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Cidade do cinema

Bernd Sobolla (sv)7 de fevereiro de 2009

Berlim não só sedia um dos mais importantes festivais de cinema do mundo, como é também, com duas escolas superiores, um pólo de formação de profissionais da área.

Cartaz de divulgação do Festival de Berlim na Postdamer Platz: Urso de Ouro na mãoFoto: picture-alliance / dpa

"Pobre, mas sexy". É assim que o próprio prefeito da capital alemã, Klaus Wowereit, costuma descrever a cidade. E com razão. Embora o volume de dívidas dos cofres municipais seja enorme, Berlim continua sendo a cidade mais atraente da Alemanha, especialmente quando o assunto é arte e, sobretudo, cinema.

Mais de uma centena de salas

Estúdios Babelsberg: passado gloriosoFoto: dpa Zentralbild

É certo que a metrópole não desempenha no mercado cinematográfico internacional um papel tão importante quanto desempenhava na década de 1920, quando os estúdios de Babelsberg (bairro nos arredores da capital que oficialmente pertence a Potsdam, capital do estado vizinho de Brandemburgo) eram comparáveis à Hollywood de hoje. Mesmo assim não se pode esquecer de Berlim quando se fala de cinema na Alemanha. O mais tardar após a queda do Muro de Berlim em 1989, a cidade começou a resgatar sua condição de pólo cinematográfico.

"A gama de ofertas de salas de cinema na cidade foi a razão que levou à minha decisão de me mudar para cá", admite o diretor Tom Tykwer, , conhecido internacionalmente a partir do sucesso de Corra, Lola, corra (1998). "Além do fato de que senti, logo de cara, uma forte ligação emocional com a cidade. A quantidade de salas era inacreditável. Passei anos a fio vindo para Berlim só para usufruir dos cineclubes que marcavam o estilo da cultura cinematográfica na Alemanha. Isso era no fim dos anos 70, início dos 80, quando eu tinha uns 16 anos. Eu viajava muito para ir ao cinema e achava tudo uma loucura", conta.

Museu do Cinema e da Televisão em BerlimFoto: picture-alliance/ dpa/dpaweb

Museu e escola

Em meados de 1980, Tykwer se mudou de Wuppertal (sua cidade natal no oeste alemão) para Berlim, onde trabalhou como projecionista para depois se transformar num dos mais conceituados cineastas do país. Ele é morador convicto da capital alemã até hoje. O que vale para Tykwer, vale também para muitos outros diretores, roteiristas e atores do país. E as atrações não se reduzem ao alto número de salas de cinema.

Bem no centro de Berlim, na praça Potsdamer Platz, fica também a Filmhaus (Casa do Cinema), um prédio de sete andares que reúne várias instituições ligadas à sétima arte. Entre elas está o Museu do Cinema e da Televisão, que atrai anualmente mais de 100 mil visitantes. E a Cinemateca Alemã, que possui um grande acervo de filmes.

Além do lendário Cinema Arsenal e da Academia Alemã de Cinema e TV, uma das duas escolas superiores da cidade que oferecem graduação em cinema. Bem em frente, fica a sede da Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Festivais e cenários

'Sinfonia de uma metrópole': filme de Walter Ruttmann de 1927Foto: picture-alliance / akg-images

A Berlinale é, ao lado dos festivais de Cannes e Veneza, uma das mais importantes mostras do mundo. Mas Berlim não para por aí quando o assunto é cinema. Durante todo o ano, acontecem na cidade vários outros festivais de pequeno porte, como o Achtung Berlin (Atenção Berlim), por exemplo, que exibe apenas filmes que tenham sido rodados na cidade ou de alguma forma tematizem Berlim. E também o U-Bahn-Filmfestival (Festival de Cinema do Metrô), só de curtas.

Berlim sempre foi também com frequência cenário de muitos filmes. Por vezes, a cidade se transformou, ela própria, em protagonista, como no caso de Sinfonia de uma metrópole (de Walter Ruttmann, 1927, com remake de Thomas Schadt, 2002), de Cabaret (de Bob Fosse, 1972) ou dos mais recentes Sonnenallee (de Leander Hausmann, 1999), Adeus, Lênin (de Wolfgang Becker, 2003) de A vida dos outros (de Florian Henckel von Donnersmarck, 2006).

Excursões e livros

Escola Superior de Cinema e Televisão (HFF), uma das duas da cidadeFoto: picture-alliance/dpa

Na capital alemã, existem até mesmo excursões cinematográficas para turistas interessados. Os guias levam os participantes aos cenários originais de filmes conhecidos e também aos estúdios Babelsberg, onde foram rodados diversos longas, entre os quais Volta ao mundo em 80 dias (de Frank Coraci, 2004) e O pianista (de Roman Polanski, 2002).

Os estúdios de Babelsberg estão entre os mais bem equipados do mundo. E bem ao lado deles fica a Escola Superior de Cinema e Televisão Konrad Wolf, uma das mais antigas instituições de ensino de cinema na Alemanha. E para quem ainda não estiver satisfeito, há ainda uma ampla oferta de literatura cinematográfica sobre a cidade à disposição.

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