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Boko Haram faz novo ataque a cidade estratégica na Nigéria

1 de fevereiro de 2015

Forças nigerianas dizem ter conseguido rechaçar segundo ataque dos terroristas em apenas uma semana contra Maiduguri, no nordeste do país. Militares do Chade reprimem extremistas em cidade nigeriana próxima de Camarões.

Nigeria Maiduguri Militär Sicherheit Anti Boko Haram 2014
Foto: picture-alliance/epa

As Forças Armadas da Nigéria conseguiram repelir neste domingo (01/02) um ataque do grupo terrorista Boko Haram em quatro frentes na cidade de Maiduguri, nordeste do país, enquanto a violência se espalha na região apenas duas semanas antes das eleições gerais.

O confronto, que se estendeu durante cinco horas, foi a segunda tentativa feita pelos militantes radicais de tomar Maiduguri em apenas uma semana. Dezenas de civis morreram em bombardeios aéreos e lançamentos de granadas e morteiros por terra. Segundo soldados nigerianos, centenas de insurgentes também morreram na investida.

Maiduguri, capital do estado nigeriano de Borno conta com 2 milhões de habitantes e uma população de refugiados que ultrapassa os 200 mil.

Ataque suicida faz oito mortes

Em um outro ataque, em Potiskum, no estado vizinho de Yobe, um homem-bomba matou outras oito pessoas e deixou sete feridas neste sábado. A explosão ocorreu pouco após o meio-dia (horário local) perto da residência de Sabo Gardu, candidato a uma vaga no Parlamento nigeriano pelo Partido Democrático Popular, do atual presidente Goodluck Jonathan.

Diante da falta de perspectiva de uma trégua na violência da região, nigerianos temem que as eleições presidenciais marcadas, para dia 14 de fevereiro, ocorram sob a sombra do medo. O Boko Haram, que condena a democracia, ainda mantém controle sobre amplas faixas de território na Nigéria.

Oposicionistas do partido Congresso de Todos os Progressistas (APC), que vem ganhando terreno entre eleitores do partido governista, rejeitam pedidos da segurança nacional para adiar o pleito.

Cenário de atentado suicida na Nigéria: ações do Boko Haram deixaram cerca de 13 mil mortos em seis anosFoto: Johan Demarle/Damon van der Linde

Cerca de 13 mil pessoas morreram durante os seis anos de ação do grupo terrorista na Nigéria. Em agosto, o Boko Haram se declarou um califado islâmico e atualmente controla 130 cidades e municípios.

Repelidos pelo Chade

A mais nova tentativa de conquistar Maiduguri, berço espiritual da organização extremista, ocorre juntamente com uma ofensiva de forças de segurança do vizinho Chade, impedindo o avanço do Boro Haram na cidade nigeriana de Gamboru, perto da fronteira com Camarões.

Aviões militares do Chade, apoiados por tropas em terra, bombardearam os extremistas em Gamboru e Kolfata no sábado, e em Malumfatori, ainda na quinta-feira. As cidades estava sob controle do Boko Haram há meses.

Um oficial do exército chadiano disse que Gamboru está controlada pelo Boko Haram e que os extremistas estão "por toda a cidade", escondendo-se nas casas e colocando atiradores de elite por "todo o lado".

Força multinacional

Durante encontro de líderes africanos neste sábado, ficou autorizada a criação de uma força multinacional com 7,5 mil homens para lutar contra o grupo terrorista na região. O Boko Haram reagiu ameaçando atacar o Níger, caso o país envie tropas à força multinacional, assim como fez com Camarões.

A iniciativa da União Africana foi saudada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. "Eles (Boko Haram) cometeram brutalidades indescritíveis. Estes terroristas devem ser travados através da cooperação regional e internacional", disse.

O Boko Haram provocou uma inesperada crise regional que afeta diretamente quatro países: Camarões, Chade, Níger e Nigéria. Estas nações e o Benin irão fazer parte da força conjunta para combater o grupo radical islâmico.

Como funciona o Boko Haram?

03:00

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MSB/afp/lusa/ap/dpa

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