Por melhor rentabilidade, o Hertha planeja ter uma arena própria a partir de 2025. Local favorito é nos arredores do Estádio Olímpico, construído pelo regime nazista e onde o clube manda seus jogos desde 1963.
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O Hertha Berlim divulgou planos de deixar o Estádio Olímpico de Berlim e passar a mandar seus jogos numa arena própria a partir de 2025. A nova casa do clube da capital alemã deve ter capacidade para 55 mil torcedores. O local favorito escolhido pela direção do Hertha é justamente do lado do icônico estádio, construído pelo regime nazista para os Jogos Olímpicos de 1936.
Depois de estudar 52 localidades diferentes em Berlim, a escolha foi reduzida para dois pontos na cidade: o favorito do clube, dentro do complexo esportivo onde está localizado o Estádio Olímpico; e o parque Brandemburgo, cerca de nove quilômetros ao sul dos limites da capital alemã, que, pela distância, tem a resistência de parte da torcida.
"Para um jogo da Bundesliga, que representa 95% das nossas operações de jogo, o Estádio Olímpico não é mais adequado e moderno", disse o presidente do Hertha Berlim, Werner Gegenbauer.
O clube apresenta uma média de público de 50 mil torcedores por partida. Com isso, o estádio com capacidade para quase 75 mil torcedores ostenta uma média de apenas 64% de sua capacidade – a média de lotação dos jogos da Bundesliga é de 92%.
"O Hertha foi obrigado a construir um novo estádio por razões econômicas, com o percentual de lugares usados, melhor rentabilidade e possibilidades mais atraentes de marketing. Esta é a única forma de nos mantermos economicamente competitivos", disse o diretor-geral do clube, Ingo Schiller.
Com o lema "íngreme, perto, alto [som]" o Hertha espera fornecer a seus torcedores uma "experiência mais intensa de futebol" em sua nova casa. A nova arena será construída estritamente com receitas privadas. O clube pretende angariar junto a investidores o estimado montante de 150 milhões de euros.
O Hertha Berlim é o único clube da Bundesliga que não atua num estádio de uso apenas para o futebol. Desde 1963 o clube manda seus jogos no Estádio Olímpico. O contrato de uso se encerra justamente em 2025.
O icônico Estádio Olímpico foi construído pelos nazistas para os Jogos Olímpicos de 1936. Quando o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu Berlim como sede dos Jogos, em 1931, o então governo alemão pretendia reformar o antigo Estádio Olímpico, que ficava no bairro de Charlottenburg. Mas quando os nazistas chegaram ao poder, em 1933, decidiram usar os Jogos Olímpicos como ferramenta de propaganda e optaram por construir um imenso complexo esportivo, o Reichssportfeld.
Oo Estádio Olímpico chegou a acomodar 110 mil espectadores. O momento mais emblemático vivido no estádio foi provavelmente gerado pelo velocista americano Jesse Owens. O atleta negro desafiou os planos de Adolf Hitler de propagar uma superioridade ariana no esporte e conquistou quatro medalhas de ouro, sendo coroado o atleta mais vitorioso dos Jogos de 1936.
Posteriormente, o Estádio Olímpico foi usado por Hitler para discursos. Durante a Segunda Guerra, a empresa Blaupunkt operou nos porões do estádio uma fábrica de detonadores. Os porões também foram usados como abrigo em dias de ataques aéreos. Já próximo do fim da guerra, ocorreram combates entre alemães e soviéticos nos arredores do complexo esportivo.
PV/dw/ots
Tschö, Poldi!
O jogo de número 130 e seu 49º gol pela seleção alemã marcou a despedida de Lukas Podolski. Com a "Nationalmannschaft", Poldi foi campeão do mundo no Brasil. Mas o que vai fazer falta mesmo é a figura insubstituível.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Becker
Gol marca a despedida da "Mannschaft"
Em seu último jogo pela seleção alemã, "Poldi", como é carinhosamente chamado, marcou o único gol no amistoso contra a Inglaterra, em Dortmund, aos 24 min do segundo tempo. Ele encerrou a carreira marcando seu 49º gol pela seleção da Alemanha.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Thissen
Estreia com o pé... esquerdo
Em 2003, Lukas Podolski estreou na Bundesliga defendendo o clube da sua cidade, o Colônia. O jovem de 18 anos marcou 12 gols naquela temporada do Campeonato Alemão, quase todos com seu precioso pé esquerdo. Sua receita de sucesso: "Mete pra dentro, feito e vamo pra casa."
Foto: picture-alliance/Pressefoto Ulmer/B. Hake
O garoto de Colônia
Podolski nasceu na Polônia, mas cresceu em Bergheim, a cerca de 20 quilômetros de Colônia. Ele próprio define a metrópole renana como "minha adorada cidade". Não importa que clube esteja defendendo – Podolski sempre envia uma lembrança para os colonianos, que agradecem e o chamam de "Prinz Poldi", ou Príncipe Poldi.
Foto: dapd
Tabelinha sozinho?
Podolski gosta de lembrar de sua infância e dos jogos de futebol nas ruas de Bergheim. A fama chegou cedo para ele, e suas primeiras entrevistas são lendárias graças a declarações como: "Tabelinha sozinho? Esquece!".
