Bombas da 2° Guerra provocam evacuação de 14 mil na Alemanha
12 de janeiro de 2020
Explosivos lançados pelos Aliados durante o conflito foram desativados neste domingo em Dortmund, no oeste do país.
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Duas bombas da Segunda Guerra Mundial foram desativadas com sucesso neste domingo (12/01) após a evacuação de 14 mil pessoas na cidade alemã de Dortmund.
Os dois artefatos – uma bomba americana e uma britânica – que pesavam 250 quilos cada foram descobertos no distrito hospitalar da cidade. Inicialmente, as equipes especializadas analisaram quatro artefatos suspeitos, mas a análises demonstraram que apenas dois objetos eram explosivos.
Contêineres foram empilhados para bloquear as ruas e funcionar como barreiras com o objetivo de absorver possíveis ondas de explosão na área isolada. Helicópteros da polícia sobrevoaram as ruas para garantir que os moradores saíssem, conforme as instruções.
Um total de 14 mil pessoas teve que deixar suas casas. Já no sábado, centenas de pacientes e idosos foram transferidos de dois hospitais próximos. Várias centenas de residentes incapazes de ficar com parentes e amigos foram instalados numa escola convertida em centro social.
Cerca de 300 moradores aceitaram ingressos gratuitos para o zoológico da cidade enquanto aguardavam a operação de desativação, informou a emissora pública WDR no domingo.
O famoso Museu do Futebol de Dortmund e a principal estação ferroviária da cidade foram fechados a partir do meio-dia.
Quase 75 anos após a Segunda Guerra Mindial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Em 2015, uma bomba não detonada de 250 quilos, de origem britânica, foi encontrada perto do estádio do Borussia Dortmund, o Signal Iduna Park. Tanto o estádio quanto um espaço destinado aos torcedores, o BVB-Fan World, foram evacuados na ocasião até que o artefato fosse desativado.
Bomba da Segunda Guerra Mundial abre cratera na Alemanha
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Em agosto de 2017, o aeroporto de Tegel, em Berlim, teve que ser fechado temporariamente para a remoção de uma bomba de cem quilos.
Já em julho de 2018 uma prisão em Regensburg foi evacuada até que uma bomba encontrada em uma área próxima fosse removida. Em setembro, 60 mil pessoas foram evacuadas em Frankfurt por causa de outra antiga bomba.
Também não é incomum que frequentadores das praias no norte do país encontrem fragmentos de antigas bombas de fósforo, que podem ser confundidas com pedras de âmbar, uma resina fóssil usada na fabricação de joias.
Mais de 70 anos após o conflito mundial, estima-se que milhares de explosivos continuem escondidos em solo alemão. Todos os anos, peritos desarmam cerca de 5 mil bombas, além de toneladas de outras munições.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Bockwoldt
Caos no coração de Berlim
Uma bomba da Segunda Guerra Mundial provocou caos na movimentada região em torno da estação central de Berlim em 20 de abril de 2018. O artefato de 500 quilos foi encontrado por trabalhadores de uma construção na área. Cerca de dez mil pessoas tiveram que deixar suas casas. A estação ferroviária e partes do centro da cidade foram bloqueadas e evacuadas.
Foto: picture-alliance/dpa/Polizei Berlin
Megaoperação em Frankfurt
A maior operação para o desarmamento de uma bomba da Segunda Guerra Mundial na Alemanha ocorreu em Frankfurt. Mais de 60 mil pessoas – cerca de 8% da população da cidade – foram obrigadas a deixar suas casas em 3 de setembro de 2017. Muitos aproveitaram o tempo em museus ou foram ao centro de exposições da cidade, onde comida e sofás foram disponibilizados.
Foto: picture-alliance/dpa/A. Arnold
Outras grandes cidades
Em maio de 2017, cerca de 50 mil pessoas tiveram que deixar suas casas em Hannover para que especialistas desativassem ao menos cinco bombas encontradas numa obra. Dois meses antes, em Düsseldorf (foto), a descoberta de um artefato de 500 quilos levou à retirada de 8 mil moradores.
Foto: picture alliance/dpa/R.Weihrauch
Uma bomba no Natal
Em 2016, especialistas em Augsburg, no sul da Alemanha, precisaram agir em pleno Natal para desarmar uma bomba de quase duas toneladas. Após 12 horas de muito trabalho, o artefato foi neutralizado, e as cerca de 54 mil pessoas retiradas de suas residências puderam retornar.
Foto: picture alliance/dpa/S. Puchner
Em último caso, explodir
Em agosto de 2012, uma bomba aérea americana da Segunda Guerra precisou ser detonada em Munique, após falharem as tentativas de desativar o artefato de 250 quilos. As ondas de choque causadas pela explosão assistida destruíram fachadas e quebraram janelas. O mesmo ocorreu em 2017 em Oranienburg, no estado de Brandemburgo, que possui a maior concentração de bombas enterradas em solo alemão.
Foto: picture-alliance/dpa
Trabalho arriscado
Em meados de 2010, no meio do processo de desarmar uma bomba em Göttingen, na Baixa Saxônia, o artefato acabou explodindo acidentalmente. Três especialistas morreram, e várias pessoas ficaram feridas. Anos antes, a detonação acidental de uma bomba aérea também deixou mortos na pequena cidade de Wetzlar. Apesar de raros, incidentes desse tipo já mataram 11 peritos desde 2000.
Foto: picture-alliance/dpa/B. Decker
Munição no fundo do mar
Artefatos explosivos da Segunda Guerra, como bombas e granadas, estão também no Mar Báltico, no Mar do Norte e em águas continentais da Alemanha. Estima-se que 1,5 milhão de toneladas dessas munições sigam debaixo d'água. Muitas foram despejadas pelos próprios alemães durante a guerra para que não caíssem nas mãos dos Aliados; outras foram jogadas no mar a mando das forças vitoriosas.
Alvo de muitos ataques aéreos durante a Segunda Guerra Mundial, Koblenz viu várias bombas serem desarmadas ao longo dos últimos anos. Os residentes da cidade precisaram deixar suas casas em 1999, 2011 e 2015 para que peritos pudessem fazer seu trabalho. Em dezembro de 2011, a desativação e detonação de uma série de artefatos no rio Reno levou à retirada de 45 mil pessoas.
Foto: picture-alliance/dpa/F. von Erichsen
Grande evacuação em Ludwigshafen
Em 1997, uma mina aérea britânica de quatro toneladas foi encontrada na cidade de Ludwigshafen, ao sul de Frankfurt. A desativação do explosivo levou à maior evacuação da história pós-guerra até aquela época: 26 mil pessoas tiveram que deixar suas casas.