Candidato tenta mudar imagem e posta na internet declaração de apoio de artista assumidamente homossexual. "O Estado não tem que interferir nessa área", afirma presidenciável, se referindo à sexualidade dos eleitores.
Anúncio
O presidenciável do PSL Jair Bolsonaro usou as redes sociais para divulgar neste domingo (14/10) um vídeo em que aparece ao lado do pernambucano Lili Ferraz, um dos maquiadores mais famosos do Brasil e assumidamente gay.
"Pessoal, estou aqui hoje no Rio tendo o prazer maravilhoso de conhecer aqui essa figura linda que é o Bolsonaro. Longe do que falam, é uma pessoa maravilhosa, pensa igual a mim. Tá bom?", diz o maquiador, ao lado do presidenciável, que permanece rijo, com as mãos nas costas, e reage com um riso que aparenta pouco conforto com a situação.
Em seguida, Ferraz pede para Bolsonaro mandar um abraço para "algumas pessoas da minha família, que te amam" e também "alguns amigos meus homossexuais, que não têm medo e que te adoram também. São raríssimos os amigos que não gostam."
O deputado então, afirma: "Todos nós do Brasil, somos seres humanos, brasileiros, patriotas, cumpridores dos nossos deveres, e a opção de cada um interessa apenas pra ela (sic). O Estado não tem que interferir nessa área".
Depois de agradecer o apoio de Lili Ferraz e antes de mandar o abraço solicitado pelo maquiador, Bolsonaro diz que o país precisa de "segurança, emprego e de meios para que todos possam ser felizes”.
Bolsonaro lidera a corrida presidencial, de acordo com as sondagens mais recentes. Na primeira pesquisa de intenção de voto para o segundo turno, realizada pelo Datafolha e divulgada na quarta-feira, o capitão reformado aparece com 58% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) tem 42%.
MD/efe/ots
________________________________
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos noFacebook | Twitter | YouTube | WhatsApp
40 vezes Orgulho LGBT em Berlim
Capital alemã está celebrando pela 40ª vez a parada também denominada CSD. Mas ela vai além das questões gays, abarcando causas como direitos humanos e ambientalismo.
Foto: Reuters/F. Bensch
Festa da tolerância
A capital da Alemanha ostenta uma das maiores paradas do Orgulho LGBT do país. A tradição remonta ao fim da década de 70, e foi crescendo de importância, já reunindo meio milhão de espectadores a cada ano. Na foto, participantes de 2018 reivindicam: "Um mundo... para a tolerância... para o amor... para o respeito".
Foto: picture-alliance/dpa/P. Zinken
Pioneiro
Bernd Gaiser, ativista de longa data dos direitos gays, fundou o Berlin Pride em 1979. Como revelou ao jornal "Die Zeit" em 2018, sua comunidade deu-se conta de que "só saindo em público e confrontando a sociedade, nós, homens gays e lésbicas, podemos forçá-los a mudar sua atitude a nosso respeito". Cerca de 500 pessoas participaram da primeira celebração do Orgulho Gay.
Foto: picture-alliance/TSP/M. Wolff
Luta por direitos
A cada ano a parada do Dia do Orgulho LGBT de Berlim aborda um tema diferente, definido por um fórum público. Em 1998, pela primeira vez a festa se tornou política: "Exigimos direitos iguais", era seu tema. Até o ano de 2001, casais do mesmo sexo da Alemanha não tinham sequer suas uniões civis reconhecidas.
Foto: picture-alliance
Christopher Street Day
Em certas cidades alemãs, o Dia do Orgulho LGBT é conhecido como Christopher Street Day, ou CSD. A Christopher Street de Nova York é a locação do bar gay Stonewall Inn, em que, na madrugada de 28 de julho de 1969, a polícia fez uma batida brutal. Seguiram-se violentas manifestações de gays e lésbicas contra a força policial excessiva, que ficaram conhecidas como Protestos de Stonewall.
Foto: picture-alliance/dpa
Apoio de centro-esquerda
Em fevereiro de 2001, as uniões civis dos casais homossexuais passaram a ser reconhecidas na Alemanha. Isso se deveu, em grande parte, aos esforços do Partido Social-Democrata (SPD), que fez passar a lei apesar da resistência da parceira de coalizão governamental União Democrata-Cristã (CDU). Em solidariedade, o presidente do Parlamento Wolfgang Thierse (e) prestigiou o Berlin Pride daquele ano.
Foto: picture-alliance/dpa
Ativistas de todas as formas
Em 2014, quando a luta para legalizar o casamento homossexual estava esquentando, o comissário de polícia do estado de Brandemburgo se expôs a uma ação disciplinar ao marchar de uniforme na Parada do Orgulho LGBT, sem permissão superior. Ao longo dos anos, o CSD de Berlim se transformou numa das maiores celebrações gays do mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Carstensen
Legalização do matrimônio
A parada de 2017 foi a última antes de o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser legalizado na Alemanha. Em outubro, a chanceler federal democrata-cristã, Angela Merkel, conseguiu permitir que a lei fosse aprovada – sem ter que se envolver pessoalmente e contrariando as alas mais conservadoras do partido. No entanto a comunidade ainda é discriminada em diversos aspectos, como na lei de adoção.
Foto: Reuters/F. Bensch
Orgulho multiplicado por mil
De 500 espectadores em 1979, o Berlin Pride agora tem uma média de 500 mil participantes por ano. A celebração não é mais apenas para a comunidade LGBT, mas também para seus aliados e simpatizantes.
Foto: Getty Images/C. Koall
Para além do LGBT
A Parada do Orgulho LGBT de Berlim é frequentemente política, promovendo causas que vão muito além dos interesses imediatos da comunidade, como os direitos humanos e o meio ambiente. Na foto, a artista brasileira Amasonia reivindica: "Vamos evitar lixo plástico!"