Biden e Scholz aparam arestas e reafirmam apoio à Ucrânia
3 de março de 2023
Em Washington, líderes de Alemanha e EUA prometem reforçar cooperação e pôr fim a desentendimentos em torno do envio de armas a Kiev. Os dois países são os maiores fornecedores de equipamentos para as tropas ucranianas.
Anúncio
O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, foi recebido nesta sexta-feira (03/03) pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, em Washington, após uma série de desentendimentos entre as duas nações em torno do apoio prestado pelos dois países à Ucrânia. EUA e Alemanha estão entre os principais fornecedores de armamentos à defesa ucraniana. Os dois líderes também conversaram sobre a preocupação com um possível envio de ajuda militar da China à Rússia.
Ao lado de Scholz no Salão Oval da Casa Branca, Biden agradeceu o líder alemão pelo apoio a Kiev e pela cooperação próxima com os EUA e os demais aliados, e elogiou a decisão de Berlim de aumentar os gastos com a defesa. "Como aliados na Otan, estamos tornado mais forte nossa aliança", afirmou.
Scholz disse que o apoio alemão a Kiev continuará "pelo tempo que for preciso e enquanto for necessário".
Os dois líderes também tiveram um encontro de cerca de uma hora a portas fechadas.
Anúncio
Envio de tanques a Kiev gerou "fricção"
A visita de Scholz ocorre após um desentendimento entre Berlim e Washington em torno do envio de tanques de guerra modernos a Kiev, que durou até os dois governos chegarem a um acordo em meados de janeiro.
O assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, revelou em entrevista no último domingo que houve uma "certa fricção" entre os dois governos, após a Alemanha ter deixado claro que somente enviaria seus tanques Leopard 2 à Ucrânia depois de Biden também concordar em enviar os modernos blindados Abrams.
Segundo Sullivan, Biden acabou cedendo "no interesse da unidade da aliança e para assegurar que a Ucrânia receberia o que desejava". O governo em Berlim insistia que os dois países deveriam estabelecer uma abordagem comum no que diz respeito à entrega de armamentos aos ucranianos.
Ao chegar em Washington, Scholz disse que a visita seria de grande importância "nesses tempos em que somos desafiados pela terrível invasão da Rússia na Ucrânia". "Também é importante, no longo prazo, que continuemos a desenvolver essa cooperação transatlântica", destacou.
Este é o segundo encontro entre Biden e Scholz nos Estados Unidos desde que o social-democrata assumiu a chefia de governo na Alemanha, em dezembro de 2021.
EUA anunciam novo pacote de ajuda a Kiev
Nesta sexta-feira, os EUA anunciaram um novo pacote de ajuda militar á Ucrânia no valor de 400 milhões de dólares em munições, que inclui também pontes táticas capazes de possibilitar a passagem de tanques e veículos blindados.
"Esse pacote de ajuda militar inclui munição para os obuses e [sistemas de mísseis] Himars fornecidos pelos EUA, que a Ucrânia utiliza para se defender ativamente, além de munição para veículos de infantaria", afirmou o secretário de Estado americano, Antony Blinken. Também serão enviados outros tipos de equipamentos, além de treinamento e apoio.
rc (Reuters, DPA, AFP)
Instantâneos de uma Ucrânia em guerra
Mostra "O novo anormal", no Museu Deichtorhallen de Hamburgo, registra horrores da guerra, mas também a resistência dos ucranianos, em trabalhos de 12 fotógrafos do país sob invasão russa.
Foto: Oksana Parafeniuk
Civis treinam com armas de madeira
Nesta imagem feita perto de Kiev em 6 de fevereiro de 2022, menos de duas semanas antes da invasão russa, a fotógrafa Oksana Parafeniuk capturou a determinação de seus compatriotas de resistir. Embora os países ocidentais não esperassem que a Rússia atacasse a capital a Ucrânia, os civis de lá já estavam treinando com armas de madeira, para caso de emergência.
Foto: Oksana Parafeniuk
Resistindo com o país
Em 24 de fevereiro, o fotógrafo Mykhaylo Palinchak acordou em Kiev com o som de sirenes, pouco depois ouviu uma explosão. "Desde então, estamos vivendo num novo mundo", afirma. Suas fotografias mostram granadas, casas destruídas e como seus compatriotas defendem a nação, mais do que nunca. A mulher da foto exibe o pulso esquerdo tatuado com o mapa da Ucrânia.
