Bomba da Segunda Guerra paralisa aeroporto de Düsseldorf
2 de novembro de 2015
Explosivo continha um detonador químico, e peritos tiveram de fazer uma explosão controlada. Sete voos são cancelados, e outros 34, adiantados ou atrasados.
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A explosão controlada de uma bomba de 125 quilos paralisou por um hora o tráfego aéreo no aeroporto de Düsseldorf, o terceiro maior da Alemanha, na manhã desta segunda-feira (02/11).
O explosivo da Segunda Guerra Mundial continha um detonador químico com uma cápsula de acetona, e peritos tiveram de fazer uma explosão controlada.
O aeroporto ficou fechado das 7h45 às 8h48. Sete voos foram cancelados, e outros 34, adiantados ou atrasados. Um porta-voz do aeroporto disse esperar que as operações sejam normalizadas ao longo do dia.
Como a bomba neutralizada era relativamente pequena, não houve riscos para os moradores das redondezas e para os passageiros e trabalhadores do aeroporto, afirmou o porta-voz.
A bomba foi descoberta por especialistas perto da pista de pouso e decolagem, durante uma inspeção na madrugada. As suspeitas surgiram durante obras no aeroporto.
Os especialistas acreditam que haja outras bombas da Segunda Guerra Mundial na pista ou nas proximidades. Novas escavações estão planejadas para os próximos dias.
Para realizar a explosão controlada, foi aberto um buraco de oito metros de profundidade, onde a bomba foi depositada e depois coberta. A intenção era minimizar o impacto da explosão, mas ainda assim ela pôde ser ouvida nos arredores do aeroporto.
De acordo com os bombeiros, a última bomba havia sido encontrada há 12 anos no aeroporto. Nas imediações do local, porém, uma bomba de 508 quilos foi desarmada em 2009.
Na sexta-feira passada, peritos desarmaram uma bomba da Segunda Guerra Mundial de 250 quilos encontrada em frente ao Museu Judaico, no bairro berlinense de Kreuzberg.
AF/dpa/afp
Dez anos da reconstrução da Frauenkirche
Há uma década, igreja era reinaugurada em Dresden, no leste da Alemanha. Após ser destruído na Segunda Guerra Mundial, templo foi reerguido e transformou-se em símbolo da cidade e atração turística.
Foto: picture-alliance/ZB/T. Eisenhuth
Joia do Elba
A famosa pintura a óleo do artista italiano Bernardo Belloto, conhecido como Canaletto, mostra a Frauenkirche e o Neumarkt em 1751. A pedra fundamental da igreja barroca foi colocada em 1726. Ela fazia parte de um programa urbanístico do rei Augusto 2º, que queria transformar Dresden numa metrópole europeia.
Foto: gemeinfrei
Cúpula única
Na reconstrução da cúpula, fiel à original, 13 mil toneladas de arenito foram colocadas sobre uma estrutura de madeira. A cúpula barroca de 1736 foi a obra-prima do arquiteto George Bähr. Na época, poucos acreditavam que os pilares e as paredes da igreja suportariam o peso da cúpula em forma de sino.
Foto: picture-alliance/ZB
Afrescos delicados
A base da Frauenkirche tem apenas metade do tamanho de um campo de futebol. Com a falta de espaço, o arquiteto George Bähr voltou-se para o céu. Hoje, quem entra na igreja pode ver os quatro evangelistas e quatro virtudes cristãs na pintura na cúpula, assim como no original do veneziano Giovanni Battista Grono.
Foto: picture-alliance/D. Kalker
Destruição na Segunda Guerra
No dia 13 de fevereiro de 1945, aviões britânicos e americanos bombardearam Dresden e deixaram o centro da cidade em chamas. A igreja resistiu por dois dias, mas depois ruiu. A pilha de 17 metros de altura com escombros da construção permaneceu no local até 1993.
Foto: Bundesarchiv Bild 183-60015-0002
Ruína simbólica
Com grandes manifestações, os moradores da República Federal Alemã (RDA), a antiga Alemanha Oriental, relembravam a destruição de Dresden. Em 1966, as ruínas da Frauenkirche foram declaradas monumento. Em 1982, cristãos oraram pela primeira vez nas ruínas, em protesto contra a militarização da RDA. Assim, a Frauenkirche foi tornando-se símbolo também do movimento pelos direitos civis e pela paz.
Foto: picture-alliance/ZB
A reconstrução
Em 1990, o músico Ludwig Güttler (sentado, à esquerda) resolveu agir. Seu plano: reconstruir fielmente a Frauenkirche. Com apoio de grupos dos EUA, França, Reino Unido e Suíça, ele conseguiu reunir 13 mil pessoas para o projeto. Uma exposição na cripta da igreja mostra a história da reconstrução.
Foto: picture-alliance/ZB
Quebra-cabeça arqueológico
Antes da reconstrução, o entulho precisava ser removido. A retirada começou em 1993, e cada pedra e fragmento da ruína foi medido e numerado. A reconstrução da igreja teve início em 1994. No total, 46% das pedras originais puderam ser recolocadas fielmente em seus antigos lugares.
Foto: picture-alliance/ZB
Lugar de honra na cripta
Sob os últimos escombros da igreja, 48 anos depois do bombardeio, ressurgiu o sepulcro do arquiteto da Frauenkirche. Os restos mortais de George Bähr permaneceram intactos. Hoje, o túmulo restaurado pode ser visto na cripta da igreja. Há ainda outras sepulturas no local, porque a cripta era usada no século 18 para enterrar personalidades da época.
Foto: Stiftung Frauenkirche Dresden/S. Kotyrba
Altar barroco
As esculturas do altar impressionam quem observa a Frauenkirche do coro. O altar foi reconstruído com os fragmentos, como a figura de Moisés com a tábua dos dez mandamentos. Quase 80% do altar é original, tornando-o a parte mais preservada da igreja.
Foto: picture-alliance/dpa
Sala de concertos
O interior cheio de luz da igreja acomoda 1.800 pessoas. Hoje, na Frauenkirche, não são realizados apenas missas. Concertos também são comuns, e isso é, na verdade, uma tradição. O famoso compositor Richard Wagner comemorou lá, em 1843, a estreia mundial de sua única obra para coral religiosa: "Das Liebesmahl der Apostel", para 1.200 cantores.
Foto: Stiftung Frauenkirche Dresden/Gunter Bähr
Velho novo marco
Dos 182 milhões de euros usados na reconstrução, cerca de 100 milhões vieram de doações. Desde a reinauguração, há uma década, a igreja se tornou um verdadeiro ímã de turistas, tendo recebido quase 20 milhões de visitantes nacionais e estrangeiros.