Berlim teme que emendas da UE gerem nova onda migratória
Natalie Müller av
13 de janeiro de 2018
Governo alemão vê perigo de que reforma da Convenção de Dublin provoque grande crescimento de reuniões familiares entre refugiados, anulando limites de imigração pré-estabelecidos pelos governos nacionais.
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O governo alemão teme que a emenda planejada pelo Parlamento Europeu à assim chamada Convenção de Dublin acarrete o acolhimento de um grande número adicional de refugiados no país, noticiou neste sábado (13/01) o semanário Der Spiegel.
A Convenção de Dublin prescreve que solicitantes de asilo se registrem no primeiro Estado por onde entrem na União Europeia, cabendo a este a responsabilidade de processar o requerimento. Caso a reforma passe, no entanto, essa responsabilidade se transferiria para o país europeu onde viva qualquer familiar do refugiado.
Sob esse novo regulamento, "a Alemanha teria que acomodar bem mais candidatos a asilo", aponta um memorando do Ministério do Interior de Berlim, citado pelo periódico. Qualquer teto máximo estipulado para a admissão de migrantes seria assim "anulado".
O Parlamento Europeu apresentou seu projeto de reforma em novembro último, junto com outras mudanças nas regras para asilo. A legislação tem que ser aprovada pelo Conselho Europeu, composto pelos chefes de governo dos Estados-membros da UE.
Pomo da discórdia na coalizão em Berlim
A política para os refugiados – em especial direito deles de trazer as próprias famílias para a segurança em solo europeu – tem sido um ponto central de discordância entre a legenda da chanceler federal, Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU), e o Partido Social-Democrata (SPD). Após quatro meses de impasse, esses dois maiores partidos da Alemanha concordaram nesta sexta-feira em iniciar negociações formais para a eventual manutenção da coalizão de governo em Berlim.
Caso aprovadas, as novas regras europeias de imigração poderão minar os esforços da conservadora CDU e sua irmã bávara, a União Social Cristã (CSU), em restringir as reuniões familiares para os refugiados, no diálogo com os social-democratas.
O atual governo, formado por esses três grandes partidos, suspendera as reuniões familiares para os refugiados com "status restrito de proteção". O novo esboço para negociações de coalizão limita em mil o número de pessoas admitidas por mês no país em regime de reunião familiar, e entre 180 mil e 220 mil o total de solicitantes de asilo aceitos por ano.
Devido à acirrada discórdia sobre o assunto entre os países-membros da UE, há dúvidas de que as emendas venham a passar. Um dos principais pomos de discórdia segue sendo a implementação de quotas para acolhimento dos migrantes vinculativas para todos os países-membros do bloco, visando aliviar os mais sobrecarregados, como a Grécia e a Itália.
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2017 em 17 imagens
Crise migratória, Da Vinci, ameaça nuclear, #Me Too e – como não? – Trump: esses são apenas alguns eventos de um ano cheio de momentos decisivos. Veja as melhores imagens de 2017.
Foto: Reuters/P. Noble
Destino incerto
Esta mulher rohingya sobreviveu à perigosa travessia do Golfo de Bengala num barco, fugindo da violência e repressão em sua terra natal, Myanmar. Agora na vizinha Bangladesh, seu futuro segue incerto, assim como o de 600 mil outros integrantes da minoria muçulmana que deixaram o país budista desde agosto. A ONU classifica a situação dos rohingya em Myanmar como "limpeza étnica".
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Em pânico
Pai e filho tentam escapar do terror na cidade iraquiana de Mossul. Durante mais de três anos, o grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) controlou a cidade, assim como outros territórios no Iraque e na Síria. Nos últimos meses de 2017, os terroristas sofreram duras perdas. Desde julho, também o antigo reduto Mossul está novamente em poder do governo iraquiano.
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Sem se deixar abalar pelas sanções da Organização das Nações Unidas, o líder norte-coreano Kim Jong-un continuou testando seus mísseis em 2017. O sexto e, até agora, mais potente teste de armamento nuclear transcorreu em setembro. As tensões entre a Pyongyang e Washington se agravaram desde que análises mostraram que os mísseis da Coreia do Norte poderiam atingir o território dos Estados Unidos.
