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Bolsonaro ignora covid em pronunciamento de Natal

25 de dezembro de 2021

Presidente fez fala breve, de menos de um minuto, evitando temas específicos. Pronunciamento ocorre em meio à polêmica sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos.

Bolsonaro e Michele ao lado de uma árvore de Natal.
Foto: TV Brasil/Agencia Brasil

Em pronunciamento de Natal em cadeia nacional de rádio e televisão na noite desta sexta-feira (24/12), o presidente, Jair Bolsonaro, ignorou a covid-19 e a campanha de vacinação contra a doença.

Bolsonaro fez uma fala breve, de menos de um minuto, e genérica, sem tocar em temas específicos e evitando polêmicas. O presidente começou e terminou o pronunciamento citando Deus.

No ano em que o coronavírus mais matou no Brasil, o presidente mencionou apenas que 2021 foi de "muitas dificuldades", mas que espera que 2022 "seja um ano de esperança, conquistas e realizações".

Ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o presidente disse que, ao longo do ano, não faltou ao governo "seriedade, dedicação e espírito fraterno no planejamento e na construção de políticas públicas em prol de todas as famílias".

"Com dignidade e respeito ao próximo, não economizamos esforços para apoiar a todos, em especial os mais vulneráveis", completou a primeira-dama, que ressaltou que o governo não se afastou do que acredita e defende: "Deus, pátria, família e liberdade".

Polêmica na vacinação de crianças

A fala de Bolsonaro ocorre em um momento em que o Brasil discute a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra o coronavírus. O governo quer que a imunização ocorra apenas com prescrição médica. Os secretários estaduais de saúde já se pronunciaram, dizendo que não acatarão a recomendação do governo federal.

Na tarde de sexta-feira, Bolsonaro, alinhado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que não há uma quantidade de mortes de crianças que justifique a adoção de uma ação emergencial de vacinação infantil. Queiroga já havia se pronunciado de forma semelhante.

Desde o início da pandemia, porém, a covid-19 provocou a morte de 2,5 mil de 0 a 19 anos – entre elas, 301 crianças de 5 a 11 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.

"Eu tenho uma filha de 11 anos. É uma vacina nova. Não está havendo morte de crianças que justifique algo emergencial. Tem outros interesses. Entra a desconfiança nisso tudo. Essa desconfiança, essa interrogação enorme que existe aí. Efeitos colaterais existem ou não existem? Quais são? Miocardite, entre outros", disse o presidente em entrevista no Palácio da Alvorada.

Também na sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski atendeu a uma ação do partido Rede Sustentabilidade e deu prazo de cinco dias para que o Ministério da Saúde explique os motivos de querer exigir prescrição médica para a vacinação de crianças.

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos já está em andamento em países como Estados Unidos, Israel e na União Europeia.

le (Agência Brasil, ots)

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