Publicado 4 de fevereiro de 2025Última atualização 7 de fevereiro de 2025
Ao lançar suas memórias, fundador da Microsoft tenta reforçar uma imagem de filantropo, lapidada há décadas. Mas nem todos engolem o "mito do bom bilionário".
Bill Gates: imagem do "bom bilionário" é trabalhada há décadas
Foto: Annette Riedl/dpa/picture alliance
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A história das origens da Microsoft e de seu fundador, Bill Gates, foi contada inúmeras vezes pela mídia desde que o magnata da tecnologia ocupou pela primeira vez um lugar na atenção pública, nos anos 1980.
Nascido em 1955 de uma família abastada – seu pai era advogado corporativo e veterano da Segunda Guerra Mundial; sua mãe, uma bem-sucedida ativista cívica, atuante em diretorias de bancos e grandes corporações –, Bill Gates programou seu primeiro videogame aos 13 anos de idade. Enviado a uma escola preparatória exclusiva em Seattle, lá fez amizade com o futuro cofundador da Microsoft, Paul Allen. Mais tarde, matriculou-se na Universidade de Harvard, que acabaria abandonando, para fundar a Microsoft com Allen em 1975.
Gates planeja uma trilogia de memórias: o primeiro volume, lançado no Brasil pela Companhia das Letras, foca sua infância e juventudeFoto: Published by Allen Lane/Penguin Random House UK
O próprio Gates agora revisita a história de seus primeiros anos em seu livro de memórias, Código fonte: Como tudo começou, lançado nesta terça-feira (04/02) pela Companhia das Letras. Antes da publicação, ele revelou que entre os tópicos discutidos no livro estão "sentir-se desajustado quando criança" e "bater de frente com meus pais quando era adolescente rebelde", bem como "os desafios de abandonar a escola para apostar num setor que, na realidade, sequer existia".
Gates planeja uma trilogia autobiográfica. Os outros dois volumes, abordando seus anos como diretor executivo da Microsoft e o posterior trabalho filantrópico à frente da Fundação Gates, virão na sequência.
Apenas mais uma jogada de marketing?
Nas palavras da editora responsável, o novo lançamento é "um livro caloroso e inspirador". Já para o repórter investigativo americano Tim Schwab, tudo não passa de mais uma "jogada de marketing e branding" dos ricos e poderosos.
"Enquanto outros bilionários são descaradamente egoístas, Bill Gates sempre tentou se apresentar como um humanitário altruísta e um assim chamado 'bom bilionário'."
Schwab é autor do livro crítico sobre o fundador da Microsoft The Bill Gates problem: Reckoning with the myth of the good billionaire (O problema Bill Gates: Dando conta do mito do bom bilionário), lançado em 2023. Ele comenta que, nas atuais memórias, "há muito pouco que ainda não sabemos sobre a história pessoal de Bill Gates, e quase nada que seja novo ou revelador".
Jornalista americano Tim Schwab publicou um livro crítico sobre Bill GatesFoto: Privat
Um aspecto, no entanto, virou manchete recentemente: quando Gates reflete que, se fosse jovem nos dias de hoje, provavelmente seria diagnosticado no espectro autista. "Ele dedica algo como meia página no final do livro a esse tópico", aponta Schwab. Mas mesmo esse novo detalhe não foi apresentado de uma "maneira particularmente pensada ou reflexiva".
"Converso muito com líderes mundiais"
Foi graças à Microsoft que Gates se tornou o homem mais rico do mundo em 1995, mantendo-se no topo das estimativas da revista Forbes até 2008, quando se afastou da empresa para se concentrar na filantropia.
Desde então, outros bilionários da tecnologia, como Elon Musk ou Mark Zuckerberg, já o ultrapassaram nos rankings da Forbes. No entanto, o patrimônio líquido de Gates só cresceu desde 2008, mesmo considerando-se a inflação. Hoje, aos 69 anos, ele vale cerca de 107 bilhões de dólares (R$ 624,9 bilhões), sendo classificado como a 13ª pessoa mais rica do mundo.
