústria local.
Foto: Getty Images/AFP/M. Bernetti
Sismo de 1906 atingiu Equador e Colômbia
Em 31 de janeiro de 1906, um terremoto também de magnitude 8,8 na escala Richter causou destruição e cerca de mil mortes no Equador e na Colômbia. O terremoto se deu devido ao choque das placas de Nazca e a Sul-Americana, causando um tsunami de vários metros de altura. O epicentro localizou-se no Oceano Pacífico diante da fronteira entre os dois países.
De novo o Alasca
O sismo de 4 de fevereiro de 1965 atingiu 8,7 de magnitude e teve seu epicentro nas Ilhas Rat, muito propícias a sismos porque se localizam entre as placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte. Elas são um grupo vulcânico de ilhas integradas nas ilhas Aleutas, no sudoeste do Alasca. Na foto, a destruição causada pelo terremoto em Anchorage, maior cidade do Alasca.
Foto: U.S. Army
Em 1950, entre Índia e China
O terremoto de Assam-Tibete, entre Índia e China em 15 de agosto de 1950, atingiu a magnitude de 8,6 graus na escala Richter. O sismo causou destruição tanto na região de Assam, na Índia, quanto no Tibete, e foi fatal para cerca de 4,8 mil pessoas.
Alasca é área propícia a terremotos
O sul do Alasca fica na fronteira entre a Placa Tectônica Norte-Americana e a Placa do Pacífico. Em 9 de março de 1957, aconteceu nas ilhas Aleutas um terremoto de magnitude 8,6 na escala Richter.
Turquia e Síria: luto e indignação
Milhares de pessoas morreram no terremoto que atingiu a Turquia e a Síria em 6 de fevereiro de 2023, com uma magnitude de 7,8 na escala Richter. As cifras assustam: pelo menos 50 mil mortos, 214 mil prédios desabados ou em estado precário, milhões perderam suas moradias. Ao luto dos sobreviventes, juntou-se a indignação de constatar que, em muitos casos, não foram cumpridas normas de construção.