Bolsonaro autoriza privatização de três parques nacionais
3 de dezembro de 2019
Decreto inclui parques nacionais dos Lençóis Maranhenses, Jericoacoara e Iguaçu em programa de concessões à iniciativa privada. Medida visa atrair recursos e mais visitantes, além de diminuir custos de manutenção.
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O presidente Jair Bolsonaro publicou nesta terça-feira (03/12) um decreto no qual autoriza a concessão para a iniciativa privada de três unidades de conservação ambiental: os parques nacionais dos Lençóis Maranhenses, no Maranhão, de Jericoacoara, no Ceará, e do Iguaçu, no Paraná.
As três unidades de conservação foram qualificadas no âmbito do Programa Nacional de Desestatização (PND), que determina "para fins de concessão da prestação dos serviços públicos de apoio à visitação, com previsão do custeio de ações de apoio à conservação, à proteção e à gestão das referidas unidades".
Em agosto, o governo anunciou que pretendia ampliar os projetos de concessão e conceder à iniciativa privada os parques dos Lençóis Maranhenses e de Jericoacoara. Já a unidade do Iguaçu opera desde 1998 sob concessão. O contrato, porém, vence em 2020 e será então renovado.
O decreto estabelece ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode ser contratado para "elaborar estudos necessários às concessões e para apoiar as atividades de supervisão dos serviços técnicos e de revisão de produtos contratados".
Os parques foram incluídos no programa de privatizações após a recomendação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A iniciativa visa atrair recursos, diminuir custos de manutenção, além de promover o aumento do número de visitantes.
Criado em 1939, o Parque Nacional do Iguaçu foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco e abriga as famosas Cataratas do Iguaçu. A unidade tem aproximadamente 1 milhão de hectares.
Localizado a 250 quilômetros de São Luís, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses foi fundado em 1981 e possui 155 mil hectares.
Já o Parque Nacional de Jericoacoara é o mais novo e o menor dos três, com 8,8 mil hectares e criado em 2002.
O governo pretende ainda conceder para a iniciativa privada os parques nacionais da Chapada dos Guimarães (MT), Aparados da Serra, Serra Geral e de Canela (RS), Serra do Bodoquena (MS), do Caparaó (MG e ES) e Serra da Canastra (MG).
O Velho Continente guarda algumas das florestas mais belas do mundo.
Foto: imago/blickwinkel
Triglav: orquídeas e edelvais
O Monte Triglav dá nome ao único parque nacional da Eslovênia. A origem do termo, que significa "três cabeças", é contestada. Alguns o atribuem aos três picos da montanha, enquanto outros afirmam que assim era chamada uma divindade eslava que tinha seu trono no cume. Se for este o caso, ela tinha uma vista espetacular das florestas nas encostas e dos prados cobertos de flores.
Foto: Triglav National Park
Bialowieza: a floresta mais antiga
Protegido durante séculos como área de caça dos monarcas poloneses e russos, o Parque Nacional Bialowieza possui a última floresta virgem de planície da Europa. Sob a tutela da realeza, os bisões nativos da região foram caçados até a sua extinção, no início do século 20. Mais tarde, eles foram reintroduzidos, e diversos rebanhos podem ser vistos agora na região.
Foto: Mateusz Szymura
Suíça saxônica: romantismo alemão
O Parque Nacional da Suíça Saxônica está localizado na fronteira alemã com a República Tcheca. Numa inspiração à criatividade, pode-se seguir os passos dos pintores românticos alemães que retrataram os esculturais rochedos. O Malerweg, ou "rota dos pintores", consiste em 12 mil quilômetros de trilhas, que levam a colunas de arenito, penhascos e cânions.
Foto: picture-alliance/dpa
Etna: o monstro sob a montanha
Na mitologia grega, Tifão, pai de todos os monstros, batalhou com Zeus até ser aprisionado sob o Monte Etna. A lava que borbulha no vulcão mais ativo da Europa faz crer que Tifão ainda espera para realizar sua vingança. Mas os vulcões também proporcionam solos férteis, o que faz com que o Parque Nacional do Etna tenha algumas das paisagens mais exuberantes da Sicília.
Foto: Reuters
Plitvice: lagos e cachoeiras
Mais de um milhão de turistas viajam todos os anos até o Parque Nacional de Plitvice, na Croácia, para visitar os 16 lagos interligados por cachoeiras e as rochas calcárias de travertino, esculpidas em degraus ondulantes.
Foto: picture-alliance/dpa/H. Schröder
Tatra: ursos e águias
As Montanhas Tatra, parte da cadeia dos Cárpatos, abrigam parques nacionais entre a Polônia e a Eslováquia. Ursos pardos, linces, lobos, camurças e marmotas compõem a fauna de suas densas florestas e planícies alpinas. As majestosas aves de rapina, como a águia-pomarina, talvez tenham as melhores vistas dos picos elevados e lagos reluzentes.
Walter Scott escreveu ali seu poema "Lady of the lake". O Loch Lomond e o Parque Nacional Trossachs servem de inspiração para obras épicas. Águias voam rente à superfície de seus vários lagos em busca de salmões, enquanto cabanas da Idade do Ferro, menires, um cemitério viking e restos das crannogs – ilhas artificiais – contam lendas do passado distante da Escócia.
Foto: Loch Lomond & The Trossachs National Park Authority
Gran Paradiso: refúgio do íbex alpino
Gran Paradiso foi o primeiro parque nacional da Itália, fundado em 1920 para proteger o íbex alpino, que estava à beira da extinção. Hoje, os visitantes têm boas chances de ver o animal nas planícies elevadas do parque. O abutre-barbudo, reintroduzido cem anos após o último exemplar da espécie ter sido abatido, em 1912, se encaminha para ser mais um sucesso da restauração da história do local.