Bill Gates tem uma imagem pública muito melhor do que a de outros bilionários da tecnologia
Ao mesmo tempo, Gates desfruta de uma imagem pública muito melhor do que seus colegas magnatas da tecnologia. Essa combinação de riqueza, conexões e reputação positiva tem lhe dado um acesso praticamente inédito a tomadores de decisões pelo mundo, incluindo uma reunião com o presidente chinês, Xi Jinping, em 2023, ou mesmo um recente jantar de três horas com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante esse encontro, ambos teriam conversado sobre possíveis curas para o vírus HIV e poliomielite.
"Acho que nós dois ficamos muito animados com isso", contou Gates ao periódico The Wall Street Journal, acrescentando: "Como a fundação é muito engajada nessas questões globais de saúde, converso muito com líderes mundiais. Nos últimos meses, conversei com o presidente [francês, Emmanuel] Macron, com [a chefe da Comissão Europeia,] Ursula von der Leyen."
A correspondente do The New York Times para o Sul Asiático Anupreeta Das acredita que o bilionário prefere evitar a impressão de que o trabalho de sua fundação seja politicamente motivado ou alinhado com os partidos Democrata ou Republicano dos EUA.
"Gates tem basicamente se mantido afastado da política ativa. Claro, algumas das temáticas apoiadas por sua fundação (ou por ele, pessoalmente) têm sido politicamente divisórias, como as escolas autônomas nos EUA, ou promover o uso de vacinas durante a pandemia de covid-19 – em meio a um clima cada vez mais polarizado no qual circulavam teorias de conspiração sobre a eficácia das vacinas."
Das é autora do livro Billionaire, nerd, savior, king: Bill Gates and his quest to shape our world (Bilionário, nerd, Salvador, rei: Bill Gates e sua missão de configurar nosso mundo), lançado em 2024.
Líder chinês Xi Jinping recebeu Bill Gates como um "velho amigo" em PequimFoto: Yin Bogu/Xinhua/AP/picture alliance
Revolução alimentar na África sai pela culatra
A Fundação Gates tem usado esses contatos para canalizar gigantescos fundos de combate a doenças e fome em diversas regiões. O livro de Schwab, porém, argumenta que os resultados de tais campanhas tendem a ficar aquém de suas metas amplamente divulgadas.
Um ponto particularmente controverso é a atuação na África, onde a organização de Gates teria supostamente injetado quase 1 bilhão de dólares no controverso programa AGRA (anteriormente Aliança para uma Revolução Verde na África). Lançado em 2006, ele prometia dobrar a produção agrícola e reduzir pela metade a fome e a pobreza em 13 países africanos até 2020.
Este prazo não foi cumprido. Segundo uma pesquisa publicada em junho de 2020, o número de indivíduos passando fome inclusive aumentou em 30% nas nações em questão.
Em agosto de 2024, diversas organizações religiosas, agrícolas e ambientais vieram a público exigir reparações da Fundação Gates. Em carta aberta, elas instaram a organização e seus aliados a reconhecerem que seus esforços "fracassaram".
"Suas intervenções estão empurrando o sistema alimentar da África cada vez mais rumo a um modelo corporativo de agricultura industrial, reduzindo o direito do nosso povo à soberania alimentar e ameaçando a saúde ecológica e humana", consta da carta.
Os líderes africanos acusam os organizadores por trás da AGRA de promoverem "insumos sintéticos caros (fertilizantes e sementes)" que poluem e endurecem o solo, desestabilizam os ecossistemas locais e deixam "os pequenos agricultores à mercê de preços globais voláteis para manter seus rendimentos".
Contudo, com a Fundação Gates financiando também pesquisadores e grupos de defesa, além de trabalhar em estreita colaboração com tomadores de decisão da África, qualquer crítico terá uma dura batalha pela frente.
"Não estabelecemos a agenda mundial, reagimos a ela"
Falando ao semanário sul-africano Mail & Guardian, em setembro de 2024, o diretor para sistemas de fornecimento agrícola da Fundação Gates, Enock Chikava, afirmou que o apoio ao AGRA ajuda os governos a "priorizarem, coordenarem e implementarem eficazmente suas estratégias nacionais de desenvolvimento agrícola".
