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Bolsonaro segue líder da corrida, mas rejeição aumenta

11 de setembro de 2018

Datafolha divulga primeira pesquisa após ataque a faca contra o candidato do PSL, que ganha dois pontos percentuais ante sondagem anterior. Segundo lugar tem empate técnico entre Ciro, Alckmin, Marina e Haddad.

O candidato à Presidência Jair Bolsonaro
No segundo turno, Bolsonaro perde ou empata em todos os cenários pesquisados pelo DatafolhaFoto: Reuters/P. Whitaker

Nova pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (10/09) aponta que Jair Bolsonaro (PSL) continua na liderança da corrida presidencial, mas estagnado em relação ao levantamento anterior. A menos de um mês do primeiro turno, o militar da reserva aparece com 24% das intenções de voto.

Na pesquisa divulgada em 22 de agosto, ele havia registrado 22%. Portanto, o crescimento de dois pontos percentuais ainda está dentro da margem de erro da sondagem anterior.

Na disputa pelo segundo lugar, quatro candidatos aparecem tecnicamente empatados dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem 13% das intenções de voto, Marina Silva (Rede), 11%, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), 10%, e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT), 9%.

O novo levantamento Datafolha ocorre após uma sequência de fatos novos na campanha, como o ataque a faca contra Bolsonaro e o início da propaganda eleitoral na TV e no rádio.

Também é o primeiro levantamento do instituto que não incluiu o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso e virtualmente inelegível. Em vez de Lula, a pesquisa incluiu o nome de seu vice, Haddad, que deve ser anunciado nesta terça-feira como o substituto do ex-presidente na cabeça da chapa petista.

O levantamento também mostrou que o ataque contra Jair Bolsonaro durante um evento de campanha na última quinta-feira não impactou de maneira decisiva o eleitorado, já que o candidato permanece com praticamente o mesmo percentual de agosto. A pesquisa Datafolha foi realizada nesta segunda-feira, quando o noticiário ainda estava dominado pelo desdobramentos do ataque.

Desde o início da propaganda eleitoral, no final de agosto, Bolsonaro também vem sendo alvo de propaganda negativa por parte de adversários, especialmente da campanha de Alckmin, que veiculou diversos anúncios direcionados ao eleitorado feminino em que o ex-militar é retratado como misógino e machista.

A pesquisa apontou que cresceu, de 39% para 43% dos entrevistados, o número de eleitores que afirmam que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro. Ele é de longe o candidato com maior rejeição entre os presidenciáveis. Marina Silva aparece em segundo, com 29%.

Segundo o levantamento, a rejeição a Bolsonaro é maior entre as mulheres (49%) e entre os eleitores mais jovens (55%) e da região Nordeste (51%).

Segundo lugar disputado

Entre os candidatos que disputam o segundo lugar, Ciro Gomes e Fernando Haddad foram os únicos que apresentaram crescimento fora da margem de erro em relação ao levantamento de agosto. O candidato do PDT tinha 10% e agora tem 13%.

Já Haddad, que ainda nem foi anunciado oficialmente como candidato, saltou de 4% para 9%, apontando que o PT tem conseguido transferir parte dos votos do ex-presidente Lula para o ex-prefeito. No levantamento Datafolha de agosto, Lula aparecia com 39% das intenções de voto no cenário que incluía seu nome. 

Já Marina Silva, que conta com poucos recursos de campanha e tempo de TV, registrou desempenho negativo em relação à última pesquisa. Caiu de 16% para 11%, demonstrando que não se beneficiou da saída de Lula da corrida, como levantamentos anteriores pareciam sugerir.

Os números do Datafolha também mostram que a propaganda eleitoral ainda não impactou de maneira decisiva a campanha do tucano Geraldo Alckmin, que conta com a maior fatia de propaganda na TV – ele tem 43% do tempo reservado aos presidenciáveis. O tucano só oscilou um ponto percentual, indo de 9% para 10%, ainda dentro da margem de erro.

Já o senador Alvaro Dias (Podemos) registrou 3%, o mesmo percentual de João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). Guilherme Boulos (Psol), Vera Lúcia (PSTU) e Cabo Daciolo (Patriota) têm 1% cada. João Goulart Filho (PPL) e Eymael (DC) não pontuaram. O percentual de votos em branco ou nulos chega a 15%.

Segundo turno

Nos cenários de segundo turno, a forte rejeição a Bolsonaro influencia diretamente seu desempenho. Mesmo sendo o líder nas pesquisas no primeiro turno, ele perde ou empata em todos os cenários da segunda rodada pesquisados pelo Datafolha que incluíram seu nome.

Em uma disputa com Marina Silva, tem 37% dos votos, contra 43% da candidata da Rede. Com Ciro, Bolsonaro tem 35% dos votos, contra 39% do pedetista. Com Alckmin, aparece com 34% dos votos, ante 43% do tucano.

Ele também aparece tecnicamente empatado com Haddad. Na disputa com o petista, teria 38%, contra 39% de Haddad.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.804 eleitores em 197 municípios.

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