Governo da capital apresenta proposta inédita na Alemanha para enfrentar explosão dos aluguéis, cujos valores em média duplicaram nos últimos dez anos. Multa para infratores pode chegar a 500 mil euros.
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O governo local de Berlim aprovou nesta terça-feira (18/06) uma proposta para congelar os aluguéis na cidade por cinco anos. A medida inédita na Alemanha visa enfrentar a recente explosão nos preços dos aluguéis que tem preocupado muitos habitantes da cidade.
Durante anos após a reunificação da Alemanha em 1990, Berlim atraiu artistas, músicos e estudantes também pelo fato de ter habitações mais baratas do que em outras cidades europeias. Somente na última década, cerca de 40 mil pessoas se mudaram para a capital alemã.
Diante do aumento da procura e da venda de imóveis para grandes empresas de capital aberto, Berlim se tornou a cidade da Alemanha onde o preço dos aluguéis mais subiu desde 2008. Em média, o aumento foi de 104%. Entre os moradores da capital alemã, 85% são inquilinos e muitos têm sentido no bolso essa transformação.
Apesar dos aluguéis ainda serem mais baratos do que em Londres ou Paris, Berlim tem taxas de desemprego e pobreza relativamente mais altas, além de uma média salarial baixa, o que dificulta para muitos encontrar uma moradia pagável.
Segundo a secretária estadual de Planejamento Urbano, Katrin Lompscher, a proposta aprovada pelos três partidos que fazem parte da coalizão de governo – Partido Social-Democrata (SPD), Partido Verde e A Esquerda – deve ser votada em outubro pela Assembleia Legislativa. O congelamento deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2020, porém, será retroativo e se aplicaria já a partir desta terça-feira.
A nova lei deve atingir 1,5 milhão de apartamentos e prevê que os aluguéis sejam congelados por cinco anos. Ficam excluídos da mudança apenas imóveis construídos depois da entrada em vigor da regra. Donos de imóveis que infringirem a legislação podem receber uma multa de até 500 mil euros.
A proposta foi criticada por partidos da oposição e empresas do setor imobiliário, que alegam que a iniciativa afastará investidores que desejam construir em Berlim. Depois do anúncio do governo, ações de empresas imobiliárias de capital aberto caíram 1%. Donos de imóveis devem ainda contestar a nova lei na Justiça.
Logo após as primeiras notícias de que o governo avaliava esta proposta, uma associação proprietários na cidade recomendou a todos os seus associados que aumentassem o valor dos aluguéis para barrar a iniciativa. Diversos inquilinos tiveram os aluguéis reajustados nas últimas semanas.
A Alemanha precisa construir pelo menos 350 mil novas residências por ano para suprir a escassez de moradia, que atinge principalmente grandes centros urbanos como Berlim, Hamburgo, Munique e Frankfurt.
Berlim não é a primeira cidade a pensar sobre o congelamento de aluguéis. O SPD já cogitou uma proposta semelhante em nível nacional. Em Munique, ativistas planejam um referendo sobre o tema.
Para tentar conter a especulação imobiliária em Berlim, um grupo planeja ainda uma consulta popular para promover a estatização de apartamentos que pertencem a empresas que possuem mais de 3 mil imóveis na cidade. A maior delas, a Deutsche Wohnen, tem somente em Berlim mais de 114 mil imóveis.
CN/dpa/rtr/ots
CN/dpa/rtr/ots
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Glória e esplendor da Prússia: os belos palácios de Brandemburgo
Impressionantes prédios representam ainda hoje o passado de poder da antiga Prússia, no nordeste da Alemanha. Além de sua residência em Berlim, a família Hohenzollern construiu vários prédios magníficos em Brandemburgo.
Foto: picture-alliance/dpa
Palácio Sanssouci
Pequeno, mas requintado: o Palácio Sanssouci, em Potsdam, era somente a residência de verão de Frederico, o Grande, mas hoje é a estrela entre os castelos da família real prussiana. Sanssouci, palavra francesa que significa "sem preocupações", encanta centenas de milhares de turistas todos os anos graças à localização pitoresca e à sofisticação arquitetônica.
