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Bolsonaro condecora primeiro-ministro de Israel

18 de janeiro de 2019

Benjamin Netanyahu recebe Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, maior condecoração brasileira a cidadãos estrangeiros. Homenagem reforça aproximação com Israel e vem em meio a denúncias de corrupção contra o premiê.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente Jair Bolsonaro
Condecoração foi concedida durante a visita do premiê israelense ao Brasil em dezembroFoto: Reuters/L. Correa

O presidente Jair Bolsonaro concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. A honraria é a mais alta condecoração brasileira atribuída a cidadãos estrangeiros e só pode ser concedida pelo presidente da República.

A grã-cruz foi entregue a Netanyahu no Rio de Janeiro, durante a viagem do premiê israelense ao Brasil em dezembro, mas o decreto presidencial com a concessão foi publicado somente nesta sexta-feira (18/01) no Diário Oficial da União.

A Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul foi criada em 1822 pelo imperador Pedro 1°, com o nome de Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul. Entre as personalidades já homenageadas estão a rainha Elizabeth 2ª, o presidente dos Estados Unidos Dwight D. Eisenhower e o guerrilheiro Che Guevara.

Bolsonaro tem ensaiado uma aproximação com Israel desde a campanha eleitoral. Ele chegou a prometer transferir a embaixada brasileira no país de Tel Aviv para Jerusalém, a exemplo da iniciativa já tomada pelos Estados Unidos, contrariando a posição histórica do Brasil de neutralidade no conflito entre israelenses e palestinos.

Durante sua visita ao país, Netanyahu afirmou que, segundo o presidente brasileiro, a transferência diplomática "não é uma questão de 'se', mas de 'quando'". O plano provocou críticas de países árabes com os quais o Brasil mantém relações comerciais.

A aproximação marca uma nova fase nas relações entre os dois países, que passaram por uma turbulência em 2014 quando o então governo Dilma Rousseff convocou o embaixador brasileiro em Israel, em protesto contra ações militares israelenses na Faixa de Gaza.

Logo depois do episódio, um porta-voz do Ministério do Exterior israelense chamou o Brasil de "anão diplomático" e ironizou a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 naquele ano.

Em dezembro, Netanyahu saudou o estreitamento de laços promovido pelo novo presidente. "É uma grande mudança com Bolsonaro. Estou contente por podermos começar uma nova era entre Israel e a grande potência chamada Brasil", afirmara.

Em viagem de cinco dias, o premiê israelense esteve no Rio de Janeiro e em Brasília, onde foi um dos líderes estrangeiros a participar da posse de Bolsonaro, em 1º de janeiro. Ele foi o primeiro premiê de Israel em exercício a visitar o Brasil desde a fundação do Estado judaico, em 1948. Bolsonaro deve retribuir a visita a Israel, mas a viagem não tem data marcada.

Netanyahu tem enfrentadodificuldades na política interna israelense. A ausência de consenso em torno de um projeto que fixa novas regras para o serviço militar levou o Parlamento de Israel a antecipar em sete meses as eleições parlamentares, que ocorrerão em abril. Além disso, o próprio premiê é alvo de um processo judicial por denúncias de desvios.

EK/abr/efe/lusa/ots

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