Bezos doará US$ 10 bilhões para combater mudanças climáticas
18 de fevereiro de 2020
Dono da Amazon anuncia fundo para financiar pesquisas voltadas a reduzir impactos do aquecimento global. Empresa tem enorme pegada de carbono por uso de combustíveis fósseis no transporte de produtos.
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O multimilionário americano Jeff Bezos afimou nesta segunda-feira (17/02) que planeja doar 10 bilhões de dólares para financiar um fundo voltado a combater as mudanças climáticas. O anúncio foi feito no perfil do fundador da Amazon no Instagram.
"Quero trabalhar ao lado de outros para ampliar conhecimentos e explorar novos caminhos para combater o impacto devastador da mudança climática", escreveu Bezos aos seus 1,4 milhão de seguidores.
O homem mais rico do mundo, cujo patrimônio é estimado mais de 100 bilhões de dólares, disse que pretende já neste ano conceder bolsas a cientistas, ativistas e ONGs que trabalham para proteger a Terra pela fundação Bezos Earth Fund.
Com o anúncio, Bezos entra na lista de bilionários que dedicam fundos substanciais para enfrentar os impactos do aquecimento global, como Bill Gates e Michael Bloomberg.
Cortar as emissões será um desafio para a própria Amazon, que movimenta bilhões de itens em todo o mundo por ano e possui uma enorme pegada de carbono em seu setor de transporte e no centro dados. A empresa enfrenta críticas ambientais de seus próprios funcionários.
No ano passado, Bezos prometeu tornar a Amazon uma empresa neutra em carbono até 2040 e anunciou a compra de 100 mil veículos elétricos para entregas. Além disso, disse que investirá 100 milhões de dólares no reflorestamento de florestas e áreas úmidas.
A varejista online enfrentou protestos de ambientalistas e a pressão de seus funcionários para tomar medidas mais drásticas para frear o aquecimento global.
O grupo de ativistas Funcionários da Amazon por Justiça Climática saudou o anúncio de Bezos, mas lembrou que ele não compensa o uso de combustíveis fósseis e outras atividades da empresa que impulsionam o aquecimento global. "Aplaudimos a filantropia de Bezos, mas uma mão não pode dar enquanto a outra tira", disse.
Se não houvesse insetos, faltariam muitos produtos, como verduras ou café. Cientistas estimam que 10% das espécies de insetos estarão extintas nas próximas décadas. Como evitar essa perda de biodiversidade?
Foto: picture-alliance/dpa/P. Pleul
Planeta dos insetos
De lindas borboletas a irritantes mosquitos, os insetos estão entre os seres vivos mais ricos em espécies no nosso planeta. São conhecidas quase 1 milhão de espécies. Entretanto, segundo um relatório do Conselho Mundial de Biodiversidade, em algumas regiões mais de 40% de suas espécies estão ameaçadas de extinção. Muitos não têm ideia de o que isso significa.
Foto: Imago Images/Xinhua
Incansáveis polinizadores
Culturas como trigo ou arroz são polinizadas pelo vento, muitas outras precisam de insetos. Sem eles, os produtores de alimentos teriam sérios problemas. Os insetos ajudam na produção de 235 bilhões de dólares em alimentos ao ano. Na China, algumas árvores frutíferas já precisam ser polinizadas manualmente, porque faltam abelhas. Isso aumenta drasticamente o preço dos alimentos.
Foto: Getty Images/K. Frayer
Comidas, roupas e remédios
O desaparecimento dos polinizadores naturais significaria a ausência de muitos alimentos, incluindo a maioria das frutas e legumes, chocolate e café. Além disso, os polinizadores ajudam na produção das fibras usadas para fabricar roupas. E também são importantes na polinização de plantas medicinais.
Foto: AFP/R. Arboleda
Lixeiros da natureza
Muitos insetos, como o escaravelho da foto, ajudam a decompor plantas mortas, carniça e fezes que, de outra forma, permaneceriam na natureza e apodreceriam. Sem insetos, haveria muito mais mau-cheiro ao nosso redor. E também a higiene sofreria.
Foto: Imago Images/blickwinkel
Alimento para outros animais
Os insetos são a principal fonte de alimento para muitos outros animais, incluindo anfíbios, répteis, mamíferos e aves. Se a população de insetos diminuir, o número de seus predadores também será afetado. Os ornitólogos veem relação entre o declínio acentuado de certas espécies de aves no Reino Unido e o número cada vez menor de insetos.
Foto: Imago Images/blickwinkel
Círculo vicioso
As mudanças climáticas afetam principalmente insetos que demoram a se adaptar. Os zangões, por exemplo, gostam de frio, e o aquecimento global é um problema para eles. Insetos considerados pragas, no entanto, continuam se propagando, como a broca europeia do milho (foto), que pode destruir safras inteiras. Para combatê-la, são usados mais pesticidas, o que também afeta os insetos polinizadores.
Foto: Imago Images/Design Pics/J. Wigmore
Ameaça das monoculturas
A agricultura intensiva é uma das principais razões para a mortandade de insetos na Europa. Fertilizantes, pesticidas e inseticidas ameaçam sua sobrevivência, assim como as monoculturas, ou seja, o cultivo de uma única planta numa grande área. Em consequência, os insetos perdem cada vez mais locais de refúgio e habitat, como prados com flores silvestres.
Foto: Getty Images/N. Safo
Refúgio para insetos
Segundo especialistas, uma política agrícola mais sensível ao problema, com menos pesticidas e monoculturas, ajudaria a aumentar a população de insetos. Mais flores em jardins e cidades forneceriam alimento para abelhas e borboletas, e "hotéis de insetos", com troncos cheios de buracos, podem ser facilmente instalados em árvores e jardins, para oferecer refúgio a muitos desses importantes animais.