Foto: Mykhaylo Palinchak
Começou às 5 da manhã
"A guerra é a pior das opções da humanidade. Nenhum filme, nenhum livro, nenhuma foto pode transmitir este horror", diz a fotógrafa Lisa Bukreieva. "Com a invasão dos russos, meu sentido de tempo mudou. É apenas um horror de longa
duração." Esta fotografia capta o momento em que a guerra começou para ela.
Foto: Lisa Bukreieva
Cidadãos de Kiev - parte 1
Depois da invasão da Ucrânia pelo exército russo, Kiev se transformou em outra cidade, relata Alexander Chekmenev, de 52 anos. Muitos fugiram, ele próprio enviou a família para a segurança no exterior, mas ficou no país para documentar com sua Pentax a vida dos cidadãos de Kiev em tempos de guerra. Como esta ucraniana em uniforme de combate.
Foto: Alexander Chekmenev
Cidadãos de Kiev - parte 2
Abrigos antiaéreos e centros de primeiros-socorros espalharam-se pela capital ucraniana. Lá, Chekmenev fotografou gente comum, que nunca esteve sob os holofotes: "Eu queria mostrar a dignidade deles. Este país pertence ao seu povo, e eu quero mostrar o meu respeito por cada um deles", diz o fotógrafo de renome internacional.
Foto: Alexander Chekmenev
Traços do presente
Em sua série de fotografias, Pavlo Dorohoi capturou a vida em tempos de guerra em sua cidade natal, Kharkiv. Muitos cidadãos se esconderam em estações do metrô para escapar das bombas, transformando os locais em lares temporários, com "tapetes, cobertores e outros objetos pessoais", relata Dorohoi.
Foto: Pavlo Dorohoi
Bucha: o local do horror
O arquiteto e fotógrafo de Kiev Nazar Furyk fotografou lugares devastados pelas tropas russas, entres os quais a cidade de Bucha, que se tornou símbolo de muitas atrocidades. O fotógrafo se pergunta: como é possível continuar vivendo num lugar assim? Como se lida com essa experiência, gravada profundamente na memória coletiva da população ucraniana?
Foto: Nazar Furyk
Diário de Kiev - parte 1
A fotógrafa e videoartista Mila Teshaieva mantém um diário online desde o início da guerra, onde registrou tudo: desde os primeiros dias, antes dos mísseis, até os crimes contra a humanidade revelados desde então. Seus registros também incluem fotos, como esta.
Foto: Mila Teshaieva
Diário de Kiev - parte 2
Mila Teshaieva relata o desespero que a guerra provoca, mas também registra a união dos ucranianos e sua enorme vontade de resistir. Em sua cidade natal, Kiev, os moradores estão tentando proteger não só a si, mas também seus monumentos, símbolos da identidade nacional.
Foto: Mila Teshaieva
Documentação da guerra
Vladyslav Krasnoshchok é dentista, mas há anos se dedica à arte. Agora viaja por sua pátria devastada e fotografa carros queimados, pontes e tanques destruídos. "Eu tiro fotos, ouço tiros e corro de volta para o carro. Adrenalina pura!", escreve. Ele sempre revela os filmes imediatamente. Afinal, não se sabe se haverá oportunidade de tirar mais fotos.
Foto: Vladyslav Krasnoshchok
Mutilado
"Vivendo com o medo de ser ferido" é o nome da série de fotos do designer Sasha Kurmaz. A violência tem feito parte da história humana desde o início, afirma, e não está otimista se isso vá mudar em breve. Ainda assim, não desiste de sua luta pessoal por um mundo melhor.
Foto: Sasha Kurmaz
Porto seguro?
Uma cadeira, copos com bebidas: para Elena Subach esta foto tirada na cidade de Uzhgorod, no oeste da Ucrânia, simboliza a segurança de quem foge rumo a outros países. "Quase todo homem tirou uma foto da esposa e dos filhos antes de lhes dizer adeus. Eu nunca vi tanto amor e tanta dor ao mesmo tempo."