Ex-ministro da Saúde compara reação do presidente à pandemia à primeira de um paciente que recebe diagnóstico difícil. Sob o comando de militares e após falta de transparência, o ministério perdeu a credibilidade, diz.
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Para o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), colocar militares para conduzir a pasta durante a pandemia de covid-19 é como deixar a saúde dos brasileiros "nas mãos de jogadores de futebol ou físicos nucleares no momento de maior risco da história do país".
Mandetta foi exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro em meados de abril, após divergências entre ambos em relação à resposta à doença causada pelo novo coronavírus. O ministro foi substituído pelo médico Nelson Teich, que, após menos de um mês no cargo, pediu demissão, em meados de maio. Desde então, a pasta da Saúde está sob o comando interino do general Eduardo Pazuello.
Após o início da epidemia no Brasil, Bolsonaro "começou a se cercar daquelas pessoas que em tempos de crise adoram falar o que o chefe quer ouvir", diz Mandetta.
Em entrevista à DW Brasil, o ex-ministro comenta o apagão de dados da covid-19 por parte do Ministério da Saúde, no início de junho: "Na Saúde não pode existir segredo. Quanto mais você orienta a população e é transparente, melhor. Quando você coloca segredos em cima de uma doença infecciosa, você erra profundamente, porque o segredo passa a ser o aliado do vírus. Na cabeça dos militares, o segredo é importante, pois com ele você surpreende o inimigo."
O ex-ministro também fala sobre a "quarentena" na qual foi colocado após deixar o cargo, impedido temporariamente de atuar na iniciativa privada, e seu futuro político.
DW Brasil: O Brasil é hoje o segundo país do mundo com o maior número de infectados pelo coronavírus e de mortos em decorrência da doença, atrás apenas dos Estados Unidos. Como chegamos a esse ponto?
Luiz Henrique Mandetta: Creio que foi quando o Brasil "abriu mão” de continuar dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) com participação federal, estadual e municipal. O nosso sistema é tripartite, envolve três níveis de decisão. E quando estava no Ministério, a participação das cidades, dos estados e da União convergia. Isso conferia empoderamento técnico e político para os tomadores de decisão na ponta, sabendo que eles tinham respaldo dos governos estaduais e da União. Quando você rompe com isso, as cidades ficam muito sujeitas à pressão política, por conta das eleições municipais que se avizinham. Já os governadores, devido às necessidades de repasse de recursos federais aos seus estados, foram diminuindo a articulação técnica; começou a prevalecer a articulação política.
O conflito de orientações verificado entre autoridades, entre o presidente e governadores, contribuiu para que chegássemos a mais de 70 mil vidas perdidas para o coronavírus?
Acho que o presidente, com a sua figura, sua imagem, seu exemplo, acabou servindo de álibi para muitos que não queriam tomar decisões difíceis. Ele também serviu de desculpa para os cidadãos que começaram, politicamente, a questionar as medidas dos prefeitos e governadores, sob o argumento de que o presidente as condenava. Foi uma sinalização fora de compasso. O Ministério da Saúde, governadores, prefeitos iam em uma direção, enquanto o presidente ia na outra. O desconforto foi tamanho que fui exonerado, já o ministro seguinte [Nelson Teich] pediu exoneração. O que vimos, a partir daí, foi uma ocupação militar no Ministério da Saúde.
Essa militarização do Ministério se torna mais nítida com a saída de nomes técnicos da pasta, como o ex-secretário nacional de Vigilância em Saúde Wanderson Oliveira e o ex-secretário-executivo João Gabbardo. Além disso, estamos com um general como ministro interino desde o dia 15 de maio. Deveríamos ficar preocupados?
É como se você colocasse a condução do Ministério da Saúde, no momento de maior risco da história do país, nas mãos dos jogadores de futebol, nas mãos dos físicos nucleares... Abre-se mão da academia, de séculos de construção do saber em saúde pública. O Wanderson é um enfermeiro com mestrado e doutorado, especializado no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nos Estados Unidos. O Gabbardo é ex-secretário estadual de Saúde, 41 anos de experiência na área, acostumado com gestão de crises. Era um conjunto todo de saber que foi trocado. Agora perderam a linha do tempo, as políticas que tinham sido iniciadas. Não foram anunciadas novas medidas porque não há competência para isso. Os militares só estão esquentando a cadeira do Ministério da Saúde para uma indicação política, provavelmente alguém do "centrão”.