Foto: picture-alliance/dpa/S. Simon
Jovem talento
A primeira partida de Podolski pela seleção alemã foi um amistoso contra a Hungria, preparativo para a Eurocopa, em junho de 2004. A Alemanha perdeu de 2 a 0. O então técnico, Rudi Völler, colocou Podolski em campo nos últimos 15 minutos. Com 19 anos e dois dias de idade, ele é o terceiro jogador mais jovem a estrear na seleção, depois de Uwe Seeler e Olaf Thon.
Foto: Getty Images/Bongarts/C. Koepsel
Lugar garantido na seleção
O sucessor de Völler no comando da seleção alemã, Jürgen Klinsmann, apostou em jogadores jovens, como Podolski. Na Copa das Confederações de 2005, na Alemanha, o jovem talento marcou três gols - contra Austrália, Brasil e México - e conquistou seu lugar na seleção.
Foto: Getty Images/AFP/T. Silz
Parceria
Na Copa de 2006, disputada na Alemanha, uma das diversões extra-campo dos torcedores alemães eram as provocações entre Podolski e Bastian Schweinsteiger. O penteado de Schweinsteiger? "Levou 15 minutos pra ficar pronto, como dá pra ver", comentou Poldi. Anos depois, Schweinsteiger definiu assim Podolski: "Uma pessoa que ocupa um lugar especial na minha vida."
Foto: picture-alliance/dpa/A. Hassenstein
Banho de cerveja
Em 2006, Podolski trocou o Colônia pelo Bayern de Munique, o clube de Schweinsteiger. O renano nunca se adaptou bem à nova equipe. A imprensa acabou definindo os três anos dele na capital bávara como "um grande equívoco". Pelo menos ele foi campeão alemão e da Copa da Alemanha em 2008. Para o tradicional banho de cerveja na celebração do título, Poldi escolheu – claro – o seu parceiro "Schweini".
Foto: picture-alliance/Sven Simon
Tapão na orelha
Michael Ballack era o capitão da seleção alemã há muitos anos, mas estava longe de ser uma unanimidade. Nenhum momento deixou isso mais claro do que o tapão que Podolski deu na orelha do "Capitano" em 2009, durante um jogo das eliminatórias contra o País de Gales. "Eu pedi desculpas", disse Podolski mais tarde. "Foi um erro que eu não deveria ter cometido."
Foto: picture-alliance/ dpa
Confiança do técnico
Podolski sempre pôde contar com Joachim Löw. O técnico da seleção o convocava, não importa a fase pela qual estivesse passando no seu clube. Podolski agradecia jogando bem – e ajudando a levantar a moral da equipe.
Foto: picture-alliance/dpa
A volta do filho pródigo
Em 2009, Podolski voltou para o Colônia. O então prefeito da metrópole disse que o atacante "é do clube assim como a catedral é da cidade". Mas Podolski não correspondeu às elevadas expectativas dos torcedores e não conseguiu retomar os seus velhos tempos de glória.
Foto: dapd
Semana inglesa
Depois de três anos não muito bem sucedidos no Colônia, Podolski foi para o Arsenal em 2012. Na Premier League, ele reencontrou a velha forma e, em 2014, ajudou o novo clube a ganhar a Copa da Inglaterra. "O lado bom de jogar na Inglaterra é: temos muitas semanas inglesas [na Alemanha, uma semana inglesa é aquela que tem jogos também no meio da semana]", disse Podolski, com um sorriso nos lábios.
Foto: Reuters
Campeão do mundo
Podolski alcançou o ápice da sua carreira em 13 de julho de 2014, quando se tornou campeão do mundo com a seleção alemã. Ele jogou apenas 53 minutos no torneio disputado no Brasil, mas sua importância para o espírito de equipe daquele grupo foi bem maior.
Foto: AFP/Getty Images
Sobre coçar o saco
Podolski nunca perde o humor. Ele foi responsável pelo ponto alto em termos humorísticos da Eurocopa de 2016. Numa entrevista para a imprensa, defendeu o técnico Joachim Löw, que havia sido flagrado por uma câmera metendo a mão dentro da calça durante uma partida. "Oitenta porcento de vocês e eu damos uma acariciada no saco de vez em quando."
Foto: picture-alliance/GES-Sportfoto/M. Gilliar
Cinco gols
Em 2015, Podolski trocou o Arsenal pela Inter de Milão e depois foi para o Galatasaray, de Istambul. Ele se tornou um dos ídolos dos torcedores do clube turco. Em janeiro, marcou cinco gols na vitória de 6 a 2 sobre o Akhisar Belediyespor, levando a torcida ao delírio. No meio do ano, Podolski vai jogar no Japão, no Vissel Kobe.
Foto: picture-alliance/AA/O. Coban
Poldi só existe um
Podolski é aquilo que se chama de uma figura – igual a ele, só ele. "Hoje parece que só querem jogadores comandados por computador, jogadores de catálogo", comentou o atleta de 31 anos. "Assim fica difícil aparecer uma figura. O que é uma pena, pois são essas figuras que fazem o futebol." Figuras únicas e inesquecíveis como ele: "Tschö, Poldi", como se diria no dialeto de Colônia.