Bolsonaro diz que recepção de Lula por Macron foi provocação
25 de novembro de 2021
Ex-presidente foi recebido com honras de chefe de Estado em Paris na semana passada. Líder francês ainda concederá maior honraria do país ao senador Randolfe Rodrigues, líder da oposição a Bolsonaro.
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O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (25/11) a recepção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo líder da França, Emmanuel Macron, em Paris, afirmando que o encontro no Palácio do Eliseu pareceu uma "provocação".
A declaração foi feita em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, na qual Bolsonaro alfinetou Macron – seu desafeto e crítico ferrenho da política ambiental de seu governo – e afirmou que o presidente francês e o petista "falam a mesma linguagem".
"Macron sempre foi contra a gente, e ele sempre bateu na questão da Amazônia. Como se ele e seus antecessores tivessem preservado alguma coisa na França. Parece que é uma provocação, sim", disse Bolsonaro, respondendo à pergunta sobre se a atitude de Macron em relação a Lula foi uma provocação ao Brasil ou ao presidente.
"A França não é exemplo para nós, muito menos o seu Macron. Seu Macron está muito bem acompanhado de Lula, e Lula está bem acompanhado do seu Macron. Eles se entendem, falam a mesma linguagem", continuou.
O presidente ainda mencionou o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, assinado em 2019 e que no momento está totalmente travado, em grande parte por causa do avanço do desmatamento no Brasil sob Bolsonaro e a resistência de Macron em ratificar o documento, citando questões ambientais como entrave.
"Em 2019 demos mais um passo para fazer um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. O grande opositor a esse acordo é o presidente da França. Em parte nós concorremos com o que produzimos para o mundo, as commodities, coisas que vêm do campo", disse o brasileiro, sugerindo que a resistência de Macron estaria relacionada à exportação de commodities do Brasil.
Sobre o ex-presidente petista, Bolsonaro ainda afirmou que é interessante ao presidente da França que o líder brasileiro seja uma pessoa "passiva e corrupta, como é o Lula".
Tanto a França como o Brasil passarão por eleições presidenciais em 2022. Lula, no momento, é o favorito isolado para vencer o pleito no Brasil. Macron, por sua vez, busca a reeleição e também aparece em primeiro lugar nas pesquisas para o primeiro turno.
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Honras de chefe de Estado
Em encontro em Paris em 17 de novembro, Macron recebeu Lula pessoalmente na entrada do Palácio do Eliseu, sede do governo francês, ao lado de militares da Guarda Republicana francesa, um protocolo normalmente reservado a chefes de Estado estrangeiros.
Depois da reunião, o ex-presidente brasileiro disse "que os líderes mundiais precisam se sentar à mesa para dialogar e enfrentar esses desafios com uma governança global". "Dividimos preocupações como o avanço da extrema direita pelo mundo e as ameaças à democracia e aos direitos humanos. Agradeço pela cordial recepção", afirmou Lula.
A recepção amistosa de Macron foi encarada como um recado ao presidente brasileiro. No Twitter, o correspondente do jornal francês Le Monde no Brasil classificou a reunião com Lula como "uma bofetada em Jair Bolsonaro".
Segundo o colunista Jamil Chade, do UOL, diplomatas brasileiros e estrangeiros na Europa concordam que o presidente foi "humilhado" com a recepção calorosa do petista não só na França, mas também na Alemanha, na Espanha e no Parlamento Europeu, onde Lula discursou.
Diante disso, fontes do Itamaraty confirmaram que Bolsonaro estaria planejando uma visita a países europeus governados pela extrema direita para o início de 2022. A Polônia, do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki, e a Hungria, do premiê Viktor Orbán, estariam na lista.
Honraria ao líder da oposição
Não bastando o afago ao principal adversário de Bolsonaro em 2022, Macron ainda concederá a mais alta distinção da França ao senador brasileiro Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado.
O governo francês marcou para 6 de dezembro a entrega da Ordem Nacional da Legião de Honra a Randolfe, vice-presidente da CPI da Pandemia e crítico ferrenho do governo Bolsonaro.
A cerimônia é tradicionalmente realizada em Paris, mas devido à pandemia ocorrerá na embaixada francesa em Brasília. O senador será o único político e o único brasileiro a receber a famosa condecoração neste ano.
Segundo o governo da França, a honraria reconhecerá a atuação de Randolfe no combate à covid-19 no Brasil, bem como sua "defesa fervorosa" do meio ambiente e seu "forte comprometimento com a luta pela preservação das reservas na Amazônia".