Na saúde não pode existir segredo. Quanto mais você orienta a população e é transparente, melhor. Quando você coloca segredos em cima de uma doença infecciosa, você erra profundamente, porque o segredo passa a ser o aliado do vírus. Na cabeça dos militares, o segredo é importante, pois com ele você surpreende o inimigo. Nos anos 1970, o Brasil teve uma epidemia de meningite, que foi classificada como proibida de ser comentada. A doença se alastrou pelo Brasil inteiro. O que eles fizeram [com os dados] acabou com as condições mínimas que eles tinham de pedir qualquer colaboração da população.
O Ministério da Saúde perdeu a credibilidade. Essa epidemia ocorre na era da internet, não adianta, você não consegue esconder nada. Lamentavelmente, foi necessário que o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenasse ao Ministério fazer o seu papel. A primeira linha de defesa das pessoas, das famílias, dá-se no âmbito de suas casas, e essa linha de defesa é feita com informação.
Há uma denúncia de que o Exército gastou R$ 1,5 milhão para ampliar seu estoque de cloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a covid-19. O senhor já afirmou que não houve aval do Ministério da Saúde e que a ordem para aumentar a produção do medicamento pelo Laboratório do Exército foi tomada pelo presidente e pelo Ministério da Defesa. Houve algum momento em que Bolsonaro realmente lhe ouviu?
O presidente escutou no início, quando levei para ele a gravidade do caso [da covid-19]. Mas é comum quando o médico dá um diagnóstico duro para uma pessoa ela sair da consulta negando. A primeira reação a uma notícia dura geralmente é a negativa. Aí vem a raiva, a tristeza e, finalmente, a aceitação e a colaboração. O presidente ficou estacionado na primeira fase, que foi de negação; no máximo se movimentou para a fase de raiva.
Então ele começou a se cercar daquelas pessoas que em tempos de crise adoram falar o que o chefe quer ouvir. Ele acreditou e se expôs ao ridículo de ir à rede nacional de televisão dizer que o coronavírus seria só uma "gripezinha” que não mataria ninguém. Depois, apegou-se a essa cloroquina porque o [presidente dos EUA, Donald] Trump disse que o medicamento era bom para tratar a doença. A influência do Trump para ele, nesse ponto, foi muito negativa. Então ele [Bolsonaro] apareceu com uma caixinha na mão, dizendo que a cloroquina iria salvar todo mundo.
Enfim, foi dito que os militares foram para o Ministério da Saúde por sua especialidade em logística: agora temos alguns medicamentos, em que gastamos muito dinheiro, para quase 20 anos de consumo. O presidente sempre diz para "deixarmos a história julgar”. Então provavelmente teremos um capítulo chamado "Cloroquina no Brasil”, já que somos o único país em que ainda se discute isso com mais empenho do que enfrentar os graves problemas causados pela pandemia.
Recentemente o presidente acusou o senhor de ter inflado os números de casos de coronavírus no país...
Acho que talvez ele estivesse sob efeito de algum medicamento, sofrendo de algum delírio, alguma coisa fora do seu estado de normalidade. Um homem submetido a muito estresse, a muita pressão, às vezes toma algum medicamento para dormir, não se sente bem... Ou comeu alguma comida estragada, aí falou uma bobagem dessas. Tem que perdoar, coitado.
Estima-se que 90% dos municípios brasileiros já tenham casos confirmados de coronavírus. Por que estados que pareciam mais "imunes” à doença, como Paraná e Rio Grande do Sul, registram agora um cenário preocupante?
O Brasil é um país continental. Não há como comparar o comportamento do coronavírus aqui com o de um país europeu, quando a Europa Ocidental não chega ao tamanho da Amazônia. Temos cidades e regiões muito diferentes. Por aqui, a pandemia começou claramente por Manaus (AM), Fortaleza (CE), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), muito provavelmente devido aos aeroportos internacionais e, no caso de Manaus, da Zona Franca. Agora, a doença está em todas as regiões. Trata-se de um vírus extremamente competente para se propagar. Os estados do Sul estão passando por um período da pandemia que atravessará todo o mês de julho. Já o Centro-Oeste parece estar iniciando o seu processo, que deve durar até agosto. Provavelmente em setembro estaremos com os números mais homogêneos. Só então poderemos analisar, de fato, como foi a epidemia brasileira.
