Bomba da Segunda Guerra explode e abre cratera na Alemanha
24 de junho de 2019
Explosão em uma plantação deixou um buraco de 10 metros de diâmetro e quatro de profundidade. Ninguém ficou ferido. Temporizador do artefato teria se deteriorado e provocado a detonação.
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Uma bomba, provavelmente da Segunda Guerra Mundial, explodiu em uma plantação próxima à cidade de Limburg, no oeste da Alemanha, abrindo uma enorme cratera, informou a polícia nesta segunda-feira (24/06).
A explosão não deixou feridos, mas a detonação resultou em um buraco de dez metros de diâmetro e quatro de profundidade.
No momento em que ela foi detonada, na madrugada de domingo, os moradores da região relataram que ouviram um forte estrondo e sentiram a terra tremer. Não houve indicações de que a bomba tenha sido acidentalmente detonada por algum maquinário agrícola ou outro tipo de equipamento.
Bomba da Segunda Guerra Mundial abre cratera na Alemanha
01:21
Um porta-voz da polícia disse que o local foi utilizado para treinamento militar com alvos durante a Segunda Guerra. O serviço de desarmamento de bombas avalia como altamente possível que se trate de um artefato daquele período.
Em Darmstadt, um porta-voz do governo local afirmou ao jornal Bild que a bomba de 250 quilos teria um temporizador químico que se deteriorou, provocando a detonação.
Quase 75 anos depois do fim da Segunda Guerra Mundial, ainda existe um grande número de explosivos não detonados na Alemanha, país que foi alvo de intensos bombardeios durante o conflito.
No início deste mês, uma bomba americana de 100 quilos foi descoberta durante uma construção próxima a um movimentado centro de compras de Berlim, forçando a evacuação de cerca de 3.000 pessoas do local, até que o artefato fosse finalmente desarmado.
Especialistas afirmam que 10% das milhões de bombas lançadas sobre a Alemanha durante a guerra não explodiram.
Em agosto de 2017, o aeroporto de Tegel, em Berlim, teve que ser fechado temporariamente para a remoção de uma bomba de cem quilos. Em julho do mesmo ano, uma prisão em Regensburg foi evacuada até que uma bomba encontrada em uma área próxima fosse removida. Em setembro, 60 mil pessoas deixaram suas casas em Frankfurt por causa de outra antiga bomba.
Também não é incomum que frequentadores das praias no norte do país encontrem fragmentos de antigas bombas de fósforo, que podem ser confundidas com pedras de âmbar, uma resina fóssil usada na fabricação de joias.
Mais de 70 anos após o conflito mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt
Caos no coração de Berlim
Uma bomba da Segunda Guerra Mundial provocou caos na movimentada região em torno da estação central de Berlim em 20 de abril de 2018. O artefato de 500 quilos foi encontrado por trabalhadores de uma construção na área. Cerca de dez mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A estação ferroviária e partes do centro da cidade foram bloqueadas e evacuadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Berlin
Megaoperação em Frankfurt
A maior operação para o desarmamento de uma bomba da Segunda Guerra Mundial na Alemanha ocorreu em Frankfurt. Mais de 60 mil pessoas – cerca de 8% da população da cidade – foram obrigadas a deixar suas casas em 3 de setembro de 2017. Muitos aproveitaram o tempo em museus ou foram ao centro de exposições da cidade, onde comida e sofás foram disponibilizados.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold
Outras grandes cidades
Em maio de 2017, cerca de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Hannover para que especialistas desativassem ao menos cinco bombas encontradas numa obra. Dois meses antes, em Düsseldorf (foto), a descoberta de um artefato de 500 quilos levou à retirada de 8 mil moradores.
Foto: picture alliance/dpa/R.Weihrauch
Uma bomba no Natal
Em 2016, especialistas em Augsburg, no sul da Alemanha, precisaram agir em pleno Natal para desarmar uma bomba de quase duas toneladas. Após 12 horas de muito trabalho, o artefato foi neutralizado, e as cerca de 54 mil pessoas retiradas de suas residências puderam retornar.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Em último caso, explodir
Em agosto de 2012, uma bomba aérea americana da Segunda Guerra precisou ser detonada em Munique, após falharem as tentativas de desativar o artefato de 250 quilos. As ondas de choque causadas pela explosão assistida destruíram fachadas e quebraram janelas. O mesmo ocorreu em 2017 em Oranienburg, no estado de Brandemburgo, que possui a maior concentração de bombas enterradas em solo alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Trabalho arriscado
Em meados de 2010, no meio do processo de desarmar uma bomba em Göttingen, na Baixa Saxônia, o artefato acabou explodindo acidentalmente. Três especialistas morreram, e várias pessoas ficaram feridas. Anos antes, a detonação acidental de uma bomba aérea também deixou mortos na pequena cidade de Wetzlar. Apesar de raros, incidentes desse tipo já mataram 11 peritos desde 2000.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Decker
Munição no fundo do mar
Artefatos explosivos da Segunda Guerra, como bombas e granadas, estão também no Mar Báltico, no Mar do Norte e em águas continentais da Alemanha. Estima-se que 1,5 milhão de toneladas dessas munições sigam debaixo d'água. Muitas foram despejadas pelos próprios alemães durante a guerra para que não caíssem nas mãos dos Aliados; outras foram jogadas no mar a mando das forças vitoriosas.
Alvo de muitos ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, Koblenz viu várias bombas serem desarmadas ao longo dos últimos anos. Os residentes da cidade precisaram deixar suas casas em 1999, 2011 e 2015 para que peritos pudessem fazer seu trabalho. Em dezembro de 2011, a desativação e detonação de uma série de artefatos no rio Reno levou à retirada de 45 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen
Grande evacuação em Ludwigshafen
Em 1997, uma mina aérea britânica de quatro toneladas foi encontrada na cidade de Ludwigshafen, ao sul de Frankfurt. A desativação do explosivo levou à maior evacuação da história pós-guerra até aquela época: 26 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.