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Bolsas cult

27 de outubro de 2011

A marca Freitag nasceu da paixão de dois irmãos por andar de bicicleta e reaproveitar materiais. Mal sabiam os suíços que tal gosto os ajudaria a construir um negócio a partir de lonas velhas de caminhões.

Bolsas Freitag tornaram-se item de moda cultFoto: FREITAG / Foto: Peter Würmli

Para o dono de uma bolsa Freitag, ela é mais do que um utensílio para carregar suas posses por aí. De acordo com Daniel e Markus Freitag, que as desenvolveram, o item se baseia numa união de sustentabilidade e individualidade.

Tal conceito ajudou os irmãos suíços a construir uma marca cult. Eles vivem recebendo cartas de consumidores, narrando as aventuras já vividas por suas bolsas. Um casal contou que se conheceu e se apaixonou ao se encontrar num supermercado e descobrir que ambos tinham bolsas Freitag feitas da mesma velha lona de caminhão.

"Não se trata de criar um produto totalmente novo, mas talvez de criar momentos subconscientes que proporcionem a sensação boa de algo que falta na vida", define Markus. "A individualidade de cada bolsa é muito mais importante que a simples função de transportar algo."

Daniel e Markus: determinados a manter a propriedade de sua criaçãoFoto: Roland Tännler/ Freitag

Primeiros passos

A história das bolsas Freitag teve início em 1993, quando Daniel e Markus eram estudantes em Zurique. Tendo as bicicletas como principal meio de transporte e uma longa estação de chuvas a enfrentar, os irmãos decidiram que precisavam de bolsas melhores para carregar seus livros, mais resistentes ao tempo inclemente. Foi então que Markus olhou pela janela do apartamento e viu caminhões com lonas coloridas passando pela estrada.

E logo ambos estavam comprando lonas velhas, cintos de segurança e pneus e criando uma solução para o seu problema, com a ajuda de uma velha máquina de costura. Em pouco tempo estavam distribuindo bolsas aos amigos, e por fim voaram para São Francisco, a fim de testar um protótipo com potencial comercial.

Dezoito anos depois, 400 lojas vendem as bolsas dos irmãos Freitag pelo mundo. Além da sede em Zurique, eles possuem também oito lojas próprias. Da máquina de costura no apartamento ao enorme armazém que abriga a fábrica Freitag, os irmãos afirmam ter permanecido fiéis ao plano original.

De Zurique: moda a partir de lonas e cintos de segurança de caminhõesFoto: Noë Flum/ Freitag

Eles têm 120 funcionários. Alguns vão atrás de caminhoneiros e limpam as lonas compradas, enquanto outros escolhem que peças usar, e depois as recortam com a ajuda de um molde transparente e uma faca alfa.

Todas as bolsas continuam sendo feitas de materiais usados – lonas, cintos de segurança, airbags e qualquer material que resita a mais alguns anos de desgaste. Os clientes podem até mesmo conceber suas próprias bolsas no site da Freitag e, ao visitarem uma loja, ganham um aluguel de bicicleta gratuito para descobrir a cidade acompanhados da nova bolsa.

Amigos da marca

"Nossos clientes, que gostamos de chamar de 'amigos da marca', provavelmente sentiram que, desde o princípio, a Freitag vem seguindo um caminho honesto e verdadeiro", diz Daniel. "Então, continuamos nessa linha, sem abandonar a ideia básica."

Recentemente, os irmãos foram convidados a explicar o segredo por trás da sua marca cult na Berlin School of Creative Leadership (Escola de Liderança Criativa de Berlim), onde discursaram numa sala cheia de gerentes de marca, publicitários, jornalistas e produtores de cinema.

O primeiro conselho foi bastante simples. "Acho que talvez o melhor plano seja não planejar se tornar uma marca", disse Daniel.

Freitag tem oito lojas próprias e 400 revendedoras pelo mundoFoto: Florian Braun / Freitag

Contudo, quando pressionados sobre como manter o ritmo de crescimento sem comprometer a integridade da marca "não planejada", os irmãos revelam estar determinados a conservar a propriedade sobre seu produto, mesmo que isso signifique crescer mais lentamente.

"Estamos crescendo organicamente, e isto nos convém", disse Daniel. "É importante manter o controle das próprias ideias, e agir segundo aquilo em que se acredita, e não porque se é obrigado ou porque um investidor mandou."

E caminhar em ritmo lento é algo que os irmãos fazem muito bem. Afinal, passados 18 anos desde o fim dos estudos, Daniel e Markus ainda preferem a bicicleta ao carro. Na verdade, nunca tiraram carteira de motorista.

Autor: Jenny Hoff (lpf)
Revisão: Augusto Valente

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