O senhor foi impedido temporariamente pela Comissão de Ética de atuar na iniciativa privada. Parece-me que os mesmos critérios não foram aplicados ao ex-ministro Nelson Teich. É algo pessoal?
É a primeira vez na história que um ministro da Saúde é posto de quarentena. É pessoal. Solicitei uma reconsideração, argumentando que não poderia haver conflito de interesse na área da Saúde se o meu interesse é, justamente, evitar que as pessoas adoeçam. Se isso for conflitar com os interesses do governo, então o governo quer que as pessoas fiquem doentes e morram? Tamanha foi a incoerência que o meu sucessor [Nelson Teich] solicitou autorização para trabalhar, e eles deram. Autorização plena. Não sei como, porque ele ficou 28 dias no Ministério da Saúde. Bom, pode ser que alguém ache que ele não tenha feito nada, não tenha trabalhado, então reconheceram que ele não sabe de nada e autorizaram que ele pudesse trabalhar logo após deixar o governo. Então o governo está confessando que aquele mês [em que Teich ficou no comando] foi um mês perdido.
Nos EUA, o presidente Donald Trump parece estar perdendo capital político devido ao modo como tem conduzido o país durante a pandemia. Há quem diga que isso vai custar a reeleição dele. Acredita que talvez passemos por algo parecido por aqui?
O presidente [Bolsonaro] apostou que o assunto "saúde” é facilmente esquecido pelas pessoas. Na cabeça do presidente, as pessoas vão se lembrar somente dele dizendo que nunca quis que elas parassem de trabalhar, que ele sempre defendeu a economia. Para ele, o assunto "economia” é mais importante. Ele acredita que dará tempo de a economia se recuperar em 2021. Ele faz essa festa macabra e aposta todas as suas fichas no sentido de que o tempo jogará a seu favor. Nos EUA, como as eleições são este ano, talvez a gravidade da pandemia exerça mais pressão.
Ainda estamos a dois anos do próximo processo eleitoral. Já consegue enxergar seu futuro político?
É algo muito difícil de responder, porque acredito que política é destino e consequência do momento. O momento, agora, é das pessoas de bem do Brasil se reunirem e tentarem ver quais são seus pontos de convergência para um projeto de nação. Essa polarização entre PT e o núcleo Bolsonaro, com um lado falando "olha, se não votar em mim o PT vai voltar” e o outro dizendo "se não votar em mim o Bolsonaro vai ficar”, trata o eleitor, o cidadão, como hipossuficiente mental, como um torcedor apaixonado e burro. Nenhum extremo é bom. O bom é traçar um caminho pautado pelo componente democrático.
Construir um projeto de nação é o que pretendo fazer com inúmeras pessoas. Já está na hora de todos concordarem que é com educação de qualidade que vamos sair dessa crise. A saúde e o meio ambiente também precisam de atenção especial. Serei um cidadão muito participante nas eleições de 2022, mas se como eleitor, militante ou candidato, ainda é cedo para cravar.
Reveja os principais fatos desde a confirmação do primeiro caso da doença causada pelo novo coronavírus no Brasil, em fevereiro. Desde então, país está entre as nações com maior número de casos e mortos no mundo.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Sena
Primeiro caso no Brasil
Após já ter se espalhado por cerca de 40 países, matado mais de 2.700 pessoas e infectado mais de 80 mil, o primeiro caso do novo coronavírus é confirmado no Brasil apenas no final de fevereiro. Trata-se de um homem de 61 anos que viajou à Itália a trabalho. (26/02)
Foto: picture-alliance/NurPhoto/FotoRua/F. Vieira
Brasil registra primeiras mortes pelo novo coronavírus
A primeira vítima de covid-19 no país é um homem de 62 anos, morador de São Paulo e que sofria de diabetes e hipertensão. No mesmo dia, um hospital em Niterói, no Rio de Janeiro, anuncia a morte de um idoso de 69 anos com sintomas de coronavírus. (17/03)
Foto: Getty Images/AFP/N. Almeida
Covid-19 em todos os estados
Roraima, o último estado que ainda não registrava casos do novo coronavírus, reporta dois infectados. Com isso, todos os estados brasileiros e o Distrito Federal já têm casos de covid-19 confirmados. (21/03)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Governo restringe entrada de estrangeiros