Relação conflituosa
Nos últimos três anos, Bolsonaro travou um relacionamento extremamente hostil com Macron, e as relações entre Brasil e França se deterioraram a um nível que não era visto desde o início dos anos 1960, quando os dois países travaram uma disputa sobre direitos de pesca.
Em julho de 2019, Bolsonaro esnobou em Brasília o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, cancelando em cima da hora uma reunião – pouco depois, o brasileiro apareceu numa live cortando o cabelo.
O "bolo" intencional não passou despercebido na França, e Bolsonaro justificou o gesto grosseiro afirmando que foi uma reação à agenda de Le Drian no Brasil que previa encontros com ONGs "que ferram" o Brasil.
No mês seguinte, o relacionamento se deteriorou ainda mais quando Macron começou a fazer objeções públicas ao acordo entre a UE e o Mercosul, citando as intensas queimadas que castigavam a Amazônia e a agenda antiambiental de Bolsonaro. Macron ainda sugeriu que os países do G7 discutissem a destruição da floresta.
A posição do francês irritou membros do governo Bolsonaro e da família do presidente, que logo passaram a proferir insultos públicos contra Macron. As ofensas se intensificaram após o presidente francês afirmar em nota que Bolsonaro "mentiu" sobre as garantias que havia dado sobre a preservação da Amazônia à época da assinatura do acordo.
Ainda em agosto de 2019, Bolsonaro endossou nas redes sociais um comentário sexista sobre a aparência da esposa de Macron, Brigitte. O ministro da Economia, Paulo Guedes, também repetiu a ofensa sexista em um evento com empresários. Macron respondeu publicamente ao insulto afirmando que esperava que os brasileiros "tivessem logo um presidente à altura do cargo". "É triste, é triste para ele, primeiramente, e para os brasileiros", disse o líder francês.
Já o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamou o presidente da França de "cretino" e "calhorda oportunista". O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, por sua vez, fez um trocadilho com o nome do francês, chamando-o de "Mícron".
ek (DW, ots)
A trajetória política de Lula
Das greves no ABC à Presidência. Da condenação pela Lava Jato ao terceiro mandato. Os principais momentos políticos na vida de Luiz Inácio Lula da Silva.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
Lula e as greves do ABC
Em 1975, Lula foi eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e ganhou projeção nacional ao liderar uma série de greves no final da década. Em 1980, foi preso e processado com base na Lei de Segurança Nacional após comandar uma paralisação que durou 41 dias. Lula ficou 31 dias no cárcere do Dops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social).
Foto: Instituto Lula
Fundação do PT
Em 10 de fevereiro de 1980, pouco antes de ser preso, Lula ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) com apoio de intelectuais e sindicalistas. Em maio do mesmo ano, ao sair do cárcere, foi eleito o primeiro presidente do partido. O pernambucano, então, ingressaria de vez na política: em 1982, concorreu ao governo de São Paulo e, em 1986, foi eleito deputado constituinte.
Foto: Getty Images/AFP/C. Petroli
A campanha de 1989
O PT lançou a candidatura de Lula nas primeiras eleições presidenciais diretas após o fim do regime militar. Com uma imagem de operário e um discurso de esquerda, Lula provocou temor em vários setores da economia, que se alinharam ao candidato Fernando Collor. O petista foi derrotado no segundo turno, depois de uma campanha que envolveu acusações de manipulação da imprensa a favor de Collor.
Foto: picture-alliance/dpa/R. Gostoli
A campanha de 1994
No embalo das primeiras denúncias de irregularidades no governo Collor, Lula lançou, em 1992, o movimento "Fora Collor" em apoio ao impeachment. Em 1994, concorreu novamente à Presidência, com Aloizio Mercadante como vice, mas foi derrotado no primeiro turno por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), lançado como "pai do Plano Real". O PT, por outro lado, elegia seus primeiros governadores (DF e ES).
Foto: Getty Images/AFP/A. Scorza
A campanha de 1998
Em 1998, Lula sofreu uma de suas piores derrotas eleitorais. À época, o petista teve como candidato a vice o ex-governador Leonel Brizola (PDT), um dos seus rivais na eleição de 1989 e com quem disputava a hegemonia na esquerda brasileira. A fórmula não deu certo. Lula obteve só 31% dos votos, e o então presidente Fernando Henrique Cardoso foi reeleito com 53% no primeiro turno.
