Berlim retira cartaz em que idosa mostra dedo do meio
16 de outubro de 2020Berlim retirou de circulação nesta quinta-feira (15/10) um cartaz visando estimular o uso de máscaras protetoras, em que uma senhora idosa mostra o dedo do meio para quem se recusa a acatar a medida.
Na terça-feira, a empresa de marketing turístico Visit Berlin e o Departamento de Economia do Senado da capital haviam lançado a peça de campanha intitulada "Nós respeitamos as regras anticoronavírus", enfatizando a importância de salvaguardar a saúde dos mais idosos.
Acima da foto da sisuda velhinha, lia-se: "O dedo indicador levantado para todos sem máscara", numa referência à expressão em alemão indicando reprovação. A ironia era que o dedo mostrado era o médio, também conhecido como Stinkefinger (dedo fedorento).
No entanto o cartaz provocou críticas nas redes sociais, sendo tachado de ofensivo por alguns. O prefeito de Berlim, Michael Müller, o classificou de "constrangedor" e, à emissora local RBB, fez questão de frisar que o Senado da capital não encomendara tal campanha de informação pública.
"Haveria meios mais felizes de atrair a atenção para a urgência da situação", comentou o político do Partido Social-Democrata (SPD), referindo-se ao pico de novas infecções na metrópole, cujos habitantes estão proibidos de viajar a diversas regiões da Alemanha.
Lorenz Maroldt, editor-chefe do jornal berlinense Tagesspiegel, igualmente se opôs ao cartaz: "A aplicação das portarias anticoronavírus não funcionou muito bem em Berlim. Então o Senado está tentando com xingamento do público."
O deputado Marcel Luthe, recém-afastado do Partido Liberal Democrático (FDP), revelou ter apresentado queixa formal à polícia contra o cartaz, alegando que ele incitava ao ódio contra quem não pode usar máscaras, como crianças pequenas e portadores de patologias.
O porta-voz da Visit Berlin Christian Tänzler argumentou que a peça publicitária pretendeu evocar o senso de humor seco típico de Berlim, assim como sua fama de excêntrica entre as cidades alemãs. "É uma imagem provocadora", admitiu, acrescentando que a campanha prossegue, mas o poster será excluído.
AV/rtr,dpa