Começa a valer a medida que restringe a entrada no país, via aérea, de pessoas vindas da Europa e de vários países asiáticos por 30 dias para conter a disseminação do coronavírus. A portaria não se aplica a brasileiros natos ou naturalizados ou a imigrantes com autorização de residência no país. (23/03)
O presidente faz um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão no qual conclama o país a "voltar à normalidade", pedindo que os estabelecimentos comerciais não fechem as portas e que as pessoas saiam do confinamento em suas casas. Ele chama a covid-19 de "gripezinha" e fala em "histeria" devido à pandemia. Bolsonaro é alvo de panelaços pelo oitavo dia consecutivo. (24/03)
Foto: YouTube/TV BrasilGov
Bolsonaro sanciona ajuda de até R$ 1,2 mil para informais
Bolsonaro sanciona um auxílio emergencial por três meses, no valor de 600 reais, destinados aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. (01/04)
Foto: picture-alliance/robertharding/I. Trower
Mortes por covid-19 no Brasil superam óbitos por dengue e H1N1 em 2019
O país soma 800 mortes em decorrência do novo coronavírus. Durante todo o ano passado, foram registrados 782 óbitos por dengue e outros 312 continuam em investigação, mostra boletim epidemiológico divulgado pela pasta da Saúde. De acordo com outro boletim epidemiológico, em 2019 morreram no Brasil 787 pessoas vítimas de Influenza A (H1N1). (08/04)
Foto: picture-alliance/dpa/EPA/G. Amador
Garoto de 15 anos é primeiro ianomâmi a morrer por covid-19
O adolescente recebia cuidados em um leito de UTI num hospital em Boa Vista desde 3 de abril. Entidades de defesa da causa indígena, como o Instituto Socioambiental (ISA) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), têm denunciado a subnotificação de casos de covid-19 entre indígenas e demonstrado preocupação com o risco para as comunidades. (10/04)
Foto: Adam Renan/Rede Amazônia Sustentável
Bolsonaro demite Mandetta
Em meio à pandemia de coronavírus, Bolsonaro demite o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A decisão ocorre dias depois de o titular da pasta ter dado uma entrevista contrariando a posição do presidente em relação à resposta à pandemia de covid-19. Mandetta defendia o isolamento social. O médico oncologista Nelson Teich foi escolhido para substituir Mandetta. (16/04)
Foto: picture-alliance/AP Photo/A. Borges
Novo ministro da Saúde defende plano para saída do isolamento
Em sua primeira entrevista após assumir o comando do Ministério da Saúde, Nelson Teich defende um plano para saída do isolamento e diz que o número de infectados no país é relativamente baixo se comparado com o total da população e não deve alcançar 70% da população em contato com a doença. "É impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado." (22/04)
Foto: picture-alliance/ ZUMAPRESS/GDA/O. Globo
Brasil supera a China em mortes por covid-19
A contagem diária de mortes por covid-19 atinge número recorde com 474 óbitos, elevando o total de vítimas no país para 5.017. O Brasil se torna o 9º país com o maior número de mortes em todo o mundo, superando a China, onde surgiu a pandemia e 4.637 óbitos foram registrados. Ao ser questionado sobre as mortes, Bolsonaro responde: "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê?". (28/04)
Foto: AFP/M. Dantas
Bolsonaro livra agentes públicos de responsabilidade por erros durante epidemia
De acordo com medida provisória (MP) editada por Bolsonaro, agentes públicos apenas poderão ser responsabilizados nos âmbitos civil e administrativo se houver "dolo ou erro grosseiro", "manifesto, evidente e inescusável, praticado com culpa grave" e "com elevado grau de negligência, imprudência ou imperícia". Dias depois, o STF limitou o alcance da MP. (14/05)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Covid-19 atinge dezenas de povos indígenas
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) informou que, até 15/05, 38 povos indígenas do país já haviam sido afetados pelo coronavírus. A associação contabilizou 446 infecções e 92 mortes em comunidades indígenas. A maioria das infeções foi registrada na Amazônia, onde está localizada a maioria das comunidades isoladas. Mas também há casos no Sul, Centro-Oeste e Nordeste. (15/05)
