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Biden acusa Putin de cometer "genocídio" na Ucrânia

13 de abril de 2022

Pela primeira vez, presidente americano usa termo para descrever invasão russa. Até então, ele classificava ações de Moscou em território ucraniano como "crimes de guerra".

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden
Foto: Al Drago/REUTERS

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou nesta terça-feira (13/04), pela primeira vez desde o início da invasão russa, o termo "genocídio" para descrever a guerra na Ucrânia. Até então, o líder americano evitava usar esse termo e classificava as ações da Rússia em território ucraniano como "crimes de guerra".

Biden fez esse comentário quando falava sobre os esforços de seu governo para conter o aumento dos preços da gasolina como resultado da invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin. "Sim, eu chamei de genocídio porque ficou mais claro que Putin está tentando exterminar a ideia de ser possível ser ucraniano e as evidências estão aumentando", declarou a jornalistas.

"Estou fazendo tudo ao meu alcance com ordens executivas para baixar os preços e lidar com a manipulação de preços causada por Putin", disse Biden em um comício no estado de Iowa. "O orçamento de suas famílias, sua capacidade de encher o tanque, nada disso deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio do outro lado do mundo", acrescentou.

Dentro do governo dos EUA existe um processo burocrático para determinar se um genocídio está sendo cometido em um país e não está claro se esse processo está completo ou ainda está ocorrendo.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, que vem acusando a Rússia de genocídio, elogiou a declaração de Biden. "Verdadeiras palavras de um verdadeiro líder" afirmou. "Chamar as coisas pelo nome é essencial para enfrentar o mal", acrescentou, renovando seu apelo para o envio de armas mais pesadas para a Ucrânia para "evitar novas atrocidades russas".

Ataques a Putin

Biden vem atacando Putin nas últimas semanas, a quem já descreveu como um "carniceiro", e também acusou o Kremlin de cometer crimes de guerra na Ucrânia. Na semana passada, a imprensa perguntou ao presidente americano se ele qualificaria como genocídio o massacre de Bucha, nos arredores de Kiev, onde mais de 250 corpos civis foram encontrados após a retirada das tropas russas. "Não, acho que é um crime de guerra", respondeu então.

A Rússia nega ter como alvo civis na Ucrânia e alega que o Ocidente está encenando as acusações. A retirada das tropas russas de muitas cidades ucranianas revelou covas em massas e centenas de civis mortos com sinais de execução. Kiev acusa Moscou de promover uma campanha de assassinatos, torturas e estupros.

De acordo com a agência de notícias Interfax Ucrânia, o chefe da polícia distrital de Kiev afirmou que 720 corpos foram encontrados na região ao redor da capital e mais de 200 pessoas estão desaparecidas. As Forças Armadas do país também disseram que a Rússia continua os bombardeios contra a infraestrutura civil em Kharkiv e Zaporíjia.

O Departamento de Estado americano finalizou uma investigação formal no mês passado que descobriu que tropas russas cometeram crimes de guerra na Ucrânia, uma alegação que pode levar a processos criminais nos tribunais dos EUA ou em nível internacional.

No último dia 24 de fevereiro, o Kremlin ordenou a invasão da Ucrânia e, desde então, a guerra deixou milhares de mortos, mais de 4 milhões de refugiados e cerca de 7 milhões de deslocados internos, segundo as Nações Unidas. A invasão é o maior ataque a um Estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

CN (efe, Reuters, Lusa, afp)

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