Foto: picture alliance/AP Photo/R. Gostoli
A posse de Lula
O eterno candidato do PT finalmente assumiu a Presidência em janeiro de 2003, após oito anos de governo do PSDB. Lula foi eleito com 61% dos votos válidos no segundo turno. A vitória foi alcançada após uma campanha que vendeu uma imagem mais moderada do petista – simbolizada no slogan "Lulinha paz e amor" – com o objetivo de acalmar os mercados e ampliar o eleitorado do partido.
Foto: O. Kissner/AFP/Getty Images
Economia em alta
Após as turbulências no final do governo Fernando Henrique Cardoso, a economia brasileira voltou a crescer com Lula, embalada sobretudo pelo boom das commodities. Foi o período da descoberta do pré-sal e investimentos em grandes obras de infraestrutura. O crescimento médio do PIB no segundo mandato chegou a 4,6%. O bom momento catapultou a popularidade de Lula, que chegou a 87% no final de 2010.
Foto: AP
Queda na desigualdade
Os programas sociais lançados por Lula, como Minha Casa, Minha Vida e ProUni, também contribuíram para a popularidade do presidente. O Bolsa Família, criado em 2004 a partir da unificação de outros programas de transferência de renda, se tornaria o carro-chefe. Quase 28 milhões de brasileiros saíram da zona de pobreza nos oito anos do governo Lula, afirmou um balanço em 2010.
Foto: Vanderlei Almeida/AFP/Getty Images
O escândalo do mensalão
Em 2005, o governo Lula foi atingido em cheio pelo escândalo de compra de votos de deputados, o mensalão. Apesar do desgaste, Lula sobreviveu à crise. Outros, como o ministro José Dirceu, uma das figuras fortes do governo, caíram em desgraça. No início, Lula afirmou que assessores o haviam "apunhalado", mas depois mudou o discurso e disse que o caso era uma invenção da oposição e da imprensa.
Foto: picture alliance / dpa / picture-alliance
A eleição de Dilma
Em 2007, logo após ser reeleito com mais de 60% dos votos, Lula começou a preparar o terreno para a sua sucessão. Como sucessora, ele escolheu a sua então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma tecnocrata sem experiência nas urnas. Nos três anos seguintes, Lula promoveu a imagem de Dilma junto aos brasileiros. A estratégia funcionou, e ela foi eleita em 2010.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/EBC
Prestígio mundial
Durante a Presidência, Lula gozou de prestígio mundial e se reuniu com os mais importantes chefes de Estado do planeta. Em abril de 2009, em um encontro do G20, o presidente dos EUA na época, Barack Obama, cumprimentou o colega e disse: "Adoro esse cara! O político mais popular da Terra". No mesmo ano, Lula apareceu em 33º lugar na lista das pessoas mais poderosas do mundo da revista Forbes.
Foto: AP
Luta contra o câncer
Em outubro de 2011, Lula foi diagnosticado com câncer na laringe, sendo submetido a um agressivo tratamento – pela primeira vez desde 1979, ele aparecia sem a barba. Exames apontaram a remissão completa do tumor cerca de cinco meses depois, e Lula voltou a se engajar nas campanhas do PT. Uma das grandes vitórias eleitorais de 2012 foi a de Fernando Haddad na Prefeitura de São Paulo.
Foto: AFP/Getty Images
Lula e a Lava Jato
Em março de 2016, Lula foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Lava Jato, que investigou escândalos de corrupção na Petrobras. O ex-presidente foi levado para depor sobre um sítio em Atibaia, um triplex no Guarujá e sua relação com empreiteiras investigadas na Lava Jato. No mesmo dia, a PF cumpriu mandados em residências do petista e de sua família, além do Instituto Lula.
Foto: Reuters/P. Whitaker
Réu em diferentes processos
Nos meses seguintes, Lula foi denunciado por uma série de crimes, como corrupção passiva, lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça e tráfico de influência, tornando-se réu em cinco processos diferentes. O petista sempre desmentiu as acusações, negou a prática de crimes e disse ser vítima de perseguição política. Ele também negou ser proprietário dos imóveis investigados.
Foto: picture-alliance/abaca
Morre Marisa Letícia
Em fevereiro de 2017, morreu a ex-primeira-dama Marisa Letícia. Lula e Marisa se conheceram em 1973, no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo. Ela esteve ao lado do marido durante a sua ascensão política, desde os tempos do sindicato, quando liderou passeata em apoio a sindicalistas presos, passando pela fundação do PT, costurando a primeira bandeira do partido, até a Presidência.