Foto: Reuters/B. Kelly
Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde
Menos de um mês após ter assumido o cargo, Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde. Ele afirma que a saída foi decisão dele, sem dar detalhes sobre os motivos. "A vida é feita de escolhas. E hoje eu escolhi sair", destaca. Ele e Bolsonaro vinham discordando sobre medidas na gestão da epidemia. O general Eduardo Pazuello assume o cargo interinamente. (15/05)
Foto: Reuters/A. Machado
Sem base científica, governo amplia uso da cloroquina
O Ministério da Saúde divulga um novo protocolo sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com covid-19, permitindo que os medicamentos sejam administrados também em casos leves da doença. A mudança do protocolo foi feita a pedido de Bolsonaro, apesar de não haver comprovação científica da eficácia do medicamento em pacientes com covid-19. (20/05)
Foto: Getty Images/AFP/G. Julien
Brasil ultrapassa Itália e é terceiro país com mais mortes por covid-19
Exatos cem dias após o primeiro caso registrado, o Brasil ultrapassa a Itália e se torna o terceiro país com mais mortes pela covid-19. O país contabiliza 34.021 mortes e fica atrás apenas dos EUA (108.211) e do Reino Unido (39.987). (04/06)
Foto: Reuters/R. Moraes
Brasil amplia orientações de uso da cloroquina contra a covid-19
O Ministério da Saúde informa que vai ampliar as recomendações de uso da cloroquina e de sua derivada hidroxicloroquina no tratamento da covid-19, passando a orientar a aplicação precoce das drogas em crianças e grávidas diagnosticadas com a doença. O anúncio ocorre no mesmo dia em que os EUA revogam seu uso emergencial no tratamento da covid-19. (15/06)
Foto: AFP/G. Julien
Casos de covid-19 passam de 1 milhão no Brasil
O Brasil supera a marca de 1 milhão de casos confirmados de covid-19, após registrar um recorde de 54.771 novas infecções pelo novo coronavírus em apenas 24 horas. Menos de quatro meses após a confirmação do primeiro caso, o país soma 1.032.913 ocorrências da doença e é o segundo do mundo com mais casos e mortes, atrás apenas dos EUA. (19/06)
Foto: Reuters/A. Perobelli
Vacina de Oxford contra covid-19 começa a ser testada no Brasil
O Brasil é o primeiro país fora do Reino Unido a iniciar testes de uma vacina desenvolvida pela universidade britânica. O projeto financiado pela Fundação Lemann contará com 2 mil voluntários em São Paulo e outros mil no Rio. A vacina está atualmente na fase 3 de testes. Um dos motivos que levaram à escolha do Brasil foi o fato de a epidemia estar em ascensão no país. (22/06)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Juiz manda Bolsonaro usar máscara em público
O juiz Renato Coelho Borelli, da 9ª Vara Federal Cível de Brasília, impõe ao presidente Jair Bolsonaro o uso obrigatório de máscara em espaços públicos e estabelecimentos comerciais, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Em caso de descumprimento, o magistrado fixou um multa diária de R$ 2 mil. (22/06)
Foto: Getty Images/AFP/E. SA
UE estende proibição à entrada de viajantes do Brasil
Lista elaborada por Bruxelas recomenda que Estados-membros reabram suas fronteiras para viajantes de 15 países a partir de 1º de julho. Brasil, EUA e Rússia ficam de fora devido ao alto número de casos de covid-19. (30/06)
Foto: Delfim Martins
Bolsonaro diz estar com covid-19
O presidente Jair Bolsonaro afirmou que teve resultado positivo em um exame para detectar a covid-19. Ao anunciar o resultado, em entrevista em frente ao Palácio da Alvorada, ele aproveitou a ocasião para mais uma vez reclamar das medidas de isolamento impostas por prefeitos e governadores. Bolsonaro também disse estar se tratando com hidroxicloroquina. (07/07)
Foto: picture-alliance/dpa/E. Peres
Casos de covid-19 passam de 2 milhões no Brasil
Menos de um mês depois de o país ter atingido o número de 1 milhão de infectados, em 19 de junho, o Brasil ultrapassou a marca de 2 milhões de casos oficialmente notificados de covid-19. O número de casos identificados da doença dobrou em menos de um mês. (16/07)
Foto: picture-alliance/E. Lustosa
Brasil: 100 mil mortos por covid-19