"Também acreditamos que entrar em diálogo aberto com uma diversidade de vozes africanas – inclusive com os próprios agricultores – é essencial para o nosso trabalho, e continuaremos a procurar diálogos construtivos." A fundação teria reconhecido que seus "dólares, voz e poder organizador" lhe conferem ampla influência, mas empregaria esse privilégio para "elevar as vozes dos que não dispõem de uma plataforma global", insistiu Chikava.
"Sim, nossos fundadores são bilionários", reconheceu o diretor executivo da Fundação Gates, Mark Suzman em carta aberta, em 2023. "Mas nem eu, nem o restante do nosso conselho de administração estamos determinados a estabelecer a agenda mundial: enquanto fundação, nós reagimos a ela. Somos guiados pelas metas de desenvolvimento sustentável, um conjunto de compromissos concretos, mensuráveis, feitos por cada país das Nações Unidas perante seus cidadãos."
"Tornamos públicos todos os nossos investimentos, e nos esforçamos a ser absolutamente transparentes quanto a nossas prioridades e estratégias. Por fim, encontramos maneiras de nos associar a outros que estão enfrentando esses desafios, e estudamos cuidadosamente o panorama, a fim de definir o nosso papel [...] Também fazemos investimentos para assegurar que as inovações atendam às necessidades dos pequenos agricultores – por exemplo, respondendo ao apelo dos países de baixa renda por melhores dados e modelagem [computacional] para prever eventos climáticos."
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Abrindo caminho para Musk
Segundo a jornalista Anupreeta Das, a agenda de Gates se concentra principalmente "saúde pública global, incluindo iniciativas como a erradicação da poliomielite, e desenvolvimento". "Mais recentemente, ele se voltou para energia limpa e mudança climática, embora essas iniciativas sejam separadas do trabalho de sua fundação. Porém, devido a seu alto perfil e seus bilhões, suas ações podem ter impacto político direto."
Entretanto, Tim Schwab ressalva que Gates ainda é um "investidor privado profundamente interessado em expandir sua riqueza": "Quando conversa com alguém como Donald Trump ou qualquer outro líder eleito, ele também tem que pensar em sua própria riqueza privada, seus próprios interesses particulares. E então também tem que pensar nos interesses da Fundação Gates, que é altamente subsidiada pelo contribuinte", esclarece o autor.
"Se você observar a Fundação Gates, um dos projetos dos quais Bill Gates diz mais se orgulhar é um mecanismo de aquisição de vacinas com sede na Suíça: a maior parte do dinheiro para esse projeto vem dos contribuintes."
Ao mesmo tempo, Gates está conectado aos tomadores de decisões através de contratos governamentais para negócios relacionados ao seu império e por meio de contribuições políticas, tais como a suposta doação de 50 milhões de dólares para a rival de Trump nas últimas eleições presidenciais americanas, Kamala Harris.
"Por anos, Gates normalizou e legitimou o papel da riqueza extrema na democracia, certamente na política americana, e sim, alguém como Elon Musk pode representar um novo passo, uma nova evolução neste tipo de oligarquia, mas eu acho que eles são parte da mesma história", opina Schwab. "Eu acho que homens de hoje como Elon Musk se ergueram sobre os ombros de Bill Gates."
