Biden bate meta de aplicar 100 milhões de doses de vacina
19 de março de 2021
Objetivo foi atingido mais de um mês antes do previsto, 58 dias após a posse. Com 2,5 milhões de doses aplicadas por dia nos EUA, presidente quer agora dobrar a meta.
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Os Estados Unidos atingiram nesta sexta-feira (19/03) a meta do presidente Joe Biden de superar a marca de 100 milhões de doses aplicadas da vacina contra a covid-19 em seus primeiros 100 dias de governo. A cifra foi alcançada mais de um mês antes do previsto, no 58º dia de mandato do presidente.
Com o país agora administrando cerca de 2,5 milhões de doses por dia, Biden prometeu estabelecer uma nova meta na próxima semana, que pode chegar a 200 milhões de doses até seu centésimo dia no cargo. "Podemos conseguir dobrar [a meta]", disse ele a repórteres antes de deixar a Casa Branca.
A meta de 100 milhões de doses foi anunciada em 8 de dezembro, antes do início da vacinação nos EUA. Quando Biden tomou posse, em 20 de janeiro, 20 milhões de doses haviam sido aplicadas.
Até agora, os EUA distribuíram 34,6 doses de vacinas contra a covid-19 para cada 100 pessoas, de acordo com números do site Our World in Data, da Universidade de Oxford. Em comparação, na União Europeia esse número é de 12,29 doses, e no Brasil, de 6,12.
Mesmo diante do sucesso da campanha de vacinação, Biden disse na quinta-feira que "não é momento de relaxar" e pediu que os americanos continuem seguindo as regras de distanciamento social e uso de máscara. "Os cientistas deixaram claro que as coisas podem piorar à medida que novas variantes desse vírus se espalham", afirmou.
Envio de vacinas a outros países
Enquanto a vacinação avança rapidamente no país, a Casa Branca disse que pretende enviar vacinas a países vizinhos. O coordenador das ações contra o coronavírus, Jeff Zients, afirmou nesta sexta-feira que 2,5 milhões de doses da vacina da AstraZeneca-Oxford devem ser enviadas ao México e 1,5 milhão, ao Canadá. Ele enfatizou que, como a vacina da AstraZeneca ainda não foi autorizada para uso nos EUA, "o empréstimo não reduzirá o fornecimento de vacina aos americanos".
No dia anterior, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, já havia afirmado que a prioridade é vacinar a população dos EUA, mas observou que garantir que os países vizinhos também possam conter o coronavírus é uma "missão crítica" para acabar com a pandemia.
A vacina da AstraZeneca é aprovada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e já está sendo aplicada na União Europeia, no Brasil e em outros países. Mesmo sem a aprovação nos EUA, milhões de doses estão armazenadas no país, aguardando a liberação para uso.
O estoque – de 7 milhões de doses prontas para uso, segundo a Casa Branca – virou motivo de críticas da comunidade internacional, que argumenta que essas vacinas poderiam estar salvando vidas. Assim, o governo Biden passou a receber apelos de aliados em todo o mundo para liberar as vacinas da AstraZeneca.
No começo do mês, o jornal Financial Times informou que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu a Washington que considerasse o envio de doses para a Europa em meio a uma discussão com a AstraZeneca. A gigante farmacêutica anglo-sueca disse que fornecerá menos da metade do número planejado de vacinas à UE no segundo trimestre deste ano.
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Aliado inesperado
Na terça-feira, a campanha de vacinação americana ganhou um aliado inesperado. Em entrevista em rede nacional, o ex-presidente Donald Trump recomendou que os americanos ainda relutantes, sobretudo seus apoiadores, se vacinem contra a covid-19. A declaração marcou uma guinada na postura do ex-presidente, que sempre foi relutante em endossar a vacina de forma mais incisiva em público. Trump e sua esposa, Melania, foram vacinados em segredo em janeiro.
"É uma vacina segura, e é algo que funciona", disse Trump ao canal Fox News.