Menos de seis meses após a identificação do primeiro caso de covid-19 no Brasil, o país cruzou a marca de 100 mil mortes pela doença. O número de casos chegou a 3 milhões. Mesmo num ritmo de mil mortes por dia, o governo do país segue defendendo a flexibilização do isolamento e minimizando os impactos do vírus. (08/08)
Foto: Getty Images/A. Schneider
Mais uma empresa alemã pretende testar vacina contra covid-19 no Brasil
CureVac, de Tübingen, pretende começar testes em voluntários brasileiros em setembro ou outubro. Em parceria com a Pfizer, a também alemã BioNTech iniciou testes no Brasil na semana passada. (11/08)
Foto: picture-alliance/dpa/S. Gollnow
Brasil autoriza testes de mais uma vacina contra covid-19
Anvisa dá aval para estudos clínicos de fase 3 do imunizante desenvolvido pela Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, com 7 mil voluntários participando dos testes. É a quarta vacina a obter autorização no país. (18/08)
Foto: picture-alliance/AP Photo/University of Oxford
Saldo do coronavírus após seis meses no Brasil
Somada à falta de testes e à desigualdade social, resposta de Bolsonaro à covid-19 contribuiu para que o país virasse o segundo do mundo com mais óbitos devido à pandemia, atrás dos EUA. Seis meses após primeiro caso confirmado no Brasil, país acumula mais de 3,6 milhões de infecções e 116 mil mortes por covid-19, números que devem ser maiores devido à falta de testes e à subnotificação. (26/08)
Foto: picture-alliance/dpa/ZUMA Wire/D. Oliveira
Índia passa Brasil e é segundo país com mais casos de covid-19
País registra mais de 90 mil novas infecções pelo coronavírus por dois dias consecutivos, elevando o total de casos para mais de 4,2 milhões. Brasil ainda é a segunda nação com mais mortes em decorrência da doença. (07/09)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/C. Anand
Pazuello é efetivado como ministro da Saúde
General ocupava posto há quatro meses na condição de interino. No período, submeteu a pasta completamente aos desejos de Bolsonaro, tentou esconder números e viu mortes por covid-19 no país explodirem. (16/09)
Foto: Getty Images/A. Anholete
Brasil adere à iniciativa global por vacinas contra covid-19
Governo anuncia inclusão em programa mundial que monitora desenvolvimento de imunizantes e inclui mais de 170 países. Nações envolvidas receberão doses para cobrir ao menos 20% de suas populações. (19/09)
Foto: Adriano Machado/Reuters
Brasil ultrapassa marca de 5 milhões de casos de covid-19
Pouco mais de sete meses depois do primeiro caso de covid-19, o Brasil passou nesta quarta-feira (07/10) a marca de cinco milhões de pessoas infectadas. Segundo o Conass, o país registrou mais 31.553 infecções nas últimas 24 horas, elevando o total para 5.000.694. Ainda nesta quarta-feira, foram registradas mais 734 mortes, elevando o total para 148.228.
Foto: picture-alliance/NurPhoto/G. Basso
Testes no Brasil mostram segurança de vacina chinesa, diz Butantan
Segundo instituto, resultados preliminares em estudo de fase 3 feitos no país são semelhantes aos de ensaios clínicos feitos na China. São Paulo quer começar vacinação no início do próximo ano. (19/10)
Foto: picture-alliance/dpa/AP/A. Zemlianichenko
"Pandemia deve elevar tanto a fome quanto a obesidade entre brasileiros"
Ex-chefe da FAO, José Graziano se diz preocupado com queda na qualidade da alimentação de crianças fora da escola, bem como com fim do auxílio emergencial, que pode levar milhões a passarem fome e dependerem de caridade. (20/10)
Foto: DW/N. Pontes
Brasil incluirá vacina chinesa em calendário nacional de vacinação
Ministério da Saúde pretende comprar 46 milhões de doses da Coronavac e iniciar imunização em todo país já em janeiro. Resultados de testes ainda são aguardados para liberação de imunizante no país. (20/10)
Foto: Andre Lucas/dpa/picture-alliance
Anvisa autoriza importar 6 milhões de doses de vacina chinesa
Após polêmica envolvendo a Coronavac, a Anvisa autorizou no dia 23 de outubro a importação de 6 milhões de doses da vacina produzido pela chinesa Sinovac em parceria com o Butantan. A licença é só para importação da vacina. Sua distribuição depende de autorização da própria Anvisa. Enquanto ela não autorizar a aplicação, o Butantan deve armazenar as doses e garantir que elas não sejam usadas.