O mês de fevereiro em imagens
Reveja alguns dos principais acontecimentos do mês
Foto: Jim LoScalzo/CNP/ZUMA Press/IMAGO
Dedo em riste e ânimos exaltados entre Trump e Zelenski
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, deixou a Casa Branca sem assinar o acordo sobre minerais estratégicos com os EUA depois de bate-boca com Donald Trump. "Você não está sendo grato de forma alguma", disse o presidente dos EUA diante da recusa de seu homólogo em abrir concessões a Moscou em possível negociação de paz, acusando-o de "brincar de terceira guerra mundial". (28/02)
Foto: Saul Loeb/AFP/Getty Images
Líder dos curdos pede fim da luta armada na Turquia
"Todos os grupos devem depor as armas e o PKK deve se dissolver", disse Abdullah Öcalan em uma declaração lida por parlamentares curdos que o visitaram na prisão onde ele está detido há 26 anos. A declaração pode abrir caminho para um novo processo de paz com o governo turco – o conflito entre os guerrilheiros curdos e as forças turcas deixou mais de 40 mil mortos em quatro décadas. (27/02)
Foto: Romano Siciliani/dpa/picture-allianc
Israel se despede de mãe e filhos mortos em cativeiro na Faixa de Gaza
Milhares acompanharam o cortejo fúnebre de Shiri Bibas e de seus dois filhos, o bebê Kfir e menino Ariel, sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Símbolo da tragédia dos reféns, a família foi enterrada perto do kibutz de Nir Oz, onde viviam. Os pais de Shiri também morreram no ataque. Só o marido dela, libertado no início de fevereiro, sobreviveu. (26/02)
Foto: Amir Cohen/REUTERS
Milhares se reúnem no Vaticano em oração pelo Papa Francisco
Fiéis ocupam a Praça de São Pedro, no Vaticano, em oração pela saúde do Papa Francisco. O pontífice luta contra uma pneumonia dupla e permanece em estado crítico pelo quarto dia consecutivo, mas com quadro estável e sem novas crises respiratórias. O Papa de 88 anos passa sua 12ª noite no hospital Gemelli de Roma, a mais longa internação de seu papado. (25/02)
Foto: Massimo Valicchia/NurPhoto/picture alliance
Morre Roberta Flack, conhecida por "Killing Me Softly"
A cantora americana de R&B Roberta Flack morreu aos 88 anos. Flack alcançou o estrelato na década de 1970 com sucessos como "Killing Me Softly With His Song" e "The First Time Ever I Saw Your Face". Seus trabalhos em jazz, pop e soul, e sua forte defesa dos direitos civis respaldaram seu sucesso entre um público fiel. A cantora venceu cinco de 14 indicações ao Grammy em sua carreira. (24/02)
Foto: Harold Filan/AP Photo/picture alliance
Conservadores lideram na eleição alemã e encerram era Scholz
Os alemães foram às urnas em eleições antecipadas para definir os novos membros do Parlamento. Aliança CDU/CSU foi a mais votada, cacifando o líder conservador Friedrich Merz a ocupar o posto de chanceler federal e substituir o impopular Olaf Scholz. A eleição também foi marcada por crescimento robusto da ultradireitista AfD, que dobrou seu eleitorado. (23/02)
Foto: Odd Andersen/AFP/Getty Images
"O Último Azul" vence Urso de Prata na Berlinale
"O Último Azul", filme brasileiro dirigido por Gabriel Mascaro, conquistou o Urso de Prata do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim, a segundo maior honraria do evento. Já o Urso de Ouro, maior prêmio da competição, foi vencido pelo filme norueguês "Drommer", de Dag Johan Haugerud. (22/02)
Foto: Jens Kalaene/dpa/picture alliance
Moraes determina bloqueio do Rumble no Brasil
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou (21/02) o bloqueio da rede social Rumble no Brasil, acusando a plataforma de "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos" de ordens judiciais, além de tentativas de "não se submeter ao ordenamento jurídico brasileiro [...] para instituir um ambiente de total impunidade e de 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras". (21/02)
Foto: EVARISTO SA/AFP
Hamas entrega corpos de 4 reféns israelenses
Grupo islamista alega que reféns teriam sido mortos em bombardeio de Israel. Vítimas são um bebê de 9 meses, seu irmão de 4 anos, a mãe deles, de 32 anos, e um idoso de 83 anos. O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) acusou o Hamas de ter transformado o ato em palco político. (20/02)