Foto: Reuters/N. Doce
Caravana pelo país
Visando uma nova candidatura à Presidência no ano seguinte, Lula começou em 2017 uma caravana pelo Brasil que reuniu milhares de pessoas. Em junho de 2018, o PT confirmou sua pré-candidatura, mesmo com ele já preso. Em agosto, o Tribunal Superior Eleitoral impediu que ele concorresse. Como sucessor, Lula escolheu Fernando Haddad, que chegou ao segundo turno, mas foi derrotado por Jair Bolsonaro.
Foto: Ricardo Stukert /Instituto Lula
Lula é condenado
Lula foi condenado pela primeira vez em 12 de julho de 2017. A sentença do juiz Sergio Moro determinou 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, ligados ao triplex no Guarujá. O TRF-4 confirmou a condenação em segunda instância, além de aumentar a pena para 12 anos e um mês de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente por corrupção no Brasil.
Foto: Abr
Derrota no STF
Por 6 votos a 5, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) negaram, em 4 de abril de 2018, um pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula para evitar uma eventual prisão após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça Federal. Manifestantes contrários e a favor de Lula foram às ruas por ocasião do julgamento.
Foto: picture alliance/AP Photo/S. Izquierdo
Lula se entrega à PF
Em 7 de abril de 2018, Lula se entregou à Polícia Federal, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, após ordem de prisão expedida por Sergio Moro. Antes de se entregar, Lula fez um discurso acalorado aos apoiadores. De Congonhas, Lula partiu de avião para Curitiba, onde começou a cumprir sua pena.
Foto: Paulo Pinto/Instituto Lula
Vigília em frente à PF em Curitiba
Depois da prisão de Lula, apoiadores do ex-presidente revezaram-se em um acampamento em frente à Polícia Federal de Curitiba, onde ele permaneceu preso. O local recebeu constantes visitas de políticos e de artistas, do Brasil e do exterior. Apoiadores também realizaram caravanas pelo país, com o slogan "Lula Livre". Em fevereiro de 2019, Lula também foi condenado no caso do sítio em Atibaia.
Foto: Ricardo Stuckert
Solto após 19 meses na prisão
Lula deixou a prisão em 8 de novembro de 2019, depois de passar um ano e sete meses na sede da Polícia Federal em Curitiba. A soltura ocorreu após o STF derrubar uma decisão que autorizava a prisão em segunda instância, beneficiando diretamente o petista, que passou a recorrer em liberdade. Após deixar a prisão, Lula fez um discurso para apoiadores repleto de críticas à Lava Jato.
Foto: picture-alliance/AP Photo/L. Correa
Supremo anula condenações
Após o fim da prisão, a campanha "Lula Livre" focou na anulação de suas condenações. Os advogados do petista recorreram até o Supremo, alegando que ele era vítima de perseguição judicial. Em abril de 2021, o plenário do Supremo concluiu que Moro não era o juiz competente para atuar nos processos do petista, e dois meses depois decidiu que Moro era parcial. As condenações de Lula foram anuladas.
Foto: Alexandre Schneider/Getty Images
Uma aliança inesperada
A preparação da sexta campanha presidencial de Lula envolveu uma costura política inusitada. O petista e aliados articularam para ter como vice o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, que foi filiado ao PSDB por 33 anos e era seu antigo adversário. A aproximação teve o objetivo de atrair o voto conservador e vingou: em abril de 2022, o PSB, novo partido de Alckmin, confirmou sua indicação.
Foto: Ricardo Stuckert/AFP
Em busca do voto anti-Bolsonaro
Lula lançou sua pré-candidatura em maio de 2022, defendendo a união de pessoas de orientações políticas variadas contra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro. No evento, Alckmin prometeu lealdade, disse que o futuro do Brasil "está em jogo" e foi aplaudido pelos petistas.
Foto: NELSON ALMEIDA/AFP
Triunfo na busca por terceiro mandato
Após uma das campanhas mais tensas da história brasileira, Lula conquistou novamente a Presidência. Com apoio de uma frente ampla que reuniu forças de centro e antigos adversários, o petista impôs uma derrota inconteste sobre o extremista de direita Jair Bolsonaro. Aos 77 anos, Lula se tornou o político mais velho a conquistar o Planalto.