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Berlim e Viena pedem 5 bilhões de euros para refugiados

19 de setembro de 2015

Países querem que União Europeia disponibilize ajuda humanitária para nações vizinhas da Síria, com o objetivo de deter o êxodo de migrantes para a Europa. Ministro alemão pede regras de asilo mais rígidas para o bloco.

Refugiados na fronteira entre a Turquia e BulgáriaFoto: Getty Images/AFP/B. Kilic

O vice-chanceler federal e ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, e o chanceler federal austríaco, Werner Faymann, pediram neste sábado (19/09) que a União Europeia disponibilize 5 bilhões de euros para melhorar a situação nos campos de refugiados localizados no Oriente Médio, em face do inverno que começará em breve na região.

Após reunião realizada em Viena, Gabriel e Faymann disseram que o dinheiro para o fundo deveria vir da União Europeia, dos Estados Unidos e dos países ricos do Golfo Pérsico, como a Arábia Saudita. Eles lembram que, caso a ajuda humanitária não seja colocada em prática, ainda mais pessoas tentarão emigrar à Europa.

"Nenhuma fronteira, como também nenhuma cerca neste mundo poderá parar a migração em massa de pessoas", afirmou Gabriel. Ele acrescentou que os EUA, por meio de suas intervenções anteriores no Iraque, carregam "uma responsabilidade significativa" em relação aos refugiados, e que Washington e Moscou necessitam trabalhar juntos.

Faymann declarou que "são necessários 5 bilhões de euros nos próximos meses" e que "a Europa tem que fazer a sua parte". Os governos da Alemanha e Áustria argumentam que o valor pedido contribuiria para resolver parcialmente os problemas de financiamento que enfrentam as agências da ONU, como o Programa Mundial de Alimentos, que se viu obrigado a cortar as provisões fornecidas aos refugiados sírios no Oriente Médio.

Os países vizinhos da Síria, onde a guerra civil já dura quatro anos, receberam milhões de sírios, sobretudo a Turquia, Líbano e Jordânia. Faymann aproveitou a coletiva de imprensa para criticar as cercas que a Hungria está construindo na fronteira com a Sérvia, Croácia e Romênia.

Faymann (esq.) e Gabriel: caso ajuda não seja colocada em prática, mais pessoas tentarão chegar à EuropaFoto: picture-alliance/dpa/H. Punz

Ministro alemão pede fixação de cotas

O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, afirmou que a União Europeia deveria criar uma lei comum de asilo baseada em cotas de refugiados relativamente generosas. Caso essas cotas fossem atingidas, os migrantes restantes seriam enviados de volta para um país seguro na sua região, onde poderiam viver em segurança e sem perseguição.

"Não podemos aceitar que todos os povos em zona de conflito ou de pobreza queiram vir para a Europa ou Alemanha", afirmou Maizière numa entrevista para a revista alemã Der Spiegel, no momento em que milhares de migrantes tentam entrar na Europa e muitos deles procuram a Alemanha.

Croácia desafia a Hungria

Neste sábado, a Croácia enviou vários ônibus com migrantes para sua fronteira com a Hungria, que, por sua vez, os levou para a fronteira com a Áustria. Cerca de 10 mil refugiados são esperados neste sábado pelo governo austríaco.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou que Zagreb segue adiante com o envio de refugiados, mesmo com a posição contrária do primeiro-ministro Viktor Orban, da Hungria, que concluiu no início desta semana uma cerca ao longo da fronteira com a Sérvia para impedir a entrada de refugiados.

O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Peter Szijjarto, acusou neste sábado a Croácia de violar a soberania de seu país ao enviar migrantes para uma passagem de fronteira "sem qualquer tipo de autorização prévia".

FC/dpa/efe/afp/ap/rtr

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