Berlim planeja gastar 93,6 bi de euros com refugiados
14 de maio de 2016
Citando cálculos do Ministério das Finanças da Alemanha, revista "Der Spiegel" afirma que governo do país pretende destinar verba bilionária ao acolhimento de migrantes e ao combate à crise migratória até 2020.
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O governo alemão espera gastar cerca de 93,6 bilhões de euros (por volta de 375 bilhões de reais) até o fim de 2020 com custos relacionados à crise dos refugiados, informou neste sábado (14/05) a revista alemã Der Spiegel, citando documento do Ministério das Finanças, preparado para as negociações com os 16 estados alemães.
A revista informou que os cálculos do Ministério das Finanças incluem não apenas os custos de acomodação e integração dos refugiados, mas também o combate às razões pelas quais as pessoas fogem das regiões de risco.
Para os benefícios sociais concedidos a requerentes de asilo reconhecidos oficialmente deverão ser destinados 25,7 bilhões de euros. Para cursos de idioma e assistência de integração à vida profissional serão gastos 5,7 bilhões e 4,6 bilhões de euros, respectivamente, escreveu a Der Spiegel. De acordo com as informações, os custos anuais com os migrantes vão passar de cerca de 16,1 bilhões para 20,4 bilhões de euros em 2020.
Para suas projeções, os funcionários do Ministério das Finanças em Berlim partiram do pressuposto de que, em 2016, por volta de 600 mil refugiados chegarão à Alemanha, no ano que vem deverão ser 400 mil e, em 2018, por volta de 300 mil. De acordo com a estimativa, 55% daqueles reconhecidos oficialmente como refugiados conseguem um posto de trabalho após cinco anos.
O montante a ser gasto pelo governo alemão, anunciado pela Der Spiegel, deve atrair críticas particularmente dos movimentos anti-imigração quanto ao impacto da chegada de migrantes à maior economia da Europa. A Alemanha recebeu mais de um milhão de refugiados no ano passado, a maioria da Síria e de outras zonas de guerra.
CA/rtr/kna
Viagem à Europa da perspectiva de refugiados
Exposição em Hamburgo mostra longa jornada do ponto de vista dos migrantes, resultado do projeto #RefugeeCameras. Risco, desamparo e raros momentos de alegria permeiam as imagens.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Partida sem volta?
Em dezembro de 2015, o alemão Kevin McElvaney entregou 15 câmeras descartáveis e envelopes pré-selados a migrantes em Izmir, Lesbos, Atenas e Idomeni. Sete retornaram ao jovem fotógrafo e fazem parte do projeto #RefugeeCameras. Zakaria recebeu sua câmera em Izmir. O sírio fugiu do "Estado Islâmico" e do regime Assad. Em seu diário de fuga, ele escreve que só Deus sabe se ele voltará à Síria.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Travessia de bote
Zakaria documentou sua viagem marítima da Turquia até a ilha grega de Chios. Ele ficou sentado na parte de trás do bote. Na exposição em Hamburgo, as imagens feitas por refugiados são complementadas por uma seleção de fotos tiradas por profissionais, que ajudaram a montar a representação das rotas de fuga. Todos eles doaram suas obras para apoiar o projeto.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Chegada perigosa
Hamza e Abdulmonem, ambos da Síria, fotografaram a perigosa chegada de seu barco a uma ilha grega. Não havia voluntários para recebê-los. Foi justamente isso que McElvaney tinha em mente quando lançou a #RefugeeCameras. Segundo o jovem fotógrafo, até agora a mídia proporcionou somente um "vazio visual" a esse respeito.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sobrevivendo ao mar
Após o desembarque, vê-se um menino com roupas molhadas e colete salva-vidas numa praia. A imagem faz recordar Aylan Kurdi, o pequeno garoto sírio cujo corpo sem vida foi encontrado no litoral turco em setembro de 2015. A criança nesta foto conseguiu chegar viva à Europa. O seu destino é desconhecido.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Sete câmeras
Hamza e Abdulmonem também tiraram esta foto instantânea levemente desfocada de um grupo de refugiados fazendo uma pausa. Das 15 câmeras que McElvaney entregou, sete retornaram, uma foi perdida, duas foram confiscadas, e duas permaneceram em Izmir, onde seus donos ainda estão retidos. As três câmeras restantes estão desaparecidas – assim como seus proprietários.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Família em foco
Dyab, um professor de Matemática sírio, tentou registrar alguns dos melhores momentos de sua viagem até a Alemanha. Na foto, veem-se sua esposa e seu filho pequeno, Kerim, que nos mostra um pacote de biscoito que recebeu num campo de refugiados macedônio. A imagem revela a profunda afeição de Dyab por seu filho, diz McElvaney: "Ele quer cuidar dele, mesmo na árdua viagem que foi forçado a seguir."
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Do Irã à Alemanha
A história de Said, do Irã, é diferente. O jovem teve de deixar seu país, depois de ter se convertido ao cristianismo. Ele poderia ter sido preso ou morto. Para ser aceito como refugiado, ele fingiu ser afegão. Após a sua chegada à Alemanha, ele explicou sua situação, para a satisfação das autoridades. Ele vive agora – como iraniano – em Hanau, no estado de Hessen.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Não apenas selfies
Said tirou esta foto de um pai sírio e seu filho num ônibus de Atenas a Idomeni.
Foto: Kevin McElvaney/ProjectRefugeeCameras
Momento de alegria
Em outro registro feito por Said, um voluntário que trabalha num campo de refugiados em algum lugar entre a Croácia e a Eslovênia brinca com um grupo de crianças, que tentam imitar seus truques.