Rebeldes sírios atacam áreas da cidade sob controle de forças do governo, deixando número incerto de mortos e feridos. Apesar de cessar-fogo, combates continuam em Aleppo.
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Ataques realizados por rebeldes sírios na cidade de Aleppo atingiram um hospital nesta terça-feira (03/05), causando a morte de ao menos três mulheres e ferimentos em 17 mulheres e crianças, informou a agência de notícias estatal Sana.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG baseada em Londres e próxima da oposição, confirmou os ataques e afirmou que o hospital, no bairro de Muhafaza, foi muito danificado e que há vítimas, mas não precisou o número.
Um funcionário da Saúde de Aleppo declarou que o bombardeio ao hospital deixou quatro mortos e ao menos 30 feridos, acrescentando que a metade das vítimas são mulheres e crianças.
Desde o início da manhã, os rebeldes bombardearam fortemente várias áreas sob controle de forças governamentais no oeste de Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. A Sana afirmou que, no total, há 20 mortos e dezenas de feridos. O Observatório computou 19 mortos e 80 feridos, incluindo três crianças.
Os combates na cidade prosseguem. Apesar do cessar-fogo acertado no final de fevereiro, a violência aumentou nos últimos dias em Aleppo. Na semana passada, mais de 50 pessoas morreram num bombardeio aéreo contra outro hospital, localizado na área rebelde da cidade.
Em Moscou, o ministro do Exterior da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou esperar o fim das hostilidades em Aleppo "nas próximas horas", após de um encontro com o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
Depois de se reunir com Lavrov, o diplomata italiano vai se encontrar, na próxima segunda-feira, com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, numa tentativa de salvar o cessar-fogo.
AS/dpa/lusa/ap/afp
Síria: patrimônio histórico destruído na guerra civil
Cerca de 300 locais de interesse histórico já foram danificados, saqueados ou totalmente destruídos na guerra civil da Síria. Uma excursão aos patrimônios culturais ameaçados do país.
Foto: Fotolia/Facundo
Destruição
Em quase quatro anos, a guerra civil síria contabilizou centenas de milhares de mortos e o deslocamento de cerca de dez milhões de pessoas. Análises do Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar, em inglês) feitas por satélites mostram a destruição de patrimônios culturais no país. Nesta foto, o centro histórico de Damasco.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Tödt
Mesquita dos Omíadas
A análise revelou que 290 sítios culturais foram fortemente atingidos. Do ano 708, a Mesquita dos Omíadas, em Damasco, teve o mosaico de sua fachada destruído por tiros.
Foto: picture-alliance/blickwinkel/Neukirchen
Imagem de destruição
Especialmente atingida foi a metrópole de Aleppo, que, com 7 mil anos de história de assentamentos, faz parte das cidades mais antigas do mundo. A imagem de satélite à direita mostra a destruição na região próxima à cidadela.
Foto: US Department of State, Humanitarian Information Unit, NextView License (DigitalGlobe)
Antes dos tiros
A Mesquita dos Omíadas, em Aleppo, também foi fortemente danificada. A mesquita, do ano 715, foi reconstruída diversas vezes nos séculos seguintes à sua construção. Especialmente o minarete, do ano de 1092, é considerado uma obra-prima arquitetônica. Aqui, uma foto da mesquita antes de ser destruída.
Foto: picture alliance/Bibliographisches Institut/Prof. Dr. H. Wilhelmy
Troca de acusações
O minarete da Mesquita dos Omíadas foi destruído durante uma batalha, em 2013. Hoje sobrou somente o escombro, já que grande parte da edificação foi gravemente danificada. O governo e os rebeldes acusam-se mutuamente.
Foto: J. Al-Halabi/AFP/Getty Images
Luta implacável
A batalha entre o governo e rebeldes por Aleppo ocorre desde 2012 e faz com que os danos sejam proporcionais ao tempo do confronto. O hotel Carlton, de 150 anos, em frente à cidadela de Aleppo, era famoso, entre outros motivos, por seu interior histórico e bem conservado.
Foto: CC-SA-BY-Preacher lad
Totalmente destruído
Hoje não sobrou nada do hotel. Em maio de 2014 foram acionados explosivos em um túnel localizado embaixo da construção. De 210 prédios históricos analisados pela Unitar em Aleppo, a metade foi danificada e um quinto foi totalmente destruído.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Mercado de "conto de fadas"
Visitantes do mercado de Aleppo se sentiam num conto de fadas das mil e uma noites. O bazar, que permaneceu inalterado desde o século 16, consistia de uma longa rede de vielas totalizando sete quilômetros.
Foto: AP
Perdido para sempre
Em 2012, um incêndio causou danos irreversíveis ao mercado. De acordo com números oficiais, 1.500 das 1.600 lojas no bazar foram danificadas ou destruídas.
Foto: AP
Inconquistável, mas…
Numa fortaleza curda, foi construído durante os séculos 12 e 13 o chamado Forte dos Cavaleiros, um castelo para cavaleiros das Cruzadas. A edificação era conhecida por nunca ter sido conquistada por meio de guerra ou de cerco.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
… não indestrutível
O castelo, que se localiza ao leste de Homs e próximo à fronteira com o Líbano, foi submetido novamente à artilharia de fogo e ataques aéreos. A luta deixou o teto e muros destruídos, como também partes da edificação desmoronadas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Vranic
Impossível de se reconhecer
Dura Europos foi fundada no ano 300 a.C. como uma colônia militar. Aqui não somente as batalhas, mas também os constantes saques foram responsáveis para que muitas edificações da chamada "Pompeia síria" não sejam mais reconhecíveis.
Foto: picture-alliance/akg-images/Leo G. Linder
Templo destruído
A cidade de Palmira é considerada um dos centros culturais da antiguidade. Lutas, saques e o roubo de pedras afetaram consideravelmente as atrações históricas. De 2 mil anos, o templo de Baal – na foto, antes da guerra civil – perdeu uma de suas colunas.