Bombardeio americano mata 16 policiais afegãos por engano
22 de julho de 2017
Forças dos EUA confirmam incidente, que deixou ainda dois feridos. Americanos afirmam que vão investigar o caso
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Um ataque aéreo americano matou 16 policiais afegãos e feriu outros dois na província de Helmand. O incidente aconteceu na sexta-feira (21/07) quando as forças de segurança afegãs participavam de uma operação contra terroristas do Talibã, informou Salam Afghan, porta-voz da polícia de Helmand, que fica no sul do país.
"No ataque, 16 policiais afegãos foram mortos, incluindo dois comandantes. Outros dois policiais foram feridos". O incidente foi confirmado pelo comando das tropas americanas no país, que "expressou condolências” pelo que classificou como "incidente lamentável”, mas sem apontar um número de mortos. Os americanos também afirmaram em nota que vão investigar o caso.
"Durante uma operação apoiada pelos EUA, disparos aéreos resultaram na morte das forças afegãs amigas que estavam reunidas uma construção. (...) Nós gostaríamos de expressar nossas mais profundas condolências às famílias afetadas por este incidente lamentável", disse o comunicado.
Um porta-voz do governo provincial disse que o episódio foi provavelmente resultado de um "problema de comunicação” ou de "coordenadas incorretas”.
Os EUA são a única força estrangeira da coalizão que luta contra o Talibã que realiza ataques aéreos no Afeganistão. As forças americanas estão lutando no país há quase 16 anos. Este não foi o primeiro incidente do gênero. Em fevereiro, um ataque aéreo americano em Sangin matou pelo menos 18 civis, entre eles mulheres e crianças. Em novembro, 32 civis afegãos foram mortos em um ataque aéreo norte-americano na província de Kunduz.
Em outubro de 2015, um ataque aéreo dos EUA atingiu um hospital operado pelos Médicos Sem Fronteiras matando 42 pessoas e provocando indignação internacional.
O Afeganistão moderno está no passado
O regime do Talibã reprime os direitos humanos, sobretudo das mulheres, na sociedade afegã, dominada pelos homens. Mas houve um tempo em que as mulheres circulavam livremente - e se vestiam como bem entendiam.
Foto: picture-alliance/dpa
Médicas aspirantes
Esta foto, tirada em 1962, mostra duas estudantes de medicina da Universidade de Cabul, ouvindo a professora enquanto examinam uma peça de gesso que representa uma parte do corpo humano. Naquele tempo, mulheres tinham um papel ativo na sociedade. Tinham acesso à educação e podiam trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Estilo nas ruas de Cabul
As fotos mostram duas jovens vestidas ao estilo ocidental, em 1962, do lado de fora do prédio da Rádio Cabul, na capital do país. Hoje em dia, com os fundamentalistas talibãs no poder, as mulheres são obrigadas a usar a burca, cobrindo o corpo totalmente quando estivessem em público.
Foto: picture-alliance/dpa
Direitos nem sempre iguais
Em meados de 1970, era comum ver estudantes do sexo feminino nas instituições de ensino afegãs - como a Universidade Politécnica de Cabul. Mas 20 anos depois, o acesso das mulheres à educação no país foi completamente bloqueado. Isso mudou apenas no fim do primeiro regime talibã, em 2001. Por duas décadas, as mulheres puderam estudar - até os fundamentalistas voltarem ao poder, em 2021.
Foto: Getty Images/Hulton Archive/Zh. Angelov
Informática na juventude
Nesta foto, uma instrutora soviética dá aula de informática para estudantes do Instituto Politécnico de Cabul. Durante os anos de ocupação soviética no Afeganistão, de 1979 a 1989, a cena era comum em diversas universidades do país.
Foto: Getty Images/AFP
Encontro de estudantes
Esta foto de 1981 mostra um encontro informal de estudantes em Cabul. Em 1979, a invasão soviética levou o Afeganistão a dez anos de guerra. Quando os soviéticos se retiraram, a guerra civil tomou conta do país e terminou com a ascensão do Talibã ao poder, em 1996.
Foto: Getty Images/AFP
Escola para todos
A foto mostra moças afegãs do ensino médio em Cabul no tempo da ocupação soviética. Durante o regime talibã, instaurado poucos anos depois, meninas foram barradas das escolas e tiveram acesso à educação negado. Elas também foram proibidas de trabalhar fora de casa.
Foto: Getty Images/AFP
Sociedade de duas classes
Nesta foto tirada em 1981, uma mulher com o rosto à mostra, sem lenço, pode ser vista com suas crianças. Cenas como essas se tornaram raras. Mesmo após 15 anos da queda do regime talibã, mulheres continuam lutando por igualdade em uma sociedade dominada pelos homens. Por exemplo, existe apenas uma motorista de taxi em todo o país.