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Berlim deve ganhar museu do exílio

15 de outubro de 2018

Terreno atrás de ruínas da Anhalter Bahnhof deve receber museu dedicado a contar histórias de pessoas que fugiram da repressão nazista. Antiga estação de trem foi ponto de partida de muitos exilados.

Fachada da antiga estação Anhalter, em Berlim
Apenas fachada da antiga estação Anhalter sobreviveu à Segunda Guerra MundialFoto: picture-alliance/Bildagentur-online/Schoening

Da antiga estação de trem Anhalter Bahnhof resta apenas a ruína da fachada onde antigamente ficava sua entrada. Inaugurada em 1841, a estação chegou a ser uma das mais importantes da Europa no início do século 20, até ser destruída por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. De lá, saiam trens para Viena, Budapeste, Roma, Cannes e Paris.

A partir de 1933, a Anhalter Bahnhof serviu como o ponto de partida para o exílio de muitos artistas e políticos perseguidos pelo regime nazista. Entre os mais famosos que fugiram de Berlim e dos horrores do nazismo partindo do local estão os escritores Bertolt Brecht e Heinrich Mann.

A estação também foi usada para deportações forçadas de judeus a partir de 1942. De lá saiam os trens para o campo de concentração em Theresienstadt, hoje na República Tcheca. Mais de 9,6 mil pessoas foram deportadas a partir da Anhalter Bahnhof. Hoje há nas ruínas uma placa em memória dos deportados.

Postal mostra estação Anhalter , no bairro berlinense de KreuzbergFoto: picture-alliance/arkivi

Atrás da fachada em ruínas há uma pequena área verde, e é justamente neste espaço que uma fundação pretende construir um museu do exílio. Estima-se que entre 1933 e 1945 mais de 500 mil alemães e austríacos tenham emigrado para fugir da perseguição nazista, e grande parte deles eram judeus.

O novo museu pretende contar a história desses exilados e mostrar o que a Alemanha perdeu no campo das ciências e das artes ao perseguir essas pessoas. Esse passado deve ser retratado numa exposição interativa. Grandes museus de renome de Berlim, como o Judaico e o de História da Alemanha, já teriam disponibilizado peças a serem emprestadas ao novo museu.

Presidida por um marchand, a fundação que está promovendo o novo museu pretende arcar com todos os custos para a construção do prédio, que deve contar com doações de investidores privados. Os planos agora dependem do aval da prefeitura local, que precisa autorizar a iniciativa e liberar o terreno para a construção. Os iniciadores do projeto estão otimistas e estimam que o Museu do Exílio possa abrir suas portas em 2023.

Clarissa Neher trabalha como jornalista freelancer para a DW Brasil e mora desde 2008 na capital alemã. Na coluna Checkpoint Berlim, publicada às segundas-feiras, escreve sobre a cidade que já não é mais tão pobre, mas continua sexy.

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