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Berlim e Paris perdoam parte da dívida do Iraque

ef17 de dezembro de 2003

EUA saúdam disposição da Alemanha e França de perdoar parte da dívida iraquiana, mas não esclarecem se vão manter a discriminação de firmas dos dois países nos contratos milionários para obras de reconstrução do Iraque.

Baker e Schröder, em BerlimFoto: AP

Após conversações com o enviado dos EUA, James Baker, os adversários da guerra Alemanha e França se dispuseram a perdoar parte das dívidas do Iraque e a renegociar o resto no Clube de Paris, ao qual Bagdá deve US$ 40 bilhões. As conversas do ex-secretário de Estado americano com o chanceler federal, Gerhard Schröder, em Berlim, e com o presidente Jacques Chirac, em Paris, resultaram num consenso para que seja encontrada uma regra que desobrigue o Iraque, ainda em 2004, de pagar os ônus de sua dívida global de aproximadamente US$ 125 bilhões. Deste total, a Alemanha é credora de US$ 4 bilhões e a França, de US$ 3 bilhões.

O chefe de governo alemão concordou em atender o pedido do enviado especial do presidente americano George W. Bush por um alívio da dívida do Iraque, mas esclareceu que isto tem de resultar de um acordo no âmbito do Clube de Paris. A França já havia aprovado conversações neste sentido. Depois de encontrar-se com o presidente Chirac, o ex-secretário Baker disse, na capital francesa, acreditar que possa haver um consenso para que o Clube de Paris aprove um alívio na dívida do Iraque, possivelmente em 2004.

James Baker com o presidente francês, Jacques Chirac, em ParisFoto: AP

Condições para o perdão

- Assim como o governo alemão, o francês prometeu perdoar parte da dívida do Iraque, mas sob determinadas condições. Uma delas seria a criação de um governo soberano no Iraque. Alemanha e França lideraram a resistência à guerra no Iraque e, após o fim dos bombardeios, passaram a exigir um papel maior da ONU na fase de transição no país e uma restituição da soberania iraquiana o mais rápido possível.

Iraque não é pobre

- Entre os 19 credores do Iraque no Clube de Paris, principalmente a Rússia e o Japão são contra um perdão da dívida do Iraque. O ministro russo da Defesa, Serguei Ivanov, havia alegado que "o Iraque não é um país pobre". Entretanto, também a Rússia se dispõe a contribuir para uma solução no âmbito do Clube.

A maior parte da dívida total do Iraque de US$ 125 bilhões é, no entanto, distribuída entre os países árabes. O Produto Interno Bruto (PIB) iraquiano atualmente é calculado em apenas US$ 20 bilhões, embora o país possua as maiores reservas de petróleo do mundo. O presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, calcula que no mínimo dois terços das obrigações do Iraque têm de ser perdoadas para possibilitar a reconstrução do país.

Discriminação de firmas

- O porta-voz do presidente Bush, Scott McClelan, saudou as promessas de Berlim e Paris, mas deixou em aberto se isto pode influenciar a decisão de Washington de excluir firmas alemãs e francesas das licitações para as obras de reconstrução do Iraque, no valor de US$ 18,6 bilhões. "Nós deixamos bem claro que os dólares dos contribuintes americanos vão fluir para os estados que participaram da libertação do povo iraquiano e os que estão ajudando a construir um futuro livre e pacífico", disse ele.

McClelan ponderou, porém, que "estas circunstâncias podem mudar, caso outros estados se juntem aos esforços de aproximadamente 60 países que querem contribuir com a reconstrução do Iraque".

O secretário da Defesa americana, Donald Rumsfeld, admitiu que uma suspensão da discriminação de firmas dos países que foram contra a guerra e não têm tropas de ocupação no Iraque é uma questão de negociações entre as autoridades americanas. Ele disse que a exclusão não foi uma decisão do Pentágono, mas de todas as autoridades importantes do país.

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