Os Estados Unidos são o país com mais casos e mortes por covid-19 no mundo. No total, mais de 29,7 milhões de pessoas contraíram o coronavírus nos EUA e mais de 540 mil morreram em razão da doença.
le/ek (AP, AFP, DPA, Reuters)
Doenças prevenidas com vacinas
Vacinas protegem o corpo, criando resistência contra doenças. As vacinas são feitas com substâncias e microrganismos inativados ou atenuados que, quando introduzidos no organismo, estimulam a reação do sistema imune.
Foto: picture-alliance/imagebroker
Catapora
Também chamada de varicela, é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pelo vírus Varicela-Zoster. Os principais sintomas são manchas vermelhas e bolhas no corpo, acompanhadas de muita coceira, mal-estar, dor de cabeça e febre. As bolhas costumam surgir primeiro no rosto, tronco e couro cabeludo e, depois, se espalham. Em alguns dias, elas começam a secar e cicatrizam.
Foto: Dan Race/Fotolia
Sarampo
É uma doença infecciosa grave, que pode ser fatal, causada por um vírus do gênero Morbilivirus, transmitida através de secreção oral ou nasal. É tão contagiosa que uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes. Os principais sintomas são: manchas avermelhadas na pele, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza, otite, pneumonia e encefalite.
Foto: picture-alliance/dpa/KEYSTONE/U. Flueeler
Hepatite B
Um dos cinco tipos de hepatite existentes no Brasil, a B é causado por um vírus. A falta de sintomas na fase inicial dificulta o diagnóstico. Muitas vezes, é detectada décadas após a infecção, por sintomas como tontura, enjoo, vômito, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados. Hepatite B não tem cura, mas o tratamento pode reduzir o risco de complicações, como cirrose e câncer hepático.
Foto: picture-alliance/dpa
Caxumba
É uma infecção viral aguda e contagiosa, que na maioria das vezes afeta as glândulas parótidas, que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido. É causada por um vírus e transmitida através de gotículas de saliva. O sintoma mais característico é o aumento das glândulas salivares. O agravamento da doença pode levar à surdez ou esterilidade.
Foto: Imago Images
Rubéola
É uma doença viral aguda, altamente contagiosa. A forma congênita, transmitida da mãe para o filho durante a gestação, é a mais grave porque pode provocar, por exemplo, surdez e problemas visuais no bebê. A transmissão acontece por meio de secreções expelidas ao tossir, respirar ou falar. Os principais sintomas são dor de cabeça e no corpo, ínguas, febre e manchas avermelhadas.
Foto: picture-alliance/dpa/J.P. Müller
Difteria
É uma doença transmissível causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, outras partes do corpo, como pele e mucosas. A transmissão ocorre por meio da tosse, espirro ou por lesões na pele. Entre os principais sintomas estão: membrana grossa e acinzentada cobrindo as amígdalas, gânglios inchados e dificuldade para respirar.
Foto: picture-alliance/OKAPIA KG/G. Gaugler
Tétano
Ao contrário da maioria das doenças evitadas com vacina, o tétano não é contagioso. É causado por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, que, sob a forma de esporos, é encontrada em fezes, na terra, em plantas e em objetos e pode contaminar pessoas por meio de lesões na pele, como feridas, cortes ou mordidas de animais. Um dos sintomas é a rigidez muscular em todo o corpo.
Foto: Imago Images
Tuberculose
É uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis, também chamado bacilo de Koch. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos e sistemas. Tem como principais sintomas tosse por mais de duas semanas, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço e dor no peito. A transmissão ocorre pela respiração, por espirros e pela tosse.
Foto: picture-alliance/BSIP/NIAID
Febre Amarela
É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores. Não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Os principais sintomas são início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. No ciclo silvestre, os vetores são mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e, no ciclo urbano, é o Aedes aegypti.
Foto: R. Richter
Coqueluche
É uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Se não for tratada, pode levar à morte de bebês menores de seis meses. A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto com gotículas eliminadas por tosse, espirro ou fala. No começo, os sintomas são parecidos com os de um resfriado, mas podem evoluir para tosse severa e descontrolada, comprometendo a respiração.
Foto: Imago Images/blickwinkel/McPhoto
Poliomielite
Também chamada de pólio ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas doentes. Nos casos graves, acontecem paralisias musculares irreversíveis. Devido à intensa vacinação, com a famosa "gotinha", no Brasil não há circulação do vírus desde 1990.