Bomba da Segunda Guerra é achada em fábrica na Alemanha
21 de agosto de 2015
Explosivo de fabricação americana é descoberto em instalações da Basf, no sudoeste do país. Artefato de meia tonelada será coberto por seis metros de sacos de areia, até que seja desarmado, em setembro.
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A empresa química alemã Basf comunicou, nesta sexta-feira (21/08), ter encontrado uma bomba americana datada da Segunda Guerra em sua principal fábrica, em Ludwigshafen, cerca de 75 quilômetros ao sul de Frankfurt.
A Basf afirmou que a bomba de 500 quilos foi descoberta em 4 de agosto na parte sul do complexo químico, que compreende fábrica e edifícios de escritórios. Aproximadamente 35 mil pessoas trabalham no local, que foi alvo de bombardeios aliados durante a Segunda Guerra.
Em comunicado, a empresa alemã disse que a bomba será desarmada em 26 de setembro, e que ela não representa ameaça aos funcionários ou à população. A Basf afirmou também que uma pirâmide de 6,5 metros de sacos de areia será construída em torno da bomba como medida de segurança.
Setenta anos depois do fim da Segunda Guerra, centenas de bombas não explodidas continuam sendo encontradas a cada ano na Alemanha. Elas são desarmadas ou detonadas em explosões controladas.
PV/ap/rtr
Ruínas da Segunda Guerra – memoriais da paz
Em vários locais da Alemanha são mantidas partes de edificações destroçadas pela violência bélica. Elas recordam o poder devastador das armas e quanto a paz é preciosa.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Wolf
Testemunhas eloquentes
Difícil acreditar: em 1945, numerosas cidades alemãs estavam tão destruídas como, hoje, partes do Iraque ou da Síria. Destroçadas por bombardeios e nunca mais reconstruídas, ruínas em meio às metrópoles do país ainda prestam testemunho eloquente dos horrores da Segunda Guerra Mundial. Em sua maioria, trata-se de edificações sacras, como a Igreja Memorial do Imperador Guilherme, em Berlim.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel
Novo e antigo
Inaugurada em 1895, no estilo neo-romântico, a Igreja Memorial do Imperador Guilherme (Kaiser Wilhelm Gedächtniskirche) sucumbiu a um ataque aéreo dos Aliados em 23 de novembro de 1943. Apenas a ruína da torre principal, com 71 metros de altura, foi preservada como memorial. Os quatro prédios que a rodeiam ficaram prontos em 1961, e hoje todo o complexo arquitetônico é tombado.
Foto: picture alliance/akg-images
Do culto à cultura
A história da Igreja do Convento Franciscano no bairro berlinense de Mitte remonta ao ano 1250. Em consequência da Reforma Luterana, em 1539 o convento foi fechado. E, em 3 de abril de 1945, o fogo choveu do céu. As ruínas da igreja foram protegidas, como único prédio da época a sobreviver à Segunda Guerra. Restaurada, desde 2004 ela abriga exposições, apresentações teatrais e concertos.
Foto: gemeinfrei/imago/F. Berger
Memorial no Reno
Destruída e jamais recuperada, a Igreja de Santo Albano fica na parte histórica da cidade renana de Colônia. Na foto veem-se os restos do coro. A antiga nave, hoje descoberta, serve de memorial para os mortos da guerra. Em seu centro, uma escultura evocativa apela pela paz: "Pai e mãe de luto", de Ernst Barlach, com base num desenho de Käthe Kollwitz.
Foto: CC BY-SA 3.0/Raimond Spekking
Sobrevivente solitária
A pouca distância de Santo Albano está Santa Colomba, uma das mais antigas igrejas paroquiais de Colônia. Sua pedra fundamental foi lançada em 980. Após a destruição quase total em 1943, além de uns poucos resquícios dos muros externos, datando do fim da Idade Média, restou apenas uma figura de Nossa Senhora, em meio aos escombros.
Foto: picture-alliance/dpa/F. Gambarini
Destaque no museu
Para abrigar essa estátua da Virgem construiu-se no mesmo local, já em 1947-50, uma capela octogonal. Desde então ela é, para os colonianos, a "Madona dos Escombros". Em 1956-57, a capela marista foi ampliada em capela sacramental quadrilateral. Em 2007, a Igreja de Santa Colomba foi totalmente integrada ao edifício do novo Museu Episcopal Diocesano.