Foto: picture-alliance/C. Wojtkowski
Novo Palácio
Este gigantesco palácio está localizado a poucos metros do Sanssouci. Apesar do tamanho, não é tão conhecido quanto o anterior, embora o esplendor dos cômodos surpreenda os visitantes. O grande complexo, com salões de festas, galerias e apartamentos suntuosamente mobiliados, já serviu como símbolo da Prússia.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Hirschberger
Palácio Charlottenhof
O príncipe herdeiro e mais tarde rei Frederico Guilherme 4º recebeu a casa de verão de presente de Natal do pai em 1825. O arquiteto Karl Friedrich Schinkel e o designer de jardins Peter Joseph Lenné converteram a antiga casa em palácio neoclássico. Assim como os outros dois palácios anteriores, Charlottenhof fica no parque Sanssouci.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene
Palácio Babelsberg
Ao ver Babelsberg, às margens do Havel, o visitante se sente na Inglaterra. O palácio foi construído em estilo neogótico inglês e serviu como residência de verão para o casal real e, mais tarde, imperial Wilhelm 1º e Augusta von Sachsen-Weimar. Nos anos 1860 e 1880, Babelsberg foi um dos lugares mais importantes da vida social e política da Prússia.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio de Mármore
Nos arredores de Potsdam se localiza o Neue Garten (Novo Jardim), um parque paisagístico em modelo inglês, que oferece excelentes vistas dos lagos do Havel. Nesta paisagem romântica, encontra-se o Palácio de Mármore, uma residência de verão do rei Friedrich Wilhelm 2º, revestida de mármore da Silésia.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio Cecilienhof
O Palácio Cecilienhof, que também fica no Neue Garten, foi o último prédio construído pela família Hohenzollern, no estilo de uma casa de campo inglesa. Com o fim da Segunda Guerra, de 17 de julho a 2 de agosto de 1945, ali se escreveu história. No Cecilienhof, as nações vitoriosos se encontraram para a Conferência de Potsdam, que marcou o fim da Segunda Guerra e começo da Guerra Fria.
Foto: picture-alliance/Eventpress
Palácio Caputh
O Palácio Caputh remonta a 350 anos de história. O pequeno prédio do tempo do grande príncipe-eleitor Friedrich Wilhelm de Brandemburgo é uma joia da história da arte, que mantém viva o esplendor da cultura principesca em torno dos anos 1700. Após a venda do prédio, tornou-se uma escola profissionalizante em meados do século 20. Hoje em dia, Caputh é um museu.
Friedrich Wilhelm 1º, conhecido como "Rei Soldado" e pai de Frederico, o Grande, amava Wusterhausen, a sudeste de Berlim. Aqui, ele se preparou para o reinado e, mais tarde, passou felizes dias de outono com a família. No palácio, ele cumpria seus deveres de soberano e também praticava caça.
Foto: picture-alliance/A. Franke
Palácio Paretz
Longe da etiqueta da corte e do esplendor da capital prussiana, Berlim, a rainha Luise passava anualmente os meses de verão com o marido, Friedrich Wilhelm 3º, e os filhos, nesta paisagem isolada perto do rio Havel, em Paretz. Aqui, a 20 quilômetros de Potsdam, eles não apenas desfrutaram da vida familiar, como também vivenciaram uma forma moderna de vida rural.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Settnik
Palácio Oranienburg
Por volta de 1700, o Palácio Oranienburg foi considerado a mais bela das residências reais da Prússia. Sua história começou como propriedade rural da princesa de Oranien-Nassau, que deu seu nome ao local, Oranienburg. Ao longo dos séculos, foi usado e ampliado de várias formas. Hoje, abriga esplêndidas obras, como a prata real e os móveis de marfim, que podem ser vistos no museu do palácio.
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Palácio Rheinsberg
No Palácio Rheinsberg, no lago Grienericksee, Frederico, o Grande, passou seus dias mais felizes como príncipe-herdeiro. Ele gostava de música e artes e criou um museu, ampliado pelo seu irmão. Theodor Fontane também foi inspirado pelo local e em seu diário de viagem "Wanderungen durch die Mark Brandenburg" (Caminhando por Brandemburgo) transformou o palácio em monumento literário.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Schönherr
Testemunhas de uma época
O Reino da Prússia existiu de 1701 a 1918. Um reino perdido que se destacou, sobretudo, pela obediência, cumprimento de ordens e militarismo, bem como pela tolerância e liberdade religiosa. Capacetes típicos e uniformes caracterizam a imagem dessa época. Mas, acima de tudo, ainda hoje são símbolos do Reino da Prússia os espetaculares palácios da família Hohenzollern.