Foto: Stringer/REUTERS
Trump culpa Ucrânia por invasão russa e chama Zelenski de "ditador"
Irritado ao ouvir de Volodimir Zelenski que vive numa "bolha de desinformação" após ter ecoado a linha oficial do Kremlin e atribuído à Ucrânia a culpa pela invasão russa em 2022, o presidente americano Donald Trump chamou o colega de "ditador" e aconselhou-o a ser "rápido" se não quiser "ficar sem país". A escalada diplomática é mais um passo no estranhamento entre EUA e Ucrânia. (19/02)
Foto: Roberto Schmidt/AFP/Getty Images
Procuradoria denuncia Bolsonaro e outros 33 ao STF por tentativa de golpe
A Procuradoria-Geral da República denunciou Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas ao Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado. O ex-presidente é acusado de cinco crimes, que juntas somam até 43 anos de prisão: organização criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. (18/02)
Foto: Ton Molina/NurPhoto/picture alliance
Avião capota no Canadá
Um avião da Delta capotou em acidente ocorrido no Aeroporto Internacional Pearson de Toronto, no Canadá, ficando de barriga para cima na pista e deixando ao menos 15 feridos. O terminal ficou horas paralisado após o acidente. (17/02)
Foto: Uncredited/CTV/AP/dpa/picture alliance
Candidatos a chanceler federal se enfrentam em debate na Alemanha
Temas como imigração, economia, relação com Estados Unidos e guerra na Ucrânia pautaram o primeiro debate com os quatro principais candidatos a chanceler federal. O evento colocou Olaf Scholz, do SPD, contra seu principal rival, Friedrich Merz, que lidera com folga as pesquisas de intenção de voto. Também participaram Alice Weidel, da AfD, e o vice-chanceler Robert Habeck, dos Verdes. (16/02)
Foto: Kay Nietfeld/dpa-Pool/picture alliance
Tumulto deixa dezenas de mortos em estação de trem na Índia
Pelo menos 15 pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas em um tumulto em uma estação ferroviária na capital da Índia, Nova Délhi, quando uma multidão tentava chegar na maior congregação religiosa do mundo, o Khumba Mela. No mês passado, 30 pessoas morreram em um tumulto no festival hindu de Kumbh Mela, no norte da Índia. (15/02)
Foto: Uncredited/AP/dpa/picture alliance
Vice-presidente dos EUA pede resgate de valores europeus e fim do "cordão sanitário"
JD Vance provocou choque entre líderes europeus que acompanharam seu discurso na Conferência de Segurança de Munique. O americano quebrou o protocolo ao focar sua fala na política interna da União Europeia, e disse que os EUA estão preocupados com os valores que os europeus estão defendendo. Ele ainda sugeriu o fim do "cordão sanitário" que isola a ultra direita no parlamento alemão. (14/02)
Foto: Leah Millis/REUTERS
Carro avança sobre multidão em Munique, na Alemanha
Um automóvel atropelou um grupo de pessoas no centro de Munique, deixando 30 feridos. As causas do incidente estão sendo investigadas. O governador da Baviera, Markus Söder, falou em "possível atentado". O motorista do automóvel seria um afegão de 24 anos que tinha autorização de permanência no país. Chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, diz que suspeito "tem que deixar o país". (13/02)
Foto: Michael Bihlmayer/Bihlmayerfotografie/IMAGO
Alemanha prorroga controles de fronteira
Governo em Berlim prolongou por mais seis meses os controles em todas as suas fronteiras exteriores, a fim de "frear a imigração irregular", segundo o chanceler federal Olaf Scholz. A medida foi adotada em setembro de 2024. (12/02)
Foto: Matthias Balk/dpa/picture alliance
EUA e Reino Unido rejeitam declaração de Paris sobre IA
Em torno de 60 países assinaram em Paris uma declaração que pede o uso transparente e sustentável da inteligência artificial e regulamentações internacionais, com EUA e Reino Unido sendo as notáveis ausências na lista de signatários. O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, expôs na cúpula as várias reservas dos EUA em relação ao tema.(11/02)
Foto: Thomas Padilla/AP Photo/picture alliance
