Fabricantes de aviões confirmam negociação, mas ressaltam que ainda não há garantia de acordo. Parceria precisa de aval do governo brasileiro.
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A fabricante de aviões americana Boeing e a Embraer confirmaram nesta quinta-feira (21/12) que estão negociando uma parceira, porém, ressaltaram que, no momento, não há nenhuma garantia de um acordo. Qualquer transação precisará ser aprovada pelo governo brasileiro, que manteve seu poder de veto nas decisões da Embraer quando a privatizou há duas décadas.
"Boeing e Embraer confirmaram que as duas companhias encontram-se em tratativas em relação a uma potencial combinação de seus negócios, em bases que ainda estão sendo discutidas. Não há garantia de que qualquer transação resultará dessas discussões", divulgaram as fabricantes num comunicado conjunto.
O comunicado afirma ainda que as duas empresas não pretendem, por enquanto, fazer comentários adicionais a respeito das discussões.
A confirmação sobre a negociação foi feita após o jornal americano The Wall Street Journal noticiar que a fabricante dos EUA pretendia adquirir a empresa brasileira.
A fusão entre Boeing e Embraer seria uma resposta da companhia americana ao anúncio da união entre a Airbus e a canadense Bombardier, quarta maior fabricante de aeronaves do mundo e principal adversária da Embraer no mercado de aviões para voos regionais, feito há dois meses.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o presidente Michel Temer aprovou as negociações entre as empresas, mas descartou a venda da Embraer. O governo teria sido pego de surpresas sobre as conversas entre as fabricantes de aeronaves.
Apesar da privatização em 1994, o governo brasileiro possui na Embraer uma golden share que lhe confere o poder de dar o aval sobre as decisões da empresa.
Com valor de mercado estimado em 3,7 bilhões de dólares, a Embraer é a terceira maior fabricantes de aviões do mundo e, ao lado da Bombardier, líder no mercado de jatos regionais. Os rumores sobre as negociações elevaram em mais de 21% os valores das ações da empresa na Bovespa. Já na bolsa americana, elas subiram 26%.
CN/afp/efe/rtr/ots
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50 anos do Boeing 737
Há meio século ele fez seu voo inaugural. Apesar da forte concorrência do Airbus A320, o Boeing 737 é atualmente o modelo mais vendido na história da aviação mundial.
Foto: picture alliance/ZUMA Press/L. Faerberg
Boeing preenche lacuna
Na década de 1960, as viagens aéreas entraram na moda. Tanto nos EUA como na Europa, o mercado de trajetos de média distância cresceu rapidamente. Naquela época, Lufthansa e United Airlines ainda não haviam comprado modelos de médio alcance – e isso foi uma oportunidade para a Boeing. A foto mostra um dos primeiros modelos 737, durante sua fabricação em Seattle, EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/Lufthansa
Lufthansa foi primeira cliente do modelo
O voo inaugural do Boeing 737 foi realizado em 9 de abril de 1967. Nesse mesmo ano, a Lufthansa se transformou na primeira cliente do modelo. Com a aeronave, a companhia aérea alemã podia transportar cerca de 100 passageiros e voar até 3.400 quilômetros. A empresa usa o 737 especialmente em suas rotas europeias.
Foto: picture-alliance/dpa/Lufthansa
Sob a sombra do Outono Alemão
Também faz parte da história da Boeing: em 1977, um modelo 737 batizado de "Landshut" foi sequestrado por quatro terroristas palestinos, que mataram o comandante. Mais tarde forças especiais alemãs libertaram os 86 passageiros e restante da tripulação. Depois do incidente, o avião continuou transportando passageiros da Lufthansa até ser vendido pela empresa em 1985, só sendo aposentado em 2008.
Foto: picture-alliance/AP Images
Cockpit analógico
As aeronaves estão em constante evolução. Enquanto os primeiros pilotos e pilotas da Lufthansa ainda se sentavam atrás de instrumentos analógicos, a fabricante americana de aviões desenvolveu a tecnologia empregada no modelo de forma gradual. No início da década de 1980, pela primeira vez a Boeing alterou o 737 em grande escala, e a cabine de pilotos recebeu telas.
Foto: Roland Fischer, Lufthansa
Menos espaço para as pernas
O Boeing 737 mudou do ponto de vista dos passageiros: uma iluminação mais suave, bagageiros maiores e melhor ventilação tornaram as viagens aéreas mais agradáveis. No entanto, os passageiros da classe econômica passaram a ter menos espaço para as pernas, com a redução da distância entre os assentos.
Foto: picture-alliance/dpa/K. D. Gabbert
Consumo de combustível deve ser baixo
Atualmente não são apenas os passageiros que devem caber em maior número dentro do avião. O consumo de combustível também deve ser baixo. Dada a baixa altura da aeronave, os motores do 737 foram concebidos pela Boeing com um achatamento na sua parte inferior, e se diferenciam do aspecto redondo das turbinas de outros modelos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Gambarini
Popular entre as empresas de baixo custo
Com um total de 13.824 encomendas (até fevereiro de 2017), o 737 é atualmente o avião de passageiros mais vendido na história da aviação. Particularmente as companhias aéreas de baixo custo, cujas frotas muitas vezes consistem de só um modelo de aeronave, compram dezenas de unidades de uma só vez.
O Airbus A320 foi lançado no mercado no final da década de 1980, e também se tornou sucesso de vendas. No período de 30 anos, o modelo da fabricante europeia, com 13.061 encomendas (até fevereiro de 2017), não fica tão longe do recorde do Boeing 737.
Foto: picture-alliance/ dpa
Renascimento aos 50 anos de idade
Após a Airbus anunciar a remodelação da família A320, a Boeing reformulou também o 737. O modelo 737 MAX transportará mais passageiros e consumirá menos combustível, e as primeiras aeronaves serão entregues em 2017, pontualmente para o 50º aniversário da aeronave.