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Bombardeios russos geram mais cortes de energia na Ucrânia

22 de outubro de 2022

Presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, diz que Rússia lançou 36 foguetes contra instalações de infraestrutura, gerando apagão em mais de um milhão de lares em várias regiões do país.

Bombeiro tentando conter fogo em prédio
Bombeiros tentam conter fogo em usina ucraniana após ataque russoFoto: State Emergency Service of Ukraine via REUTERS

Novos ataques russos contra instalações de infraestrutura de energia no oeste da Ucrânia provocaram neste sábado (22/10) cortes de eletricidade em várias partes do país, segundo informações da operadora estatal Ukrenergo e de autoridades ucranianas.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse que a Rússia realizou um "ataque massivo" contra seu país na última madrugada.

"O agressor continua a aterrorizar nosso país. Durante a madrugada, o inimigo lançou um ataque massivo: 36 foguetes, a maioria dos quais foi derrubada", afirmou. "Estes são ataques vis em objetos críticos. Táticas típicas de terroristas", acrescentou o governante nas redes sociais.

"Mais de um milhão de lares na Ucrânia ficaram sem eletricidade após ataques russos a instalações de energia em todo o país", disse Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe da presidência ucraniana.

"Danos comparáveis a de ataques de 10 de outubro"

Os problemas de abastecimento, que anteriormente ameaçavam a capital Kiev, tanto em termos de eletricidade como de água, afetam, por exemplo, as localidades de Volhynia, Khmelnitsky, Rivne, Odessa e Korovograd.

"A escala dos danos é comparável ou talvez supere as consequências dos ataques de 10 a 12 de outubro", disse a Ukrenergo nas redes sociais. "Os especialistas da Ukrenergo estão tomando todas as medidas para restaurar o fornecimento de energia o mais rápido possível", acrescentou a empresa.

Forças russas lançaram mais de 80 mísseis em cidades da Ucrânia em 10 de outubro, de acordo com Kiev, em aparente retaliação por uma explosão que danificou uma importante ponte que liga a península da Crimeia à Rússia.

Os ucranianos reduziram voluntariamente seu consumo de eletricidade em até 20% em algumas regiões, segundo a operadora, que já anunciou cortes na noite passada para garantir o fornecimento. "Agradecemos tanto às pessoas, que reduziram seu consumo em casa, quanto às empresas, que estão fazendo o mesmo em seus escritórios e locais de trabalho", disse à agência de notícias AFP o chefe da Ukrenergo, Volodimir Kudrytskyi.

"Tsunami migratório"

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, alertou para um "novo tsunami migratório" se persistirem os ataques russos contra a infraestrutura civil do país, segundo uma entrevista que será publicada neste domingo no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung. Shmyhal acusa Moscou de querer punir a Ucrânia "com um inverno frio, no qual as pessoas poderiam literalmente congelar até a morte".

"Isso pode levar a uma catástrofe humanitária planejada, como nunca foi vista na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", alertou o premiê.

Por sua vez, as autoridades pró-Rússia na região ucraniana de Kherson começaram a liberar água da barragem de Nova Kajovka, para reduzir o nível da água e, assim, minimizar o desastre que uma ruptura causaria devido a um ataque à infraestrutura.

Kiev descreveu como absurdas as acusações de que irá atacar a barragem e sustenta que foram as forças pró-Rússia que colocaram minas na instalação, em preparação para tentar deter uma rápida reconquista pelas tropas ucranianas da região no sudeste do país, algo também negado pelos pró-russos.

O governador da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, também informou neste sábado sobre um ataque ucraniano à cidade de Shebekino. "A infraestrutura civil foi danificada", disse o governador Viacheslav Gladkov, que mais tarde relatou pelo menos dois mortos no ataque. 

md (AFP, EFE)

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