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Berlinale exige soltura de iraniano vencedor do Urso de Ouro

9 de julho de 2022

Crítico do governo iraniano, Mohammad Rasoulof foi preso após apoiar manifestantes em postagem em rede social. Cineasta levou prêmio máximo do festival em 2020, mas, com passaporte confiscado, não pôde viajar a Berlim.

Os diretores iranianos Mohammad Rasoulof e Mostafa al-Ahmad
Mohammad Rasoulof e o também diretor Mostafa al-Ahmad foram presos na sexta-feira após postagem nas redes sociaisFoto: eghtesadnews

O Festival de Cinema de Berlim, a Berlinale, expressou neste sábado (09/07) sua indignação com a prisão no Irã do cineasta Mohammad Rasoulof, vencedor do principal prêmio do festival em 2020.

Rasoulof foi preso na sexta-feira, junto com seu colega Mostafa al-Ahmad, após uma postagem nas redes sociais. Eles foram acusados de incitar a população a se manifestar contra o regime.

"É chocante que artistas sejam presos por sua oposição pacífica à violência", afirmaram Mariette Rissenbeek e Carlo Chatrian, que comandam a Berlinale. "Exigimos que as autoridades iranianas libertem imediatamente os dois diretores."

Crítico do regime

Rasoulof ganhou o Urso de Ouro de melhor filme na Berlinale em 2020 com o longa Não há mal algum. A obra aborda questões sociais no Irã e foi considerada uma crítica ao regime teocrático.

O cineasta iraniano divide seu tempo entre Teerã e a cidade de Hamburgo, na Alemanha. Apesar de ter sido proibido pelo governo iraniano de trabalhar na indústria do cinema, ele continuou a fazer filmes.

Seu passaporte foi confiscado em 2017 após seu filme Lerd ter estreado naquele ano no Festival de Cinema de Cannes, na França. Por esse motivo, com o documento ainda retido em 2020, ele não pôde deixar o Irã e viajar a Berlim para receber o Urso de Ouro pessoalmente.

Protestos após desabamento de prédio

A postagem em rede social que levou à prisão dos dois cineastas envolvia uma carta conjunta pedindo às forças de segurança que "depusessem suas armas" em resposta aos protestos em massa na cidade de Abadan, no sudoeste do Irã, após o colapso de um prédio em 23 de maio que deixou 43 mortos.

Os manifestantes pediam que os responsáveis pelo desabamento sejam processados. A polícia reprimiu a dissidência com gás lacrimogêneo, tiros de advertência e prisões.

A indignação pública também foi alimentada pelo aumento dos preços no país, com alguns cidadãos condenando o fracasso do regime em avançar em direção ao fim das sanções impostas pelos Estados Unidos, com o retorno ao acordo nuclear de 2015.

"Em meio ao incidente comovente no Metropol de Abadan, [os cineastas] se envolveram em incitar distúrbios e perturbar a segurança psicológica da sociedade", disse a agência de notícias estatal iraniana Irna.

Mostafa Tajzadeh, um proeminente crítico do governo e ex-ministro, também foi preso na sexta-feira por acusações semelhantes.

ek (dpa, KNA, AFP, Reuters)

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