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Fim de uma era: sob pressão dos militares e do próprio partido, Robert Mugabe, de 93 anos, teve que abdicar da presidência do Zimbábue. O Parlamento nacional comemora. Desde a independência do país africano em relação ao Reino Unido, em 1980, ele se mantinha no poder à custa de fraudes eleitorais e violência.
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Condenado
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Revoltosos
O presidente Nicolás Maduro tentou conter com canhões de água e violência policial os venezuelanos que protestavam contra o autoritarismo do governo. Em julho, ele destitui a Assembleia Nacional, dominada pela oposição centrista, e estabeleceu um parlamento alternativo. A crise econômica e humanitária da Venezuela perdura.
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Após quase quatro anos de pausa, a oposição está de volta na Rússia. Através das redes sociais, o líder oposicionista Alexei Navalny mobilizou em março dezenas de milhares de russos a protestarem nas ruas contra a corrupção na presidência de Vladimir Putin. A polícia prendeu centenas de manifestantes.
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A atriz Rose McGowan foi uma das primeiras a denunciar publicamente o magnata hollywoodiano Harvey Weinstein por abuso sexual, desencadeando uma onda de indignação e demissões. Desde então, milhares de mulheres e homens vêm divulgando suas experiências com assédio e avanços sexuais, sob o hashtag #MeToo.
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"Intencionalmente falsas" foi como o presidente americano, Donald Trump, e seu então porta-voz, Sean Spicer, tacharam as notícias sobre o número de espectadores na posse do republicano – apesar das fotos provando haver muito mais gente presente quando Barack Obama assumiu o cargo, oito anos antes (dir.). Assim se lançava uma das inúmeras controvérsias deste menos de um ano de presidência Trump.
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Cheios de ódio
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Sorriso corajoso
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Uma semana após o referendo sobre a independência da Catalunha, jovens se manifestam em Barcelona pela unidade da Espanha. Antes, o governo em Madri tentara impedir com meios policiais a controvertida consulta popular sobre a independência catalã. Repetidamente, milhares têm ido às ruas, para se expressar contra ou a favor de uma divisão do Estado espanhol.
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De passagem
Os icebergs que boiam pela "Alameda dos Icebergs" no Canadá, em direção ao sul, são uma atração turística – e arautos do avanço contínuo da mudança climática global. Pois, mesmo que seja normal elas passarem pela costa da Terra Nova, todas as primaveras, as formações de gelo estão ficando maiores e mais numerosas, e chegam cada vez mais cedo. Os climatologistas estão apreensivos.
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Proibidos, expostos, lidos
O "Parthenon dos Livros" da artista argentina Marta Minujín foi foco de atração na mostra Documenta 14, na cidade alemã de Kassel. Decorando sua fachada, 67 mil livros que, em alguma parte do mundo, foram ou são proibidos. Ao fim, eles foram distribuídos entre os visitantes da exposição internacional de arte contemporânea. Pela primeira vez, partes da Documenta também foram expostas em Atenas.
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Arte valiosa
Foi o maior preço já pago por um quadro: "Salvator Mundi" de Leonardo da Vinci (1452-1519) foi leiloado por 450 milhões de dólares. Com 45 cm x 65 cm, trata-se de uma das apenas 20 pinturas inequivocamente atribuídas ao gênio italiano. Segundo a casa de leilões Christie's, o comprador foi o Ministério da Cultura dos Emirados Árabes Unidos. A obra será exposta no novo Museu do Louvre em Abu Dhabi.
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Legendário
Durante anos o corredor americano Justin Gatlin foi rival de Usain Bolt (dir.). E não deixou de prestar homenagem ao jamaicano em Londres, na despedida deste do atletismo – depois de tê-lo vencido. Bolt ganhou nove medalhas olímpicas de ouro, sendo, até hoje, o único atleta a correr os 100 metros em menos de 9,6 segundos.