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Berlim ganha nova Biblioteca de Filologia

(rr)21 de setembro de 2005

Planejado pelo renomado arquiteto britânico Norman Foster, o novo prédio reúne as bibliotecas de 11 departamentos de Filologia e devolve à Universidade Livre de Berlim o brilho que ela veio perdendo ao longo dos anos.

Foster na inauguração do prédio, que custou 18,5 milhões de eurosFoto: dpa

Berlim ganhou mais uma atração arquitetônica e os estudantes da Universidade Livre de Berlim, um grande presente: uma nova Biblioteca Central de Filologia, que devolve ao edifício central da universidade, onde estão instaladas as faculdades de Ciências Humanas, um pouco do brilho dos velhos tempos.

Situado no bairro de Dahlem, no sudoeste da cidade, o campus da Universidade Livre mantém um quieto charme, escondido entre árvores e cercado de gramados. Segundo o jornal Berliner Zeitung, "há tempos a universidade se tornou uma espécie de parque de exposições da arquitetura do pós-guerra".

Restauração de quase 60 milhões de euros

Em 1973, ano da inauguração do edifício que a cerca – todo planejado em aço pelos arquitetos Georgis Candilis, Shadrach Woods, Manfred Schiedhelm e Alexis Josic em 1963 –, o prédio foi considerado revolucionário e havia quem o amasse e quem o odiasse. No entanto, no começo dos anos 90, ele tinha não apenas adquirido uma cor de ferrugem, conforme planejado, mas toda sua estrutura havia enferrujado.

Vista externa da nova biblioteca, apelidada pelos estudantes de 'cérebro'Foto: dpa

A princípio, em grande parte devido à difícil situação financeira da capital, foram feitos diversos estudos para avaliar como se podia evitar sua demolição e a construção cara de um novo substituto. Antes de mais nada, foram retirados seis mil metros cúbicos de amianto, para que o prédio pudesse continuar a ser usado. Só isso custou quatro milhões de euros. No total, a restauração custou 59,3 milhões de euros, metade financiados pela prefeitura local e metade pelo governo federal. Do total, 18,5 milhões foram destinados à construção da nova biblioteca.

Em 1997, o renomado arquiteto Norman Foster – o mesmo que já havia desenhado a cúpula do Reichstag, o prédio do Parlamento alemão – venceu um concurso internacional e foi encarregado de planejar a construção da biblioteca unificada de filologia. Depois de muitas considerações, ele optou por implantá-la em um pátio interno da universidade, conectado apenas através de duas pontes com dois corredores do prédio que a cerca.

Revestimento externo duplo

Foster começou então a substituir o revestimento exterior em aço por painéis de bronze, porém mantendo os detalhes da estrutura interna. Uma preocupação foi criar uma certa harmonia entre o anguloso edifício antigo e a nova cúpula vítrea, que é composta por um revestimento duplo: internamente, ela é forrada por uma membrana de tecido branco, às vezes propositadamente mantida transparente para expor a treliça amarela que a sustenta. O revestimento externo é composto por painéis de alumínio e vidro.

A biblioteca vista de dentroFoto: dpa

Esse invólucro duplo oferece proteção ao calor e ao frio, ao mesmo tempo em que permite iluminação e ventilação naturais. Em caso de vento, abrem-se portinholas controladas por computador. Em dias frios, não é necessário acionar a calefação: um sistema de aquecimento do piso, através do qual o calor é transmitido pela circulação de líquidos aquecidos em tubos de borracha colocados sob o chão, ajuda a manter a temperatura amena. Da mesma forma funciona a refrigeração do prédio.

Internet sem fio

Internamente, a biblioteca possui cinco níveis, nos quais já estão armazenados 700 mil livros e ainda há espaço para outros 100 mil volumes. Com cerca de 6300 metros quadrados de área útil, a biblioteca possui 636 mesas de trabalho, boa parte delas com acesso sem fio à internet e proteção para computadores portáteis.

No novo prédio, estão reunidas 11 bibliotecas antes situadas nos respectivos institutos, entre elas as de Filologia Alemã, Literatura Comparada e Estudos Latino-americanos e da América Antiga.

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