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Bloco islâmico contra Jerusalém como capital de Israel

1 de junho de 2019

Estados muçulmanos tacham de ilegal e irresponsável a transferência de embaixadas, e conclamam a boicote. Brasil entre países que consideram tomar posição em disputa israelo-palestina, seguindo exemplo dos EUA.

Embaixada americana em Jerusalém
Desde maio de 2018 embaixada americana se localiza em JerusalémFoto: picture alliance/Zumapress

Durante uma conferência de cúpula em Meca, na Arábia Saudita, quase 60 Estados islâmicos condenaram o reconhecimento, por certos países, de Jerusalém como capital de Israel como ato ilegal e irresponsável.

Na declaração final conjunta da Organização para Cooperação Islâmica (OIC), divulgada neste sábado (01/06), os países que já transferiram suas embaixadas são instados a rever a decisão, que seria uma grave violação do direito internacional e da legitimidade das nações.

No fim de 2017, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou o reconhecimento de Jerusalém e decretou a realocação da embaixada de seu país de Tel Aviv para lá, o que se efetuou em maio de 2018, sob veementes protestos dos palestinos. Além disso, em março do mesmo ano Trump confirmou a soberania israelense sobre as Colinas de Golã.

Em seguida, a Guatemala também transferiu sua embaixada, e outros governos, como o do Brasil, República Tcheca e Romênia, estão considerando a decisão. A OIC conclamou a um boicote de todos os que sigam o exemplo americano.

Jerusalém é um dos locais mais sagrados das religiões judaica, islâmica e cristã. Tanto Israel quanto os palestinos a reivindicam como sua própria capital: enquanto estes últimos exigem a parte oriental, os israelenses almejam a toda a cidade.

Devido ao status não esclarecido, há décadas tem sido consenso os países estrangeiros evitarem sediar em Jerusalém as suas embaixadas. Os palestinos condenaram a mudança dos americanos, acusando-os de assim perder qualquer credibilidade como mediadores neutros entre ambas as partes.

Da declaração final da OIC constou: "O povo palestino tem o direito de alcançar seus direitos nacionais inalienáveis, que incluem o direito à autodeterminação e a fundação de um Estado palestino independente e soberano."

A Organização para Cooperação Islâmica é formada por 57 países. Sua cúpula centrada nas tensões com o Irã, iniciada na quinta-feira, foi marcada pelas ausências notáveis dos líderes iraniano e turco.

A Arábia Saudita e seus aliados acusam Teerã de desestabilizar o Oriente Médio, e exigiram inequivocamente que os iranianos respeitem a soberania dos Estados árabes. Antes, a Liga Árabe e o Conselho de Cooperação do Golfo Pérsico haviam se reunido na cidade sagrada de Meca para debater o mesmo tema.

AV/afp,dpa

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