Foto: CC BY-SA 3.0/Elke Wetzig
Esplendor barroco perdido
Datando do século 12, o Palácio Zerbst, na Saxônia-Anhalt, era residência dos príncipes de Anhalt-Zerbst. Reformas no século 17 lhe deram uma estrutura em três alas, e passou a constar entre as principais edificações barrocas da Alemanha central. Em criança, a princesa Sofia Augusta Frederica de Anhalt-Zerbst ia visitar lá os seus parentes. Ela seria coroada em 1762 Catarina 2ª, czarina da Rússia.
Foto: picture-alliance/AKG
Ainda há esperança
Em abril de 1945, o Palácio Zerbst foi atingido por bombas aliadas e totalmente consumido no incêndio subsequente. Sua preciosa decoração interna se perdeu. A reconstrução teria sido possível, mas foi rejeitada por motivos políticos. Somente a ruína da ala leste escapou à demolição, e uma associação de amigos cuida para que seja mantida. Sua meta é a restauração fiel da parte exterior da ala.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Wolf
De "bunker" a igreja
Apesar de não ser uma ruína, este "hochbunker" (abrigo de superfície) em Düsseldorf é mantido como memorial. Para fins de proteção, no início dos anos 1940 ele fora camuflado como igreja. A partir de 1949, foi então transformado de fato em casa de culto. O prédio tombado, que também funciona como local de exposições, é arquitetonicamente ímpar, sendo considerado a igreja mais segura do mundo.
Foto: CC BY-SA 3.0/Ilion
Usina memorial
Este antigo abrigo de superfície em Hamburgo-Wilhelmsburg é igualmente único no mundo. Enquanto, após o fim da guerra, grande parte dessas edificações sucumbiram ao tempo, ele foi amplamente saneado e transformado num "Energiebunker". Equipado com painéis fotovoltaicos e uma usina regeneradora dotada de armazenador de calor, o colosso de concreto fornece eletricidade e calefação à população.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Marks
Altura fatídica
As origens da Igreja de São Nicolau de Hamburgo remontam a 1195. Após um incêndio em 1842, foi consagrada no local, 32 anos mais tarde, uma casa de culto totalmente nova, em estilo neogótico. Por um tempo, sua torre de 147 metros foi a construção mais elevada do mundo. Porém, em 23 de julho de 1943, sua altura provou-se fatídica, ao servir de ponto de orientação para os bombardeiros dos Aliados.
Foto: gemeinfrei
Hamburgo-Gomorra
Somente a torre e os porões abobadados resistiram. Ao fim da Segunda Guerra, o Senado hamburguês decidiu não reerguer a Igreja de São Nicolau. Suas ruínas permanecem até hoje como ferida aberta, dedicadas "às vítimas da guerra e da ditadura entre 1933 e 1945". Nos porões criou-se um centro de documentação, com a mostra permanente "Gomorra 1943 – A destruição de Hamburgo na guerra aérea".
Foto: picture-alliance/dpa
Sobrevivência por um triz
Em 1945 jazia em destroços, em Dresden, a famosa Frauenkirche, a igreja protestante de Nossa Senhora. Após sobreviver aos devastadores ataques aéreos de 13 e 14 de fevereiro, no dia seguinte a cúpula de pedra dessa chamada "pérola do Barroco" desmoronou. A Alemanha Oriental não tinha verbas para reerguê-la, e por muitos anos as ruínas jazeram como memorial contra a guerra e a destruição.
Foto: Hulton Archive/AFP/Getty Images
Esperança contra a devastação
Com a Reunificação, iniciou-se em 1996 a reconstrução da Frauenkirche, concluída em 2005. O financiamento do projeto de 180 milhões de euros envolveu 16 associações de amigos no país e no exterior, assim como doações de todo o mundo. As pedras da edificação original foram integradas nos novos muros. A igreja reerguida tornou-se, assim, um símbolo de esperança e do entendimento entre os povos.
Foto: DW/Holm Weber
Recomeço a partir dos escombros
Já em 1947, a Igreja da Ressurreição de Pforzheim, sul da Alemanha, foi a primeira construída no país, no pós-Guerra. Como material de construção, 30 mil tijolos das casas circundantes foram desenterrados, coletados e meticulosamente limpos. Além de sinalizar um recomeço, ela serviu de modelo para 46 "igrejas de emergência" nas cidades alemãs destruídas na Segunda Guerra.