Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA
7 de novembro de 2024
Presidente adota tom conciliatório e pede que americanos "reduzam a temperatura" após vitória de Trump nas eleições. Democrata diz que resultado dever pôr fim às dúvidas quanto à integridade do sistema eleitoral dos EUA.
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Em um discurso conciliatório na Casa Branca nesta quinta-feira (07/11), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu aos americanos que reduzissem a temperatura política após a vitória do republicanoDonald Trump sobre a vice-presidente democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais.
Ele assegurou ainda que a transição de poder ocorrerá de maneira pacífica, em um recado a Trump, que se recusou a reconhecer sua derrota no pleito de 2020 para o próprio Biden. A atitude do republicano culminou no violento ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, em Washington.
O presidente disse esperar que o resultado das urnas deve bastar para pôr fim às dúvidas sobre a integridade do sistema eleitoral americano e pediu união a um país amplamente dividido.
“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse Biden.
O presidente disse que telefonou para Trump para parabenizá-lo e garantir que haveria uma transição "pacífica e ordeira". "Em 20 de janeiro, teremos uma transferência pacífica de poder aqui na América". Em julho, o presidente de 81 anos desistiu de concorrer à reeleição contra Trump e endossou Kamala como candidata democrata.
O presidente em fim de mandato também pediu a seus apoiadores que não perdessem a esperança, embora Trump irá provavelmente desmantelar muitas das políticas de Biden tão logo retorne à Casa Branca. "Os revezes são inevitáveis. Desistir é imperdoável", disse Biden. "Lembrem-se, uma derrota não significa que estamos derrotados.".
Biden convidou Trump para a Casa Branca, para o que deverá ser o primeiro encontro de ambos desde o desempenho desastroso do democrata no debate contra Trump em junho, que acabou o empurrando para fora da disputa.
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Trump prepara equipe de governo
A campanha do republicano informou em nota divulgada nesta quarta-feira que "nos próximos dias e semanas, o presidente Trump selecionará o pessoal para servir nossa nação sob sua liderança".
Robert F. Kennedy Jr., o ex-candidato independente conhecido pela postura antivacina, para quem Trump prometeu um "grande papel" na saúde, é um dos nomes mais cotados. Nesta quarta-feira, ele disse à emissora NBC News que não vai "tirar as vacinas de ninguém", mas afirmou que o governo Trump irá recomendar a remoção do fluoreto do abastecimento de água dos EUA.
O bilionário Elon Musk também é cotado para ocupar um cargo após apoiar de manieta enfática a campanha eleitoral de Trump. O presidente eleito disse que pedirá ao criador da SpaceX, Tesla e proprietário da rede social X uma auditoria no governo dos EUA para cortar gastos.
Legado de Biden
Trump poderá desmantelar o legado de Biden, ao pôr em risco os bilhões de dólares em ajuda militar enviado pelos EUA à Ucrânia, que desde 2022 luta para conter a invasão russa em seu território. Durante a campanha, Trump disse que pressionaria Kiev a fazer um acordo de paz.
Ele também deve desmontar as políticas ambientais de Biden com sua promessa de aumentar as perfurações em busca de petróleo.
Alguns democratas culpam Biden pela derrota de Harris, dizendo que ele não deveria ter tentado a reeleição. Biden, de 81 anos, desistiu de sua candidatura à reeleição, após uma performance desastrosa no debate televisivo com Trump gerar dúvidas sobre sua aptidão para exercer o cargo por mais quatro anos.
rc (Reuters, AFP)
O mês de novembro em imagens
O mês de novembro em imagens
Foto: Jörg Carstensen/dpa/picture alliance
Biden pede união e promete transição pacífica nos EUA
“Você não pode amar seu país somente quando vence. Você não pode amar seu vizinho somente quando concorda. Algo que esperamos que possamos fazer, não importa em quem você votou, é nos vermos não como adversários, mas como concidadãos americanos. Reduzam a temperatura”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, em discurso na Casa Branca (07/11)
Foto: Ron Sachs/Pool/CNPZUMA Press Wire/IMAGO
Scholz demite ministro das Finanças e governo alemão fica por um fio
A tríplice coalizão partidária que governa a Alemanha desmoronou após o chanceler federal Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD), exonerar o ministro das Finanças, Christian Lindner, que também é presidente do Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão). Num pronunciamento na televisão, Scholz explicou as razões da demissão e dirigiu palavras duras ao ex-ministro. (06/11)
Foto: ODD ANDERSEN/AFP/Getty Images
Trump derrota Kamala e retorna à Presidência dos EUA
Donald Trump foi eleito novamente presidente dos Estados Unidos, protagonizando um retorno dramático e triunfal à Casa Branca. O republicano derrotou de maneira decisiva sua rival democrata Kamala Harris ao superar a marca de 270 votos no Colégio Eleitoral dos EUA. E, em contraste com sua vitória anterior, em 2016, Trump ainda ficou à frente no voto popular. (06/11)
Foto: Brian Snyder/REUTERS
EUA vão às urnas para escolher o novo presidente
Os EUA foram às urnas para definir quem vai comandar a maior potência econômica e militar do mundo. Na disputa estão a democrata Kamala Harris – que pode ser eleita a primeira mulher a ocupar a Casa Branca – e o republicano Donald Trump – que tenta um retorno à Presidência quase quatro anos após deixar Washington em desgraça, na esteira de uma tentativa de golpe. (05/11)
Foto: Timothy D. Easley/AP Photo/picture alliance
Morre Agnaldo Rayol aos 86 anos
Após mais de 60 anos de carreira artística, morreu o carioca Agnaldo Rayol, em consequência de uma queda em sua residência. Cantor romântico, com o auge do sucesso na década de 1960, também protagonizou telenovelas e filmes em papéis de galã, e apresentou programas próprios na TV. Descendente de imigrantes, tocou os corações de seus fãs com canções em italiano, até nos anos 90. (04/11)
Foto: Fotoarena/IMAGO
População joga lama em rei da Espanha durante protestos pós-enchentes
Uma visita do rei e da rainha da Espanha e do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, às áreas atingidas pelas enchentes em Valência, no leste do país, terminou em confusão. Uma multidão atirou lama, pedras e objetos na comitiva e hostilizou as autoridades com gritos de "assassinos". O barro atingiu o rosto do rei Felipe VI e da rainha Letizia. (03/11)
Foto: Manaure Quintero/AFP/Getty Images
Espanha intensifica busca por sobreviventes após enchente
O governo espanhol enviou 10 mil agentes de segurança para auxiliar nas buscas por desaparecidos na região de Valência, leste do país, atingida por uma enchente de grandes proporções que deixou 211 mortos nesta semana. Esse é o maior emprego de forças do Exército espanhol em tempos de paz. A inundação já é considerada a segunda mais mortal deste século na Europa. (02/11)
Foto: Alberto Saiz/AP Photo/picture alliance
Alemanha facilita mudança legal de gênero
Maiores de 18 anos poderão requerer a alteração dos registros oficiais, adotando um novo prenome e gênero, ou até eliminando a indicação de gênero. Menores acima dos 14 anos também podem recorrer às novas regras, sob aprovação paterna ou por recurso legal. Em Berlim, que tem comunidade LGBT+ atuante, cerca de 1.200 requerimentos foram apresentados no primeiro dia de vigência da nova lei. (01/11)