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Bernie Sanders anuncia apoio a Biden

13 de abril de 2020

Senador, que desistiu de disputar Presidência dos EUA, disse que Partido Democrata precisa de unidade contra Trump. "Devemos nos unir para derrotar o mais perigoso presidente na história moderna."

USA Super Tuesday | Bernie Sanders und Joe Biden ARCHIV
Sanders e Biden durante um dos debates da pré-campanha democrataFoto: picture-alliance/dpa/M. Rourke

O senador Bernie Sanders endossou nesta segunda-feira (13/03) a candidatura de Joe Biden para a presidência dos Estados Unidos.

O anúncio ocorre cinco dias depois do social-democrata Sanders desistir de disputar a indicação do Partido Democrata à Presidência, deixando o caminho livre para que o centrista ex-vice-presidente de Barack Obama enfrente o republicano Donald Trump nas eleições de novembro.

Sanders anunciou sua decisão em uma transmissão ao vivo com Biden. "Devemos nos unir para derrotar o mais perigoso presidente na história moderna", escreveu Sanders no Twitter, ao anunciar que estava se juntando a Biden.

"Seu apoio significa muito", disse Biden a Sanders no vídeo.

A decisão do senador contrasta com a campanha de 2016, quando Sanders esperou até a Convenção Nacional Democrata, que ocorreu em junho daquele ano, para anunciar seu apoio à candidatura de Hillary Clinton. A convenção deste ano está prevista para ocorrer em agosto.

Campanha e desistência

Sanders anunciou que estava deixando a corrida democrata no dia 8 de março. "Termina a campanha, mas a luta continua", disse na ocasião o senador pelo pequeno estado de Vermont, em comunicado.

Para conquistar a indicação democrata, um pré-candidato deve conquistar pelo menos 1.991 delegados nas primárias, que são distribuídos em sua maioria por voto popular, em primárias realizadas nos estados americanos.

Sanders havia acumulado 914 delegados quando desistiu. Biden, por sua vez, já havia conquistado 1.217. A corrida pela candidatura democrata havia começado com mais de 20 nomes no fim do ano passado, mas aos poucos foi se afunilando, passando a ser uma disputa entre Biden e Sanders.

Nas quatro semanas que precederam a desistência, Sanders passou a acumular derrotas para Biden em estados com eleitorado considerável, como Idaho, Michigan, Mississipi e Flórida. Em um mês, ele só conseguiu vencer no pequeno estado da Dakota do Norte e nas Ilhas Marianas do Norte – os eleitores desta última nem sequer podem votar nas eleições de novembro.

Sanders, de 78 anos, também não estava conseguindo repetir seu desempenho nas primárias de 2016, quando sua pré-candidatura causou sérias dificuldades para a campanha de Hillary Clinton, que só conquistou a indicação democrata no início de junho.

O senador veterano manteve um apoio sólido entre o eleitorado mais jovem, simpáticos às suas propostas "europeias" para a educação e saúde. Sua pré-candidatura largou na frente em estados de população expressiva, como a Califórnia.

Mas a campanha acabou perdendo força de maneira decisiva na chamada "Minissuperterça", em 10 de março, quando cinco estados organizaram primárias. Sanders perdeu até mesmo em estados onde havia vencido em 2016, como Michigan. Os resultados de março também apontaram que eleitores mais velhos, negros e latinos preferiram apoiar o centrista Joe Biden, que serviu oito anos como vice-presidente de Barack Obama. 

Sanders, no entanto, decidiu permanecer na corrida, mas a corrida democrata como um todo acabou perdendo espaço no noticiário com o avanço da pandemia de coronavírus. A própria pré-campanha de Sanders acabou sendo impedida de organizar comícios, ficando restrita a lives em redes sociais e entrevistas na TV, mecanismos que se revelaram insuficientes para provocar uma virada na corrida pela candidatura.

JPS/ots

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