Marcos Pontes é indicado para assumir pasta da Ciência e Tecnologia. Formado em engenharia aeronáutica, ele foi o primeiro astronauta brasileiro da história, enviado ao espaço durante o governo Lula.
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O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou nesta quarta-feira (31/10) que indicará o astronauta Marcos Pontes para assumir o comando do Ministério da Ciência e Tecnologia. O anúncio ocorreu um dia depois da primeira reunião entre Bolsonaro e aliados para tratar da transição de governo.
O presidente eleito anunciou a sua decisão em sua conta no Twitter. Antes do segundo turno, Bolsonaro já tinha declarado que pretendia chamar Pontes para a pasta. O astronauta chegou a ser cotado para ser o vice da chapa do PSL.
Após as primeiras declarações de que era cotado para a chapa, na semana passada, Pontes afirmou que estava feliz com a oportunidade de participar do governo. "Como vocês sabem, ele tem falado sempre no meu nome, mais ou menos como o 'posto Ipiranga' da Ciência e Tecnologia", disse em vídeo publicado nas redes sociais.
Em 2006, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pontes se tornou o primeiro astronauta brasileiro da história. Enviado ao espaço pela Missão Centenário, referência ao voo inaugural do 14-bis de Alberto Santos Dumont, o ex-piloto de testes da Força Aérea Brasileira (FAB) permaneceu por oito dias na Estação Espacial Internacional, após um acordo entre a Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Rússia, que custou 10 milhões de reais ao Brasil.
Pontes é formado em engenharia aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e é mestre em engenharia de sistemas pela Naval Postgraduate School, nos Estados Unidos. Filiado ao PSL, ele apareceu ao lado do candidato do PSL durante a corrida eleitoral. Em 2014, o astronauta concorreu a deputado federal de São Paulo pelo PSB, mas recebeu apenas 43 mil votos.
O astronauta é o quarto ministro indicado pelo presidente eleito. Além dele, já foram anunciados os nomes do economista Paulo Guedes, para o superministério da Economia, formado pela junção das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior; do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para a Casa Civil; e do general reformado Augusto Heleno, para a Defesa.
CN/ots
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1989: a primeira eleição direta da redemocratização
Os brasileiros voltaram a escolher diretamente um presidente depois de 27 anos. Um total de 22 candidatos se apresentou – até hoje um recorde. O pleito foi marcado por debates na TV e acusações de manipulação jornalística. Fernando Collor, filiado a um partido nanico, largou na frente ao se apresentar como “caçador de marajás”. No final, Collor derrotou o líder sindical Lula (PT) no 2° turno.
Foto: Radiobras/Roosewelt Pinheiro
1994: o início da era tucana
No início de 94, o pleito tinha um favorito: Lula. No entanto, alguns meses antes da eleição foi lançado o Plano Real, bem-sucedido em conter a inflação. A popularidade de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um dos autores do plano, disparou. Lula, que havia criticado o real, afundou nas pesquisas. FHC acabou vencendo a eleição ainda no 1° turno. Era o início de oito anos de hegemonia do PSDB.
Foto: Acervo FHC
1998: a reeleição entra em cena
Em 1997, foi aprovada a emenda da reeleição– com denúncias de compra de votos –, abrindo caminho para FHC disputar mais um mandato. Mais uma vez seu adversário foi Lula, que indicou Leonel Brizola, seu antigo rival na esquerda, como vice. Durante a campanha, o governo omitiu que o real estava sobrevalorizado. FHC foi eleito no 1° turno. Depois da posse, o real sofreu uma desvalorização recorde.
Foto: Acervo FHC/Secretaria de Imprensa
2002: o início da hegemonia petista
Lula chegou à eleição com uma nova imagem: se comprometeu a apoiar o plano real, nomeou um empresário como vice e recorreu a marqueteiros. A estratégia para acalmar o mercado deu certo. Ciro Gomes chegou a despontar em segundo lugar, mas afundou após uma série de declarações que repercutiram mal. No final, Lula derrotou o candidato do governo FHC, José Serra, no segundo turno, com 61% dos votos.
Foto: Agência Brasil/M. Casal Jr.
2006: escândalos não impedem reeleição de Lula
Lula se candidatou novamente após a eclosão do escândalo do Mensalão. Parecia destinado a vencer no 1° turno, mas a prisão de assessores do PT na reta final abalou sua campanha. No 2° turno, os petistas contra-atacaram. Rotularam o tucano Geraldo Alckmin de privatista e de ser contra o Bolsa Família. Alckmin acabou recebendo menos votos no 2° turno do que na primeira rodada, e Lula foi reeleito.
Foto: Instituto Lula/R. Stuckert
2010: a primeira presidente mulher
Com alto índice de popularidade, Lula apresentou Dilma Rousseff como candidata à sucessão. Os tucanos voltaram a lançar José Serra, e a ex-ministra Marina Silva disputou pela primeira vez. A campanha de Serra tentou encurralar Dilma ao acusá-la de ser favorável ao aborto. No final, pesou a popularidade de Lula, e a petista ganhou no 2° turno, se tornando a primeira mulher a chegar à Presidência.
Foto: Agência Brasil/W. Dias
2014: a campanha mais cara e acirrada
Nova polarização entre PSDB e PT: Dilma disputou um novo mandato com Aécio Neves. Após a morte de Eduardo Campos (PSB), Marina Silva entrou na corrida, mas desabou nas pesquisas após ataques do PT. Dilma foi reeleita com apenas 3,28 pontos percentuais a mais que Aécio no 2° turno. A petista e o tucano gastaram R$ 570 milhões - com muitas doações de empresas acusadas de corrupção na Lava Jato.
Foto: Reuters/R. Moraes
2018: polarização entre PT e Bolsonaro
Após uma campanha que acirrou ânimos e dividiu o país, Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito com 55,13% dos votos, contra 44,87% de Fernando Haddad (PT). A vitória do ex-capitão defensor do regime militar marcou a volta da extrema direita brasileira ao poder e representou um fracasso para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que nesse pleito estava preso por corrupção e impedido de se candidatar.
Foto: Reuters/P. Whitaker/N. Doce
2022: inédita disputa entre presidente e ex-presidente
Os candidatos mais bem posicionados nas pesquisas são o presidente Jair Bolsonaro (PL), que disputa reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que recuperou os direitos políticos. Bolsonaro ampliou benefícios sociais às vésperas da campanha e vem questionando o sistema eleitoral. Já Lula busca aliança ampla contra extrema direita e capitalizar sua experiência anterior no governo.