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Bogotá elege sua primeira prefeita mulher

28 de outubro de 2019

Lésbica, de origem humilde e símbolo da luta contra a corrupção, vitória de Claudia López é marco em um país acostumado a ser liderado por homens de elite. Resultados das eleições no país representam golpe ao uribismo.

Claudia López, eleita prefeita de Bogotá, celebra sua vitória em evento com apoiadores
Claudia López, eleita prefeita de Bogotá, celebra sua vitória em evento com apoiadoresFoto: picture-alliance/AA/J.D.M. Gallego

Claudia López, símbolo da luta contra a corrupção na Colômbia, se tornou a primeira mulher eleita prefeita de Bogotá neste domingo (27/10), nas primeiras eleições locais no país após o histórico acordo de paz que colocou fim a um conflito armado de meio século.

López, de 49 anos, candidata da Aliança Verde, de centro-esquerda, derrotou dois candidatos conservadores e um de esquerda, e irá suceder o atual prefeito, Enrique Peñalosa, liberal. Ela obteve 35% dos votos, uma vantagem apertada sobre o segundo colocado, o liberal Carlos Fernando Galán.

Ex-pesquisadora e colunista de veículos de imprensa, López ganhou notoriedade após ajudar a revelar conexões entre parlamentares colombianos e grupos paramilitares de direita. Ela foi forçada e se mudar de país após o escândalo vir à tona, mas depois retornou, foi eleita senadora em 2014 e se candidatou a vice-presidente na eleição presidencial de 2018.

"Nós não apenas vencemos, mas estamos mudando a história", afirmou ela em sua conta no Twitter após o resultado do pleito ser conhecido. A vitória de López, que é abertamente lésbica e vem de origem humilde, é um passo significativo em um país acostumado a ser liderado por homens de elite.

"Ser mulher não é uma falha, ser uma mulher obstinada e firme... não é uma falha. Ser gay não é uma falha, ser uma garota de uma família modesta não é uma falha", disse ela à agência de notícias AFP na última semana.

O resultado também foi interpretado como um referendo sobre a gestão do presidente Iván Duque, de direita, que elogiou o processo eleitoral deste ano por ter atraído "o maior número de candidatos da história".

A vitória de López e os demais resultados dos pleitos deste domingo, que elegeram os governos de mais de 1.100 prefeituras e 32 departamentos, representaram uma derrota para o Centro Democrático, partido de Duque e fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe.

Em Medellín, segunda cidade da Colômbia, o candidato independente Daniel Quintero foi eleito com ampla vantagem sobre Alfredo Ramos, do partido governista. No departamento de Antioquia, um dos bastiões do uribismo, o Centro Democrático também perdeu a disputa.

"Perdemos, reconheço a derrota com humildade. A luta pela democracia não tem fim", afirmou o ex-presidente Uribe quando tomou conhecimento dos resultados.

As eleições locais são as primeiras a serem realizadas desde a assinatura dos acordos entre o Estado e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). López foi uma grande defensora do processo de paz com o grupo.

O processo eleitoral, contudo, foi marcado por episódios de violência, segundo um grupo de monitoramento independente. Desde que os partidos confirmaram a lista dos nomes que estariam nas urnas, na última semana de julho, sete candidatos foram assassinados, 88 foram ameaçados, 12 foram alvo de ataques e um foi sequestrado, segundo a missão de observação eleitoral.

BL/afp

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