Donald Trump impõe tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio
Presidente dos EUA, Donald Trump, assina ordem executiva determinando imposição de tarifas de 25% sobre a importação de aço e alumínio, o que poderá afetar as exportações brasileiras. O decreto de Trump cancela isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, em uma medida que pode aumentar o risco de uma guerra comercial multifacetada. (10/02)
Foto: Kyodo/picture alliance
Hamas anuncia retirada do exército israelense do corredor de Netzarim, em Gaza
O corredor de Netzarim é uma faixa de terra que divide o enclave palestino em norte e sul. Ele foi estabelecido por Israel quando o conflito em Gaza começou e até agora era militarizado pelo exército israelense. Como parte da trégua entre Israel e o Hamas, o exército israelense se comprometeu a se retirar do corredor e, assim, permitir que os palestinos retornem ao norte de Gaza. (09/02)
Prisioneiros palestinos libertados são saudados por uma multidão ao chegarem à Faixa de Gaza depois de serem libertados de uma prisão israelense. Israel e o grupo extremista Hamas concluíram neste sábado a quinta troca de reféns e prisioneiros, como parte do acordo de cessar-fogo em curso. (08/02)
Foto: Abdel Kareem Hana/AP/picture alliance
Rio vermelho
A água do rio Sarandí, na província de Buenos Aires, ganhou um tom vermelho vivo. A suspeita é de que o fenômeno tenha sido causado pelo vazamento de corante da indústria têxtil ou de resíduos químicos de uma fábrica próxima ao rio, que atravessa o município de Avellenada, a quase 10 quilômetros de Buenos Aires. (07/02)
Foto: Rodrigo Abd/AP/dpa/picture alliance
Israel prepara plano para saída "voluntária" de Gaza
O ministro da defesa de Israel, Israel Katz, ordenou que o exército prepare um plano para a saída de "qualquer residente de Gaza que deseje sair", após declarações do presidente americano, Donald Trump, sobre um possível deslocamento dos habitantes de Gaza. (06/02)
Foto: Dawoud Abu Alkas/REUTERS
Milei segue passos de Trump e retira Argentina da OMS
Presidente da Argentina, Javier Milei, segue exemplo de seu colega em Washington, Donald Trump, e retira o país da Organização Mundial da Saúde (OMS). Ele acusou a entidade de "crime de lesa humanidade" ao intervir nas soberanias nacionais e repetiu acusações do líder americano de "má gestão da saúde". (05/02)
Foto: Tomas Cuesta/Getty Images
Atirador deixa mortos em escola na Suécia
Um atirador matou cerca dez pessoas em um ataque a uma escola para adultos em Örebro, na Suécia. A polícia informou que o agressor também estava entre os mortos. A Suécia vem enfrentando uma onda de tiroteios e ataques a bomba resultantes do problema endêmico no país de crimes de gangues. (04/02)
Governo federal regulamenta poder de polícia da Funai
Decreto regulamenta o poder de polícia de agentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A função foi prevista na lei que criou o órgão, em 1967, mas nunca havia sido regulamentada. Funcionários poderão usar a força para combater violações como ataques ao patrimônio cultural, invasões e atividades de exploração exercidas por terceiros dentro de terras indígenas. (03/02)
Foto: Reuters/Handout FUNAI
Multidão protesta contra fim do "cordão sanitário" em Berlim
Protestos eclodiram em toda a Alemanha após partido conservador CDU acatar votos da ultradireita em projeto anti-imigração, rompendo o isolamento da sigla AfD no parlamento alemão. Polícia registrou confrontos com manifestantes. Na capital alemã, 160 mil pessoas se reuniram e direcionaram palavras de ordem contra o candidato a chanceler federal Friedrich Merz. (02/02)
Foto: John Macdougall/AFP/Getty Images
Morre Horst Köhler, ex-presidente da Alemanha
O ex-presidente da Alemanha Horst Köhler morreu aos 81 anos em Berlim. Ele foi o nono presidente alemão do pós-guerra, entre 2004 e 2010. Enquanto esteve no cargo, ele se dedicou a temas voltados para as relações exteriores, projetos de desenvolvimento na África e mudanças climáticas. Antes de entrar para a política, Köhler foi economista e diretor do FMI. (01/02)