Biden pede proibição da arma usada em atentado contra Trump
17 de julho de 2024
Ao discursar em evento em Las Vegas, presidente americano diz querer banir fuzis AR-15 das ruas e retoma ataques políticos contra seu rival. Democrata influente pede que Biden desista de candidatura.
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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a proibição do tipo de fuzil semiautomático utilizado na tentativa de assassinato de seu antecessor Donald Trump. "Juntem-se mim para banir essas armas de guerra das ruas dos Estados Unidos", disse Biden nesta terça-feira (16/07) em um evento em Las Vegas organizado pela organização de direitos civis Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). "Um AR-15 foi usado para atirar em Donald Trump (...). É hora de bani-los.”
Trump sobreviveu à tentativa de assassinato em um comício de campanha em Butler, Pensilvânia, no sábado. O ex-presidente foi levemente ferido no ouvido por uma bala. Além do suposto atirador, um espectador – um bombeiro de 50 anos – também foi morto, enquanto dois outros homens na plateia ficaram gravemente feridos.
O AR-15 é uma das armas mais usadas em massacres nos EUA.
Entretanto, o direito às armas é uma questão altamente controversa no país. O direito de portar armas está consagrado na Constituição. As tentativas de endurecer as leis sobre armas fracassam repetidamente devido à resistência dos republicanos conservadores e do poderoso lobby das armas.
A restrição a armas é um tema pelo qual Biden frequentemente tem se engajado. Em 1994, ele foi fundamental na aprovação de uma proibição de armas de assalto, que expirou em 2004. Ele fez referência a essa legislação durante seu discurso, dizendo: "Já fiz isso antes, farei de novo".
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Ataques políticos contra Trump
Ao discursar no evento em Las Vegas, Biden retomou os ataques políticos contra Donald Trump pela primeira vez desde o atentado contra seu rival.
Biden fez um novo apelo para que os americanos baixem a temperatura da discussão política e disse que a presidência de Trump tinha sido "um inferno para os negros americanos".
Os aplausos irromperam quando Biden, de 81 anos, atacou o republicano por ter falado sobre "empregos para negros" durante seu recente debate – o mesmo debate no qual Biden teve um desempenho ruim que colocou sua candidatura em crise.
"Pessoal, eu sei o que é um emprego para negros – é o de vice-presidente dos Estados Unidos", disse Biden, referindo-se à sua companheira de chapa Kamala Harris, a primeira vice-presidente negra e mulher. Em seguida, lembrou também que nomeou a primeira juíza negra a fazer parte do Supremo Tribunal dos EUA.
O foco político renovado de Biden em Trump ocorre no momento em que alguns democratas pedem que ele renuncie após a retomada da campanha, brevemente silenciada pelo tiroteio.
Enquanto isso, o Comitê Nacional Democrata está levando adiante os planos de apressar a nomeação do próprio Biden antes da convenção em agosto, apesar dos apelos para adiar o processo.
Outro democrata de peso pede desistência de Biden
Nesta quarta-feira (17/07) um dos mais proeminentes democratas no Congresso americano, o deputado Adam Schiff, da Califórnia, pediu a Biden que "passe a tocha", tornando-se o democrata de maior peso a apelar para que o presidente desista da candidatura e o primeiro a tomar essa posição desde a tentativa de assassinato contra Donald Trump.
O importante líder do Congresso se pronunciou pouco antes de Biden fazer sua mais recente tentativa de fortalecer sua candidatura, com um discurso cortejando os eleitores latinos no estado de Nevada, que acabou tendo que ser cancelado, após o presidente ser diagnosticado com covid-19.
"Uma segunda presidência de Trump minará a própria base de nossa democracia, e tenho sérias preocupações sobre se o presidente pode derrotar Donald Trump em novembro", disse Schiff em uma declaração ao jornal Los Angeles Times.
Schiff, que deve conquistar uma cadeira no Senado em novembro, é um importante aliado da Casa Branca nesta legislatura e ganhou destaque nacional como principal promotor durante o primeiro julgamento de impeachment do então presidente Trump.
md/le (AFP, ots)
Tiros contra Trump: imagens e reações
A tentativa de assassinato de Donald Trump em um comício na Pensilvânia chocou os EUA e o mundo. Veja como tudo aconteceu.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Tiros
Uma série de tiros foi disparada durante o comício da campanha presidencial de Donald Trump em Butler, Pensilvânia. Os agentes do Serviço Secreto correram rapidamente para o palco e cercaram Trump.
