Bomba da Segunda Guerra leva a evacuação histórica na Itália
15 de dezembro de 2019
Especialistas desativam explosivo britânico de 200 quilos em cidade costeira. Mais de 50 mil pessoas, ou 60% da população, são obrigadas a deixar suas casas na maior operação do tipo no país desde o fim da guerra.
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Especialistas em explosivos desativaram neste domingo (15/12) uma bomba da Segunda Guerra Mundial no município italiano de Brindisi, após uma evacuação histórica do centro da cidade.
Cerca de 54 mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas durante a preparação da operação, um número que corresponde a mais de 60% da população da cidade costeira. Um raio de 1.617 metros a partir de onde a bomba foi encontrada precisou ser isolado.
Mais de mil membros das forças de segurança e cerca de 250 voluntários participaram dos trabalhos de evacuação, que começaram no sábado com a transferência de 217 presos de uma penitenciária próxima para outros centros de detenção.
Além disso, o suprimento de gás foi cortado nas casas a 500 metros do local. Alguns serviços de tráfego aéreo e ferroviário também foram suspensos.
A imprensa local descreveu a operação como a maior do gênero na Itália em tempos de paz. A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945.
Os técnicos usaram um robô orientado por controle remoto para desativar o explosivo. Modelos semelhantes da tecnologia foram implantados no Iraque e no Afeganistão, segundo o jornal italiano Corriere della Sera.
A bomba foi identificada como sendo um explosivo britânico, provavelmente lançado sobre Brindisi em 1941. Segundo autoridades italianas, ela tem cerca de um metro de comprimento, pesa mais de 200 quilos e contém 40 quilos de dinamite.
O artefato foi descoberto em 2 de novembro durante um projeto de reforma de um cinema na cidade. Os trabalhadores da obra acabaram danificando parte da bomba, o que aumentou a probabilidade de o explosivo ser detonado acidentalmente durante a operação deste domingo.
Após desativarem e removerem o objeto, as autoridades afirmaram que o detonariam em um local seguro e controlado na próxima semana.
Mais de 70 anos após o conflito mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt
Caos no coração de Berlim
Uma bomba da Segunda Guerra Mundial provocou caos na movimentada região em torno da estação central de Berlim em 20 de abril de 2018. O artefato de 500 quilos foi encontrado por trabalhadores de uma construção na área. Cerca de dez mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A estação ferroviária e partes do centro da cidade foram bloqueadas e evacuadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Berlin
Megaoperação em Frankfurt
A maior operação para o desarmamento de uma bomba da Segunda Guerra Mundial na Alemanha ocorreu em Frankfurt. Mais de 60 mil pessoas – cerca de 8% da população da cidade – foram obrigadas a deixar suas casas em 3 de setembro de 2017. Muitos aproveitaram o tempo em museus ou foram ao centro de exposições da cidade, onde comida e sofás foram disponibilizados.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold
Outras grandes cidades
Em maio de 2017, cerca de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Hannover para que especialistas desativassem ao menos cinco bombas encontradas numa obra. Dois meses antes, em Düsseldorf (foto), a descoberta de um artefato de 500 quilos levou à retirada de 8 mil moradores.
Foto: picture alliance/dpa/R.Weihrauch
Uma bomba no Natal
Em 2016, especialistas em Augsburg, no sul da Alemanha, precisaram agir em pleno Natal para desarmar uma bomba de quase duas toneladas. Após 12 horas de muito trabalho, o artefato foi neutralizado, e as cerca de 54 mil pessoas retiradas de suas residências puderam retornar.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Em último caso, explodir
Em agosto de 2012, uma bomba aérea americana da Segunda Guerra precisou ser detonada em Munique, após falharem as tentativas de desativar o artefato de 250 quilos. As ondas de choque causadas pela explosão assistida destruíram fachadas e quebraram janelas. O mesmo ocorreu em 2017 em Oranienburg, no estado de Brandemburgo, que possui a maior concentração de bombas enterradas em solo alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Trabalho arriscado
Em meados de 2010, no meio do processo de desarmar uma bomba em Göttingen, na Baixa Saxônia, o artefato acabou explodindo acidentalmente. Três especialistas morreram, e várias pessoas ficaram feridas. Anos antes, a detonação acidental de uma bomba aérea também deixou mortos na pequena cidade de Wetzlar. Apesar de raros, incidentes desse tipo já mataram 11 peritos desde 2000.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Decker
Munição no fundo do mar
Artefatos explosivos da Segunda Guerra, como bombas e granadas, estão também no Mar Báltico, no Mar do Norte e em águas continentais da Alemanha. Estima-se que 1,5 milhão de toneladas dessas munições sigam debaixo d'água. Muitas foram despejadas pelos próprios alemães durante a guerra para que não caíssem nas mãos dos Aliados; outras foram jogadas no mar a mando das forças vitoriosas.
Alvo de muitos ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, Koblenz viu várias bombas serem desarmadas ao longo dos últimos anos. Os residentes da cidade precisaram deixar suas casas em 1999, 2011 e 2015 para que peritos pudessem fazer seu trabalho. Em dezembro de 2011, a desativação e detonação de uma série de artefatos no rio Reno levou à retirada de 45 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen
Grande evacuação em Ludwigshafen
Em 1997, uma mina aérea britânica de quatro toneladas foi encontrada na cidade de Ludwigshafen, ao sul de Frankfurt. A desativação do explosivo levou à maior evacuação da história pós-guerra até aquela época: 26 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.