Bomba da Segunda Guerra causa retirada de 54 mil pessoas
25 de dezembro de 2016
Operação em Augsburg, na Alemanha, para desativação de bomba da Segunda Guerra é a maior do gênero desde 1945. Artefato, de quase duas toneladas, foi descoberto por acaso durante obras.
Anúncio
Cerca de 54 mil pessoas foram retiradas neste domingo (25/12) de Augsburg, no sudoeste da Alemanha, para a desativação de uma bomba de 1,8 toneladas da Segunda Guerra Mundial, na maior operação do gênero desde 1945.
As forças de segurança deram prazo até as 10h locais para que fosse abandonada a zona de perigo, incluindo o centro da cidade e vários edifícios emblemáticos, como a catedral.
Os trabalhos de desativação da bomba começaram ao meio-dia (hora local) e foram agendados para durar quatro horas. A operação conta com o apoio de 900 polícias e centenas de bombeiros.
A bomba, lançada por militares britânicos, foi descoberta por acaso na quarta-feira durante obras, uma situação que não é inusitada no país, onde 70 anos após o fim da guerra continuam a ser encontradas bombas ainda não detonadas, vestígios dos bombardeios aliados contra a Alemanha nazista.
As autoridades da cidade, com 287 mil habitantes, decidiram que a operação causaria menos transtornos neste domingo do que em um dia da semana.
Foram disponibilizadas escolas e outras instalações para acolher aqueles que não podem ficar com familiares ou amigos. A prefeitura montou seis abrigos de emergência. No maior deles, no centro de convenções da cidade, foram preparadas barracas para abrigar cerca de mil pessoas. Entretanto, somente cerca de 200 recorreram às instalações.
MD/lusa/dpa
Dresden em ruínas
Na reta final da Segunda Guerra, em três dias de bombardeio a partir de 13 de fevereiro de 1945, cerca de 25 mil pessoas morreram, e uma das mais belas cidades da Alemanha ficou irreconhecível.
Foto: Getty Images/Matthias Rietschel
Bombardeada, destruída e pilhada
Em 13 de fevereiro de 1945, bombardeiros Avro Lancaster deixaram a Inglaterra em direção a Dresden. Às 21h39, as sirenes soaram na cidade. O terror estava a caminho. Em apenas 23 minutos, o centro da cidade foi posto abaixo, tomado pelas chamas. Dois ataques britânicos e um americano destruíram 15 quilômetros quadrados da cidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Hofkirche em ruínas
O bombardeio também causou sérios danos à Hofkirche, uma das maiores igrejas da Saxônia, construída entre 1739 e 1755, na mesma época que a famosa Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora, protestante), que fica a apenas 300 metros de distância. O telhado e as abóbodas internas do templo católico desmoronaram.
Foto: picture-alliance/dpa
Lutero não foi poupado
O monumento ao reformador Martinho Lutero, em frente à igreja Frauenkirche, também foi danificado durante o bombardeio. A estátua foi criada por Adolf von Donndorf em 1861, mas inaugurada somente em 1885. Lutero visitou Dresden nos anos 1515 e 1517.
Foto: picture-alliance/akg-images
Memorial
A Frauenkirche também foi destruída pelas bombas. Erguida entre 1726 e 1743, a igreja barroca foi mantida em destroços até 1993, como um memorial à destruição sem sentido provocada pela guerra. Ela seria reconstruída mais tarde. Um artista britânico, cujo pai participou do bombardeio, foi quem reconstruiu fielmente a cruz na torre da igreja.
Foto: picture alliance/dpa
Símbolo reerguido
A "Frauenkirche" foi reconstruída entre 1994 e 2005, graças a doações de todo o mundo. Os custos da reconstrução ficaram em torno de 130 milhões de euros. O bairro barroco em volta da igreja de 91 metros de altura se tornou o novo centro turístico da capital da Saxônia. Dresden reconquistou um de seus maiores símbolos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel
Nenhum sinal da destruição
Muitos turistas passeiam hoje pelo centro de Dresden e ficam admirados com a reconstrução completa da cidade. A igreja católica Hofkirche havia se tornado necessária na Saxônia protestante porque Augusto, o Forte, se convertera ao catolicismo para usar a coroa real polonesa. A igreja havia sido construída entre 1739 e 1754.
Foto: picture alliance/Johanna Hoelzl
Com novo brilho
O monumento a Lutero foi reerguido em 1955. Até a sua restauração, entre 2003 e 2004, a estátua em frente às ruínas da Frauenkirche também era um alerta contra a guerra e a destruição. Hoje ela pertence à área do chamado Neumarkt, um largo no centro da cidade. A base da estátua serve como ponto de encontro para jovens e turistas.
Foto: imago/Chromorange
A Florença do Elba
A capital da Saxônia é novamente uma das cidades mais bonitas da Alemanha. Dresden é chamada também de Florença do Elba devido a sua arquitetura barroca. A cidade tem muitas atrações para oferecer e é um importante destino turístico. Dresden tem aproximadamente 550 mil habitantes e é uma das 12 maiores cidades alemãs.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Lander
Lembrança do horror
No gasômetro desativado de Dresden, visitantes podem ter uma boa noção dos estragos causados pela guerra. O artista Yadegar Asisi reproduziu uma grande parede panorâmica com a imagem da cidade destruída. Ele mostra o centro de Dresden logo após o bombardeio: tudo está em ruínas, há fumaça sobre partes do centro e da Neustadt e chamas no sul.