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Bibliothek: Escritores de língua alemã que chegam ao Brasil

Ricardo Domeneck
12 de dezembro de 2017

Grandes nomes, como Thomas Mann e Goethe, estão em listas de lançamentos de editoras brasileiras para o ano que vem. Correspondências e diários de Kafka e versão integral do "Diário de Anne Frank" também são aguardados.

Livros empilhados
Editoras como Companhia das Letras e Estação Liberdade uma série de publicações em língua alemãFoto: picture-alliance/dpa/J. Kalaene

O tradutor Daniel Dago, que traduz com entusiasmo a literatura holandesa no Brasil, mantém nas redes sociais um trabalho muito bem-vindo de informação sobre os lançamentos literários no país. Há poucas semanas ele publicou o que prometem as editoras nacionais para o próximo ano. Li a lista com atenção para identificar as traduções vindo da língua alemã.

Tecerei uns pequenos comentários, mas deixo com vocês a decisão sobre a saúde das relações literárias entre o Brasil e os países de fala alemã nestes dias. Tendo a concordar com André Vallias, o premiado tradutor de Heinrich Heine no Brasil: para um país com uma comunidade imigrante alemã tão ampla no sul da República, estranha-se que não haja mais contato.

Pois bem. A maioria das publicações está no campo dos clássicos modernos em novas traduções. A Companhia das Letras promete e propõe para os próximos dois anos um reencontro com Thomas Mann. A editora com sede em São Paulo pretende lançar: O eleitoConfissões de Felix Krull, um volume de contos, Mario e o Mágico e a tetralogia José e seus irmãos.

Já a Estação Liberdade anunciou várias publicações de autores de língua alemã. São elas: Divã ocidental-oriental, de Johann Wolfgang Goethe; Natan, o sábio, de Gotthold Ephraim Lessing; Tarabas, de Joseph Roth; Todo homem morre só e O bebedor, ambos de Hans Fallada; Meu nome seja Gantenbein, de Max Frisch; Malina, de Ingeborg Bachmann; Medeia: vozes, de Christa Wolf; e Justiça, Suspeita e A promessa, de Friedrich Dürrenmatt. Entre autores vivos e contemporâneos, estão na lista da editora Peter Handke, com Ensaio sobre o maníaco do cogumelo; e Marion Poschmann, com Ilha dos Pinheiros.

A Geração Editorial lança Nietzsche: biografia de uma tragédia, do estudioso Rüdiger Safranski, e a Record publica a versão integral do Diário de Anne Frank.

A Relicário Edições, de Belo Horizonte, lançará Eu nunca fui ao Brasil, uma seleção de poemas de Ernst Jandl, e, em tradução minha, Palmström, de Christian Morgenstern.

Franz Kafka, eterno, terá sua correspondência lançada pela Rocco e seus diários, pela Todavia, que publica ainda A questão da culpa: a Alemanha e o nazismo, de Karl Jaspers.

Este ano já viu o lançamento de autores como Bertolt Brecht e Hubert Fichte. Mas certamente há muito por fazer para uma melhora ou intensificação da relação entre o Brasil e a literatura de língua alemã. Pessoalmente, gostaria de ver autores como Thomas Brasch e Friederike Mayröcker mais conhecidos em solo brasileiro. Assim como Josef Winkler, Odile Kennel, Monika Rinck e Max Czollek. Missões para o futuro.

Na coluna  Bibliothek, publicada às terças-feiras, o escritor Ricardo Domeneck discute a produção literária em língua alemã, fala sobre livros recentes e antigos, faz recomendações de leitura e, de vez em quando, algumas incursões à relação literária entre o alemão e o português. A coluna Bibliothek sucede o Blog Contra a Capa.

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