Foto: Gene J. Puskar/AP Photos/picture alliance
Agentes correm para proteger Trump
No momento dos disparos, Trump pôde ser visto tocando sua orelha direita e se abaixando por detrás do púlpito onde discursava. Em seguida, agentes do Serviço Secreto correram para o palco e cobriram o ex-presidente com seus corpos. Eles se amontoaram sobre ele, enquanto outros agentes de segurança protegiam o local.
Foto: Evan Vucci/AP Photos/picture alliance
Rosto ensanguentado, punho em riste
Depois de cercar Trump, agentes do Serviço Secreto ajudaram o ex-presidente a se levantar. Manchas de sangue eram vistas em seu rosto. Trump ergueu o punho em direção à multidão, dizendo "fight, fight, fight" (luta, luta, luta). Muitos na multidão gritavam: "USA, USA" (EUA, EUA).
Foto: REUTERS
Trump em pode desafiadora
Após os agentes ajudarem Trump a se levantar, ele ergueu o punho em gesto de desafio. Com o rosto manchado de sangue, ele dizia à multidão para "lutar, lutar". As imagens do momento, capturadas aqui pelo fotógrafo da AP Evan Vucci, circularam rapidamente nas mídias sociais, já que muitos republicanos o viram como um momento decisivo da eleição de Trump.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
A cena do crime: comício na Pensilvânia
Trump, tinha acabado de começar seu discurso quando os tiros foram disparados. Ele falava sobre migrantes. Uma testemunha disse à agência de notícias Reuters que, a princípio, pareciam fogos de artifício, mas depois as pessoas começaram a gritar. "Todo mundo começou a entrar em pânico. Foi um caos", afirmou.
Foto: Evan Vucci/AP Photo/picture alliance
Choque e medo entre participantes do comício
Uma pessoa da plateia foi morta e duas ficaram gravemente feridas, segundo autoridades de segurança. Um médico que estava no meio da multidão correu para ajudar um dos feridos. Depois de falar com os repórteres, o médico disse que a pessoa havia sido baleada na cabeça. A morte foi confirmada mais tarde.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Choque nos EUA e no mundo
A notícia sobre o que o FBI está chamando de "tentativa de assassinato" ganhou as manchetes em todo o mundo. O presidente americano, Joe Biden, se disse aliviado por Trump "estar bem". Ele condenou o ataque, dizendo que "não há lugar nos Estados Unidos para esse tipo de violência". O vice-presidente Kamals Harris, que também estava fazendo campanha na Pensilvânia, condenou o "ato abominável".
Foto: Brian Snyder/REUTERS
Joe Biden: ataque "doentio"
O presidente dos EUA, Joe Biden, também falou com Donald Trump depois que ele recebeu alta do hospital. Biden disse estar grato ao Serviço Secreto por ter colocado Trump em segurança. Referindo-se ao ataque, ele afirmou: "É doentio. É doentio. É uma das razões pelas quais temos que unir este país".
Foto: Tom Brenner/REUTERS
Policiais fazem segurança de Biden
Policiais de Rehoboth Beach, em Delaware, vigiam o prédio onde o presidente dos EUA, Joe Biden, fez um discurso condenando o ataque contra seu provável rival nas próximas eleições presidenciais.
Foto: Tom Brenner/REUTERS
FBI: Não há outra "ameaça existente por aí"
Várias horas após o incidente, o FBI assumiu a liderança da investigação e afirmou ter ocorrido uma "tentativa de assassinato" de Trump, dizendo que havia identificado o atirador. O agente especial Kevin Rojek disse que as autoridades estavam "trabalhando febrilmente" no caso. O FBI informou que não ter "nenhuma razão" para acreditar que houvesse qualquer outra ameaça.
Foto: Brendan McDermid/REUTERS
Segurança reforçada
A polícia de Nova York montou guarda em frente à Trump Tower em Nova York. Depois de deixar o hospital, Donald Trump deveria passar a noite em sua residência em Nova York, segundo o jornal "The New York Times".
Foto: David Dee Delgado/REUTERS
A tentativa de assassinato mais grave desde 1981
Membros do Serviço Secreto patrulharam o local na Pensilvânia onde Donald Trump havia realizado um comício anteriormente. O ataque foi a tentativa mais séria de assassinar um presidente ou candidato à presidência desde 1981, quando Ronald Reagan foi baleado.