Artefato encontrado próximo ao centro da cidade será desativado no domingo. Região de isolamento incluiu hospitais, asilos e Banco Central da Alemanha. Essa será a maior evacuação no pós-Guerra.
Anúncio
Cerca de 60 mil pessoas serão obrigadas a deixar suas casas no próximo domingo (03/09) na região central de Frankfurt para que uma bomba da Segunda Guerra Mundial seja desativada. Esta será a maior evacuação na Alemanha no pós-Guerra.
Autoridades anunciaram nesta quinta-feira que as pessoas precisam deixar suas casas a partir das 6h (horário local). A região evacuada abriga ainda dois hospitais, vários asilos, um posto da polícia e o Banco Central da Alemanha, que possui uma reserva de ouro no valor de 70 bilhões de dólares. A instituição, porém, afirmou que seu sistema de segurança não será afetado.
A operação paralisará o transporte público, com algumas estações de metrô e pontos de ônibus fechados. O tráfego aéreo também poderá ser atingido, pois o espaço aéreo na região será fechado e, dependendo do clima, algumas rotas de voo passariam pelo local. O aeroporto de Frankfurt decidirá nos próximos dias se voos serão cancelados.
Explosivos no fundo do Mar do Norte
05:13
A expectativa é que o trabalho de desativação dure cerca de quatro horas. Autoridades estimam que até às 20h todos os moradores poderão voltar para suas casas. Frankfurt abrirá o seu centro de convenções para receber pessoas que não têm para onde ir.
A bomba de 1,8 tonelada, do tipo HC4000, utilizado pela Força Aérea Britânica, foi descoberta durante uma obra numa rua do bairro de Westend, próximo à Universidade de Frankfurt. Ela teria sido lançada entre 1943 e 1945 e foi danificada no impacto com o solo.
Segundo o diretor do Serviço de Remoção de Artefatos Militares, Dieter Schwetzler, a desativação será um desafio, pois a bomba tem três detonadores.
Os bombeiros, a polícia e a prefeitura participam dos trabalhos de evacuação. A polícia já vigia a área onde se encontra a bomba.
Devido aos intensos bombardeamentos dos aliados durante a Segunda Guerra Mundial, os serviços de remoção de artefatos militares da Alemanha desativam regularmente bombas encontradas em obras ou florestas e zonas rurais.
Até agora a maior operação de retirada de pessoas devido à neutralização de uma bomba ocorreu em 25 de dezembro do ano passado, em Augsburg, no sul do país, quando 54 mil pessoas tiveram de deixar as suas casas.
CN/efe/lusa/afp/rtr
Dresden em ruínas
Na reta final da Segunda Guerra, em três dias de bombardeio a partir de 13 de fevereiro de 1945, cerca de 25 mil pessoas morreram, e uma das mais belas cidades da Alemanha ficou irreconhecível.
Foto: Getty Images/Matthias Rietschel
Bombardeada, destruída e pilhada
Em 13 de fevereiro de 1945, bombardeiros Avro Lancaster deixaram a Inglaterra em direção a Dresden. Às 21h39, as sirenes soaram na cidade. O terror estava a caminho. Em apenas 23 minutos, o centro da cidade foi posto abaixo, tomado pelas chamas. Dois ataques britânicos e um americano destruíram 15 quilômetros quadrados da cidade.
Foto: picture-alliance/dpa
Hofkirche em ruínas
O bombardeio também causou sérios danos à Hofkirche, uma das maiores igrejas da Saxônia, construída entre 1739 e 1755, na mesma época que a famosa Frauenkirche (Igreja de Nossa Senhora, protestante), que fica a apenas 300 metros de distância. O telhado e as abóbodas internas do templo católico desmoronaram.
Foto: picture-alliance/dpa
Lutero não foi poupado
O monumento ao reformador Martinho Lutero, em frente à igreja Frauenkirche, também foi danificado durante o bombardeio. A estátua foi criada por Adolf von Donndorf em 1861, mas inaugurada somente em 1885. Lutero visitou Dresden nos anos 1515 e 1517.
Foto: picture-alliance/akg-images
Memorial
A Frauenkirche também foi destruída pelas bombas. Erguida entre 1726 e 1743, a igreja barroca foi mantida em destroços até 1993, como um memorial à destruição sem sentido provocada pela guerra. Ela seria reconstruída mais tarde. Um artista britânico, cujo pai participou do bombardeio, foi quem reconstruiu fielmente a cruz na torre da igreja.
Foto: picture alliance/dpa
Símbolo reerguido
A "Frauenkirche" foi reconstruída entre 1994 e 2005, graças a doações de todo o mundo. Os custos da reconstrução ficaram em torno de 130 milhões de euros. O bairro barroco em volta da igreja de 91 metros de altura se tornou o novo centro turístico da capital da Saxônia. Dresden reconquistou um de seus maiores símbolos.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hiekel
Nenhum sinal da destruição
Muitos turistas passeiam hoje pelo centro de Dresden e ficam admirados com a reconstrução completa da cidade. A igreja católica Hofkirche havia se tornado necessária na Saxônia protestante porque Augusto, o Forte, se convertera ao catolicismo para usar a coroa real polonesa. A igreja havia sido construída entre 1739 e 1754.
Foto: picture alliance/Johanna Hoelzl
Com novo brilho
O monumento a Lutero foi reerguido em 1955. Até a sua restauração, entre 2003 e 2004, a estátua em frente às ruínas da Frauenkirche também era um alerta contra a guerra e a destruição. Hoje ela pertence à área do chamado Neumarkt, um largo no centro da cidade. A base da estátua serve como ponto de encontro para jovens e turistas.
Foto: imago/Chromorange
A Florença do Elba
A capital da Saxônia é novamente uma das cidades mais bonitas da Alemanha. Dresden é chamada também de Florença do Elba devido a sua arquitetura barroca. A cidade tem muitas atrações para oferecer e é um importante destino turístico. Dresden tem aproximadamente 550 mil habitantes e é uma das 12 maiores cidades alemãs.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Lander
Lembrança do horror
No gasômetro desativado de Dresden, visitantes podem ter uma boa noção dos estragos causados pela guerra. O artista Yadegar Asisi reproduziu uma grande parede panorâmica com a imagem da cidade destruída. Ele mostra o centro de Dresden logo após o bombardeio: tudo está em ruínas, há fumaça sobre partes do centro e da Neustadt e chamas no sul.