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Bolsonaro testa positivo para covid-19 novamente

22 de julho de 2020

Terceiro exame realizado pelo presidente desde que contraiu a doença confirma que ele continua infectado pelo coronavírus, segundo o Planalto. Ele segue em isolamento e afirma se tratar com cloroquina.

Jair Bolsonaro
Bolsonaro vem cumprindo agenda oficial por videoconferênciaFoto: picture-alliance/dpa/E. Peres

O Planalto informou nesta quarta-feira (22/07) que Jair Bolsonaro testou novamente positivo para covid-19. É o terceiro exame feito pelo presidente brasileiro que detecta a presença do coronavírus desde que ele anunciou ter sido infectado, no início do mês.

"O presidente Jair Bolsonaro segue em boa evolução de saúde, sendo acompanhado pela equipe médica da Presidência da República. O teste realizado pelo presidente no dia de ontem, 21, apresentou resultado positivo", disse o Planalto.

Bolsonaro anunciou ter contraído coronavírus em 7 de julho. Desde então, só participa de compromissos oficiais por videoconferência e diz que só se reúne com auxiliares que já foram infectados.

O anúncio de que Bolsonaro tem covid-19 foi recebido com escárnio por parte da população brasileira e chamou grande atenção da imprensa europeia, que destacou a postura negacionista do presidente em relação à gravidade da pandemia, sua inércia para conter o avanço da doença e o desrespeito às medidas de proteção. 

Com frequência, Bolsonaro afirma que se trata com a hidroxicloroquina, um medicamento que não tem efeito comprovado contra a covid-19. Enquanto o presidente insiste na eficácia do remédio, autoridades de saúde em todo o mundo alertam contra a sua utilização para tratar a doença causada pelo novo coronavírus. 

No último domingo, diante de um grupo de apoiadores nas proximidades do Planalto, Bolsonaro chegou a erguer uma caixa do remédio e acenar com ela para os presentes.

Os ministros da Cidadania, Onyx Lorenzoni, e da Educação, Milton Ribeiro, também anunciaram nesta semana que testaram positivo para covid-19.

Nos últimos meses, em diversas ocasiões, o presidente contrariou recomendações e desafiou medidas impostas para evitar aglomerações ao realizar passeios pelo comércio, participando de atos com apoiadores e abraçando e cumprimentando pessoas.

O presidente vem tentando minimizar o impacto da doença desde que o coronavírus chegou ao país, tendo se referido à covid-19 como uma "gripezinha". Ele ignorou várias vezes as recomendações da Organização Mundial de saúde (OMS) ao participar de manifestações organizadas por seus simpatizantes e provocar aglomerações, muitas vezes entrando em contato direto com seus apoiadores. Durante muito tempo, ele evitou utilizar a máscara de proteção.

O governo federal  dificultou o acesso a informações  sobre a doença e atribuiu aos governadores a responsabilidade pelo combate à epidemia.

O Brasil já superou a marca de 80 mil mortos pela doença, com mais de 2 milhões de casos registrados. Entretanto, diversas autoridades e instituições de saúde em todo o país alertam que os números reais do novo coronavírus devem ser ainda maiores em razão da falta de testes em larga escala e da subnotificação.

RPR/ots

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