Berlim e Roma pedem que Europa combata tráfico humano
22 de abril de 2015Na véspera da cúpula extraordinária da União Europeia sobre o drama dos refugiados no Mediterrâneo, os governos de Alemanha e Itália exigiram uma ação conjunta do bloco para a questão da imigração ilegal e contra o tráfico de pessoas na África.
O ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, mencionou no Parlamento alemão a proposta da Comissão Europeia de duplicação das verbas de resgate a náufragos. "Pode também ser três vezes maior", observou o político.
Ele afirmou, ainda, que a Europa não pode acolher todos os refugiados africanos. "Se é certo que a Europa não pode se isolar, também é certo que a Europa não pode acolher a todos os refugiados que chegam. Nenhuma das duas opções funcionam", frisou.
Além disso, o ministro destacou a importância de "estabilizar a região" de onde procedem a maioria dos refugiados: Norte da África, África Subsaariana e Oriente Médio. "Devemos fazer tudo isso com Europa e pela Europa", concluiu Maizière.
Assim como Maizière, o ministro do Exterior alemão, Frank-Walter Steinmeier, pediu uma "distribuição equitativa" dos refugiados na Europa.
Já o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, afirmou, em discurso no Parlamento, em Roma, que a UE precisa, com apoio da ONU, agir de forma mais ostensiva contra a imigração ilegal nos países de origem dos refugiados.
Ele disse estar confiante de que a UE consiga uma mudança de curso de sucesso em relação ao problema dos imigrantes. E exigiu uma ação conjunta da União Europeia contra o tráfico de pessoas na África.
Os líderes da UE debatem nesta quinta-feira, em Bruxelas, sobre consequências do recente desastre no Mediterrâneo, no qual se estima que até 900 pessoas possam ter morrido em ao viajarem da Líbia para a Itália.
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