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Berlim promete apoio a Mianmar

29 de abril de 2012

Ministro alemão do Exterior promete à Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi apoio à democracia em Mianmar. Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, também visitam o país.

Foto: picture alliance/dpa

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, prometeu neste domingo (29/04) que a Alemanha apoiará Mianmar em seu caminho à democracia, afirmando que o país está disposto a prestar ampla ajuda ao povo do país após o fim da ditadura militar. A declaração foi feita após um encontro em Rangun com a Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi.

Westerwelle declarou que, para isso, deverão ser ainda aprovadas reformas em prol de maior liberdade, democracia e do Estado de Direito. "Sabemos que isso ainda não é garantido”, ponderou o ministro. Durante a ditadura militar, o segundo maior país do sudeste asiático esteve durante décadas isolado internacionalmente. Suu Kyi, a mais importante líder da oposição, esteve presa até novembro de 2011, num total de 15 anos em regime de prisão domiciliar. Em 1° de abril último, ela conquistou um mandato de deputada, passando a integrar o Parlamento com seu partido, a Liga Nacional para Democracia (LND).

Westerwelle condicionou apoio à implementação de reformasFoto: AP

A líder, de 66 anos, salientou que o processo de reformas no país ainda não é irreversível. "Não podemos ter certeza de que aqueles que estão no poder, incluindo o Exército, estão determinados a prosseguir neste curso", disse Suu Kyi. Ela pediu ajuda alemã especialmente para o desenvolvimento da infraestrutura, como água potável, eletricidade e estradas. O país, apesar de sua riqueza mineral, é um dos mais pobres do mundo.

Sanções suspensas

Sob o novo presidente, Thein Sein, Mianmar iniciou em março de 2011 uma série de reformas de abertura política, incluindo a libertação de muitos presos políticos e uma política de reconciliação com as minorias. Em função disso, a Alemanha e outros países da UE suspenderam há uma semana grande parte de suas sanções, as quais podem retornar, caso haja retrocesso. Desde o fim de semana, a UE voltou a manter uma representação no país.

Suu Kyi e Catherine Ashton se encontraram no sábadoFoto: Reuters

A ONU e a UE também saudaram as mudanças políticas em Mianmar através de visitas de representantes do alto escalão ao país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, já desembarcaram em Mianmar. Ban se encontrará nesta segunda-feira (30/04) com o presidente Thein Sein e discursará como primeiro representante internacional no Parlamento do país. Na terça-feira, ele pretende se encontrar pela primeira vez com Suu Kyi.

Ashton disse, após um encontro com Suu Kyi, no sábado (28/04), que a abertura política de Mianmar se tornou "irreversível". Ela, no entanto, observou que o "processo de transformação" vai levar algum tempo. A representante da UE também se reúne na segunda-feira com o presidente Thein Sein na capital Naypidaw.

MD/dpa/afp
Revisão: Soraia Vilela

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